Capítulo 31

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Por um momento não havia nada.

A fumaça escura encobriu sua visão e foi como se Alexandra fosse arrancada da Residência Swan e colocada delicadamente em um tipo de limbo.

Quilômetros e quilômetros de nada se estendiam. Não havia nenhum som, não era frio nem quente. Apenas... Vazio.

A calma antes da tempestade.

Não demorou muito para o vazio ao seu redor desmoronar, se tornando fora de foco, levando Alexandra para um lugar conhecido de um passado distante.

Quando seus olhos se adaptaram a mudança de ambiente, Alexandra puxou o ar que não sabia estar segurando.

A sala do trono era escura.

O espaço era enorme, feito para ser capaz de comportar criaturas de todos os tamanhos e exércitos inteiros. As pedras que compunham chão e paredes eram elegantes, apesar de impolidas e desbotadas. Grandes colunas se erguiam do piso, sem esforço nenhum para chegar ao teto, onde sombras dançavam a espera de ordens.

Piscinas retangulares de fogo líquido na lateral não eram a principal fonte de luz. Algo celestial em sua própria natureza - Alexandra não sabia exatamente o que - trazia uma luminosidade que tornava o ambiente menos apavorante e mais divino, apesar de sua premissa.

Alexandra se lembrou da primeira vez que esteve aqui e como esperava um trono construído sobre crânios e corpos, apenas para se deparar com algo ainda maior. 

O trono em si era espetado, com pontas afiadas e desregulares que se estendiam como uma coroa. Os braços eram sustentados por Tifões de pedra que, apesar de congelados, tinham um olhar tão ameaçador que Alexandra sempre esperava que ganhassem vida e saíssem rastejando.

Sob o trono, um gigantesco arco se alongava entre duas imensas colunas. Ele também era espetado, a forma das pontas e sua curvatura lembravam dentes e o movimento ocasional destes, como se estivessem vivos, davam a impressão de que o arco nada mais era que uma boca horrenda.

Ela sabia o que era. As sombras no teto, o fogo irritável, os Tifões e o arco com dentes. 

O salão era vivo.

Vivo e intenso. Uma arma por si só. Uma defesa consciente.

Uma combinação que tornava impossível a invasão e tomada do palácio, do Submundo e, consequentemente, do Tártaro. Garantindo o reinado eterno de Hades.

E falando em Hades...

Alexandra jurava que acabaria com um infarto antes do jantar.

Victoria, Poseidon, Bella, Jasper... e agora, ele

Um longo, longo, dia.

Faziam alguns milênios desde que ela esteve neste salão. E milhares de anos antes disso, foi quando Alexandra o viu pela última vez. Seria mentira dizer que seu coração não estava pulando para fora de sua garganta e que suas mãos não estavam suando.

Ela não sabia porque estava aqui, ou se ele estaria aqui.

Alexandra esperou que estivesse.

Porque tudo isso estava fazendo-a perder tempo. Ela sabia que Bella e Alice iriam aos Volturi com ou sem ela. Estar no Submundo agora significa que Bella estaria sem ela ao enfrentar uma cidade cheia de vampiros. Literalmente o pior cenário possível.

Então, se Bella estava sendo posta em risco por isso, Alexandra esperava que pelo menos ele estivesse aqui. Era pedir muito? Um pouco de consideração?

Sumir por séculos, ignorar suas orações, fazer acordos com Zeus que o colocaram em sua cola; e agora, tirá-la em um momento decisivo de sua missão? 

SINA Ʊ JASPER HALE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora