Tin abriu os olhos incrédulo sobre a situação. Sim, ele tinha realmente adormecido. Não apenas só adormecido, ele teve um longo dia de sono sem sonhos.
Ele conseguiu.
Em seguida seus instintos todos se voltaram para a imobilidade, afinal tinha o humano abraçado ao seu corpo, espalhado sobre si quase que inteiramente e não tinha planos de despertá-lo ou movê-lo daquela posição.
A situação inusitada trouxe um sorriso aos seus lábios que embora pequeno, era extremamente satisfeito. Nunca teve alguém dormindo consigo, a não ser suas filhas quando eram pequenas. Muito menos alguém que arriscasse abraçá-lo, ainda mais frágil e a sua mercê desde que estava dominado pelo mundo do sonho. Não, Tin jamais esteve envolto de tal situação e estava um pouco espantado por não reagir aquilo, afinal humanos até pouco tempo para si eram apenas gado puramente descartável.
Mas aquela pessoa em seus braços... Não lhe parecia assim e sabia que tinha se interessado por ele desde o primeiro olhar sobre o corpo magro demais para um humano saudável. Ele era a coisa mais interessante que se lembrava já ter lhe movido para algo além do desprezo e isso era também muito fascinante o que podia muito bem unir ao seu benefício: ele não lhe desagradava e ainda era mesmo capaz de fazê-lo dormir e finalmente descansar a mente frenética: Tin o queria para si e se ele o queria, ele o teria.
Então se recordou daquela manhã onde relutante o humano subiu na cama e com a sua ajuda entrou em seu caixão tentando se aconchegar ali de maneira reservada. Tin deixou o ataúde com a tampa aberta como prometido e por isso colocou um edredom macio para ele se cobrir e não arriscar que o frio da noite o incomodasse, afinal ele ainda parecia um pouco doente aos seus olhos, mesmo comendo quase que forçadamente por Madá que também parecia preocupada com sua aparência e por algum motivo Tin não queria vê-lo sofrer, em nenhum aspecto. Então ele havia se deitado e permanecido quieto, apenas ouvindo o som da respiração que logo se padronizou e ele dormiu.
O humano estava exausto, era visível, mas ele não esperava que realmente o menor conseguisse dormir ao seu lado naquelas condições contudo ele o fez.
Profundamente.
Era como se um ratinho dormisse pacífico ao lado do tigre feroz e aquilo realmente lhe fez sorrir divertido. Cantaloupe era de fato muito, muito interessante e peculiar... Tão corajoso acordado quanto adormecido.
Então ele respirou fundo ainda dormido e puxou mais o edredom como se estivesse com frio e Tin esperou pacientemente que ele voltasse a dormir sereno o que não demorou a acontecer.
Uma alma pacífica... Não sabia bem se ele podia ser chamado daquela forma, mas o resultado foi positivo então ele aceitaria o título para o jovem quase padre e que ficaria no termo do quase mesmo...
A igreja teria de substituí-lo.
Sorriu irônico com a ideia de mandar um pequeno agrado ao bispo que gerenciava onde ele estudava com ao dizeres "Seu exorcista agora é meu. Encontre outro". Com certeza causaria uma comoção interessante...
— Proteja ele.... PETE!
Tin nem teve tempo de reagir a explosão. As palavras saíram nervosas da boca de Can de repente, do nada, e gritou o último nome se sentando subitamente com o peito acelerado e olhos arregalados. Em um minuto ele dormia em paz, no outro ele despertava de um pesadelo?
— Cantaloupe... - Tin o chamou baixo enquanto se sentava em seu caixão também e o olhava o mais calmo que era capaz. Ele entendia muito de pesadelos, tinha deles aos montes, sabia como era o limiar do despertar e ainda do momento de viver aquilo mesmo longe da situação – Can...
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Dormindo com Vampiros
RomanceTin era um vampiro perturbado pela insônia que descobre que talvez haja solução em seu tormento em uma técnica incomum, dormir com um inocente virginal, mas seria aquilo possível? Um humano religioso de alma pacífica dormindo com um vampiro profano...