O que namorados fazem

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me sigam no insta, o arroba é l_v_almeida! 

fanfic também postada no spirit.


A primeira regra de convivência ditada por Minho no anúncio online era um tanto específica: "não trazer parceiros para o quarto(você sabe)". Ele riu depois de digitar, odiava parecer mandão, esperava, pelo menos, que entendessem o recado: sem sexo no apartamento. A divisão entre os quartos era fina quanto um biombo e, depois de três colegas de apartamento desastrosos, Minho cansou de aceitar os problemas de cabeça baixa. Era a única regra e seu colega de apartamento anterior quebrava diariamente. Chega.

Se alguma vez colocar o seu endereço no catálogo de anfitriões disponíveis para dividir apartamento, esteja disposto a arcar com qualquer indivíduo. Quem diz isso assusta os desavisados, porém não há verdade maior. Esse indivíduo pode ser a pior pessoa que caminha nesta terra, assim como, raramente - mas não impossível - pode ser a paixão da sua vida.

Minho lembra de quando ele chegou, um voo adiantado. Ocorreu que pintou vaga num voo um dia antes por causa da tempestade no dia seguinte e Jisung aceitou, porém não fugiu dela depois da aterrissagem. Minho viu Jisung pelo olho mágico e estranhou a chegada repentina, tinha preparado a recepção para o dia seguinte. Abriu a porta, surpreso ao ver o novo colega pingando no tapete de "bem-vindo".

- Oi... Minho, né? - Ele fez um bico e sinalizou para a mala de mão. - Pode me socorrer? Meus filmes, não quero que eles estraguem... - pediu, a voz mansa para quem devia estar em desespero por dentro.

- Caramba, você tá encharcado! - Minho segurou no sobretudo dele e o puxou para dentro sem dar tempo de recusar. - Entra, senão vai pegar um resfriado.

Vendo que seu anfitrião não era hostil, Minho aliviou-se. Han Jisung era o oposto do típico padrão de cara que leva alguém para a cama toda semana. Pelo menos tinha essa cara, porque, mais tarde, Minho descobriu a verdade por trás daquele sorrisinho sonso que de santo só tinha uma tatuagem de cruz malfeita no quadril. Jisung tatuou escondido dos pais aos dezesseis anos. Minho tinha um apreço por deslizar a língua nela.

Poucos minutos depois, Jisung estava no sofá só de meias, usando o moletom do colega, enrolado igual um sushi num cobertor e com Minho o avaliando meticulosamente. Minho pensou se deveria pegar o secador e secar os cabelos dele na temperatura quentinha, mas julgou já ter feito demais... Desde quando era tão empático? Minho costumava cumprimentar quem dividia seu apartamento só na quinta semana e, ali, sentado e esperando Jisung responder se seu chocolate estava bom, quis quebrar uma regra. Mas só tinha uma mesmo.

Ele assoprou o vapor da caneca e começou a falar. Minho, que geralmente falava pouco, conversou por horas com ele que mal notou que Jisung não tomou o chocolate. Ele tinha alergia. Minho passou dois dias pedindo desculpa, algo que jamais faria. Em uma semana, Minho agiu fora de sua personalidade e das regras pessoais de distância dos inquilinos - entre elas: ter empatia pelo colega de apartamento(jamais), cozinhar para o colega de apartamento(nunquinha), pedir desculpas para o colega de apartamento(esse aqui era indefensável). Ele quebrou suas regrinhas secretas porque Han Jisung tinha um sorriso bonito e era bom de papo ao nível de fazer Minho sentir falta de conversar. Em que mundo Lee Minho, hater número #1 de ter que abrir a boca e fã de carteirinha do silêncio, desejava aquela casa tão barulhenta quando Jisung não estava?

Han Jisung era totalmente o contrário de seu tipo de cara. Quieto, frio e calculista, meio indie, low profile... Jisung? Bem, ele falava pra caralho, era totalmente desastrado, mal parava sentado a menos que fosse assistir um de seus preciosos filmes, postava cada passo nas redes sociais... Minho bufou para si mesmo. Sai fora! Óbvio que nunca teria interesse por alguém como ele. Devia ser só tesão mal-direcionado, isso mesmo, Minho precisava era de uma boa balada, uns shots de tequila, um estranho dançando nele a noite inteira e jamais pensaria em Jisung de novo!

Filminho / minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora