Estava escuro...muito escuro.
Não dava para ver nada, e mesmo que ela esforçasse os olhos, nada...O cheiro também não era agradável, algo parecia estar em processo de cremação criando um fumo horrível naquele lugar sem luz alguma.
A Saltzman tentou se mecher, mas estava presa. As suas mãos amarradas e os seus pés também.
Ela parecia estar sentada numa cadeira, mas realmente não conseguia perceber muito bem já que nem o seu próprio corpo ela conseguia ver.Ela queria falar, perguntar onde estava, talvez gritar, mas a sua boca não parecia querer se abrir muito menos comunicar.
A sua garganta doía, quase como se estivesse alguém na parte de trás do seu pescoço a perfura-la repetidamente, criando uma sensação de ardor na mesma.
Os seus braços estavam dormentes tal como as suas pernas.
A sua cabeça estalava, pesada a quase, sendo difícil de a manter erguida, caindo para baixo de tempo a tempo.Tudo doía, e ardia imenso...
Ela não sabia o que se estava a passar mas algo bom não era.
" Vejo que já acordaste..." uma voz.
Era uma voz familiar, demasiado familiar, mas a sifao não conseguia apontar o dedo para quem poderia pertencer.
" Sabes Josie, resistir não te vai ajudar em nada " a sifao amarrada cerrou as sobrancelhas.
Quem raios estava a falar com ela?
E porque raios a boca dela não se abria?!" Também sentes? Também sentes o ardor e a dor de cabeça agonizante? Porque eu também a sinto...
Na verdade, nós as duas sentimos " duas? Que duas...
Até agora a Saltzman só tinha ouvido uma voz. Uma voz apenas...
Que era familiar.