Capítulo 3

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Alguns dias depois, Kazutora e Baji foram à biblioteca para pesquisar.

Não era comum para eles ir a uma biblioteca, muito menos estudar, porém, eles estavam curiosos demais sobre o corpo de Kazutora, e a única coisa que acharam eram imagens do corpo masculino e do corpo feminino, dizendo maiores detalhes sobre o feminino.

Em um dos livros, falava sobre menstruação, o que deixou Kazutora meio desnorteado e com medo, ele definitivamente não queria menstruar; todavia, também estava ansioso por isso, e ele odiava essa animação estranha em querer sangrar todo mês e sentir dor durante esse tempo.

Enquanto isso, Baji pesquisava formas de aliviar essa dor e se era possível Kazutora não menstruar, só que logo percebeu que se ele não menstruasse, ele teria algo de errado em seu corpo, que poderia ser uma doença grave.

Kazutora teria que menstruar, era pela saúde dele. Baji enfiou isso em sua cabeça, e desde então, vem se preparando para o dia em que Kazutora teria sua primeira menstruação. Ele leu que era por volta dos 11 ou 13 anos que iniciava.

Perguntava, completamente sem jeito, a sua mãe sobre, quais absorventes ela usava, onde comprar, o que alivia as dores, qual comida comprar, o que fazer, o que falar, como demonstrar apoio.

A senhora Baji não estava entendendo o porquê de tamanho empenho em querer saber de coisas tão femininas e pessoais, mas mesmo assim, respondeu da melhor forma que pode o filho.

Baji via preço de absorventes e conversava com Kazutora, que ficava ainda mais confuso, o que levou-o a enfiar alguns em sua bolsa para caso ele ficasse e não tivesse um (sua mãe que disse que sempre andava com reservas). Baji perguntava toda semana se ele começou a menstruar, Kazutora respondia que não. Baji enchia Kazutora de perguntas toda vez que ele reclamava de alguma dor, pensando que finalmente a hora tinha chegado. E Kazutora já estava cansado daquilo.

"Você quer que eu menstrue ou que eu tenha um filho seu?", Kazutora sentou-se na calçada, cruzando os braços, irritado. Baji se sentou logo em seguida.

"Como assim?", perguntou, confuso.

"Você tá mais ansioso que eu pra essa coisa! É estranho."

"Tô demonstrando apoio pro meu amigo que vai ficar sangrando todo mês. E não é nem por briga."

"Pelo amor de Deus, Baji."

"O quê? Eu tô tentando te ajudar! É estranho, eu sei! Minha mãe me disse que você fica todo alterado quando tá menstruando, parece um dragão. Tô com medo de você ficar assim, vai que você me enche de porrada."

"Do que caralhos você tá falando?"

Keisuke suspirou, cruzando os braços.

"Nem eu sei, eu tô tão assustado quando você, pra ser sincero."

"Percebi."

"Desculpa."

Kazutora para Baji, que também olhava para ele. Ele vai o amigo todo santo dia, e ainda sim, ficava admirado como Baji era bonito. Era estranho.

Ele suspirou, voltando seu olhar para a calçada, resmungando:

"Obrigado, pelo menos você tá tentando mais que eu. Tô só esperando mesmo, no dia eu vejo o que eu faço."

"Entendi. Talvez seja melhor assim mesmo, sei lá. É muito complicado ter isso aí que você tem."

"Me senti ofendido.", comentou.

"Desculpa."

Kazutora fechou a cara. Por que ele se sentiu ofendido? Por que ele estava irritado com Baji o tratando como uma garotinha mimada? Não que não era bom ser mimado por alguém, mas logo Baji?

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