Capítulo 3 - A Aposta

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– Tem duas tentativas. - Ela disse se sentando ao lado dele e olhando pro mesmo.

– Tão pouco?

– É pegar ou largar. - Falou confiante - E vai perder.

Ele ficou a observando por um tempo. Winter o encarou curiosa, querendo saber o que ele faria. Marco levantou-se e a pegou no colo, fazendo a mesma corar intensivamente. Mas o que raios ele está fazendo...?

Então ela sentiu um baque. Havia caído com tudo no chão. Aquele garoto desmiolado realmente havia a soltado, e achado que ela ficaria com raiva só por isso? Apesar de tudo a Rolth ficou um tanto nervosa, mas controlou-se e olhou para Marco.

– Só isso?

– Espere pra ver. - Então ele se aproximou dela, fazendo carinho no rosto da mesma e se perdendo nos olhos dela. Bem, pelo menos parecia.

Mas no segundo seguinte ele levantou a camiseta dela contudo, revelando seus seios num sutiã de rendas negras.

– Está... MALUCO?! - Ela gritou abaixando a camiseta e se preparando pra espancar o Fuyuki. - QUER MORRER?!

– Perdeu. - Ele disse se afastando e rindo observando o rosto corado de Winter. - E vou receber uma recompensa.

– O que quer? Anda, fala logo. Não tenho o dia todo. - Ela disse no meio no um rosnado. Se tem uma coisa que ela odiava era perder. Principalmente pra esse garoto sem-vergonha. - Decide logo.

Ele ficou olhando-a por um tempo, pensando no que queria. Pra falar a verdade, ele sabia o que queria. Só não sabia o por quê dele querer.

Winter retribuiu o olhar, estava brava com ele, mas também curiosa pra saber o que o Fuyuki faria. Por algum motivo, ela gostava de estar perto dele. Ele a deixava confortável - coisa que quase ninguém a deixava - e incrivelmente irritada. Mas não um irritada ruim. Um irritada... Bom.

– Isso. - Finalmente ele falou alguma coisa e se aproximou dela, encostando os lábios nos da mesma.

Ela ficou estática, com os olhos arregalados. Ele havia mesmo feito aquilo? Ela num movimento rápido o afastou, totalmente corada.

– O-o que pensa que fez?!

– Foi a aposta. - Ele disse sorrindo e se levantando. - Tenho que ir.

Já estava de noite, e Winter tinha que voltar para o dormitório. Havia matado todas as aulas do dia, sem a mínima só ou preocupação. Estava com a cabeça em outro lugar, estava com a cabeça em um certo beijo.

– Wiven, abre a merda da porta. - Disse percebendo que a mesma encontrava-se trancada.

– Não. - Falou o garoto, deitado em sua cama, completamente vermelho e corado.

– O que deu em você? To mandando!

– SAI!

A Rolth surpreendeu-se e caminhou para fora. Estava morrendo de sono, pois havia passado o dia na arena, treinando e pensando sobre os acontecimentos anteriores. Caminhou em direção ao jardim, bocejando e procurando uma árvore para deitar-se e descansar, quando viu Marco e um garoto brigando.

O garoto, que possuía cabelos negros e olhos vermelho-vinho faiscantes, empurrou o Fuyuki, o derrubando.

– Vai apanhar pra ele Marco? - Disse a Rolth, se divertindo - Que decepção. E você moreno, quem é?

– Não é da sua conta.

– Alex! - Disse Marco num rosnado se levantando e dando um soco na barriga do moreno - Isso não se faz. - Falou se referindo a outro assunto e saiu bufando.

– Não fale assim comigo. - Falou a Rolth olhando mortalmente para Alex e sacando a espada, fazendo um corte no pescoço do mesmo. - Marco! Volte aqui e lute.

– Ele não pode. - Sorriu - Agora, boa noite.

Ela observou-o sair e quis matá-lo na hora, mas decidiu que era melhor não arranjar encrenca. Pelo menos, não agora. Foi na direção de Marco, mas o moreno o puxou e falou algo para o mesmo. Marco olhou-a um pouco triste e suspirou.

Alex logo saiu.

– Vai falar ou não? - Ela disse aparecendo do lado dele e erguendo uma sobrancelha.

– Falar o quê?

– Por que não atacou esse "Alex"?

– É complicado... - Ele murmurou passando a mão no cabelo, um tanto sem jeito.

– Tenho a noite toda. - Disse revirando os olhos - Anda, desembucha.

– Ahn.. Tá... Eu e ele trabalhamos juntos. Okay, não é exatamente um trabalho. Mas digamos que ele é meu "superior" e querendo ou não, tenho que obedecê-lo.

– Que droga. Esse trabalho desse ser muito importante pra ter que obedecer assim. - Disse e andaram juntos pelo jardim - Se fosse eu já teria o massacrado umas mil vezes. - Marco deu uma risada com o comentário dela - Estou sendo sincera ué. Mas... Que tipo de trabalho?

– Não posso falar... - Sussurrou abaixando a cabeça.

– Não vou dizer que não estou curiosa... Mas não precisa falar se não quiser. - Suspirou e olhou pra ele - Mas então, algum assunto? Eu literalmente tenho a noite toda. Fui trancada para fora e não posso arrombar a porta porque tem magia.

– O que você é?

– Sou meio que uma híbrida. - Disse sorrindo de canto - Sou uma neko e... Bem, a outra parte não vem ao caso. E é, eu tenho meu lado bonzinho. Que é fraco.

– Então você tem aquelas orelhinhas?

– E-eu odeio aquelas coisas. - Disse ficando corada. - Por isso nunca uso minha transformação. Aprendi a usar espadas por isso.

– Dizem... - Falou fazendo carinho no cabelo dela - Que vocês têm a marca das orelhinhas.

– Ei! Nyah, quem te deu o direito de tocar em mim e... - Instintivamente colocou a mão na boca - Eu falei isso de novo.

– Nyah? - Ele disse a olhando e começando a rir.

– Isso não tem graça! - Rosnou o encarando. - Nem um pouco. - Respirou fundo e escalou uma árvore, se deitando num galho. - Nenhuma.

– Assim não tem graça. - Ele riu e segurou no pé dela, a puxando e a fazendo cair no chão.

– Você. Não. Fez. Isso! - Rosnou e tirou a espada da bainha, apontando pro rosto dele - Acho melhor parar.

– Sua cara de raiva é tão...

– Cuidado com suas próximas palavras.

– Fofa. - Sorriu.

– Você usou a palavra errada. - Bufou e fez um corte no canto da boca dele e depois guardou a espada. - Que isso sirva de aviso.

Ele riu e ficou a observando murmurar coisas como "Isso não era pra ter graça". A Rolth subiu num muro e ficou olhando pra ele, sentado na grama. Desistiu de ficar afastada dele e pulou, se sentando do lado do mesmo.

– Não conheço muito, vocês humanos... - Murmurou e Marco virou o rosto pro lado, suspirando. - Quando quiser me dizer o que está te atormentando, pode falar.

– Por que não começa você? - Ele disse olhando nos olhos dela.

Simplesmente... Te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora