Oioi bebês, espero que gostem do capítulo de hoje 💖
Boa leitura amores ❤️//
— Droga! Não acredito que derramei meu whisky, porra.
Olhei chateado para o líquido âmbar espalhado pelo tapete da minha sala. O meu dia já começava sendo uma merda completa.
Infernos viu. Suspirei frustrado, um sentimento de descontentamento se apossou do meu corpo e imediatamente meus olhos se encheram d'água.
Porra, é sério que agora vou chorar por causa da merda de um whisky?
— Cara, 'cê tá bem? Tô escutando você xingando lá do outro lado! — Kirishima passou pela porta sem nem antes ter batido.
Esse filho da puta é tão folgado que nem liga pro fato de que eu poderia tá pelado aqui dentro — se bem que eu não estaria afinal estou na merda da minha empresa e não na minha casa.
— Me erra, Eijirou.
— Bro? Cê tá chorando?
— Que? Ficou maluco Kirishima?
Fiquei mais irritado do que já estava quando o líquido quente e indesejado deslizou pela minha bochecha esquerda.
Tem sido assim há três semanas, há exatos vinte e um dias, três horas e quarenta e cinco minutos. Tem sido assim desde que Izuku resolveu que precisávamos nos afastar para entender o que estava acontecendo. Desde então perdi o controle que tenho sobre mim; meu lobo não me obedece como antes, meus sentimentos andam confusos e instáveis, e nem a merda dos meus feromônios consigo mais controlar.
O fodido fodeu com a minha vida.
— Cara, tá tudo bem, chorar é normal!
— Não é esse a merda do problema, Eijirou.
Deixei meu corpo cair sob a poltrona de couro perto da minha mesa, a minha cabeça pesava uma tonelada e o desgaste físico no meu corpo já cobrava o seu preço há muito tempo.
— Então qual é Bro?
Abri e fechei minha boca várias vezes procurando as palavras certas para falar, procurando algum jeito de explicar para ele o que está acontecendo.
Tentei lhe dizer que não aguento mais, que tudo isso está acabando comigo aos poucos, que está sendo uma tortura ficar longe dele, não ouvir ele, não tê-lo por perto.
Tentei dizer que estou sendo um puta orgulhoso como sempre fui, que eu já poderia ter ido até ele e acabado com essa angústia toda, mas que ao invés disso prefiro ficar me remoendo e causando ainda mais sofrimento para mim mesmo.
— Meu whisky acabou.
Suspirei, afinal, ao mesmo tempo que tenho tantas coisas para falar para ele, eu sei que não seria capaz de expressar devidamente tudo que estou sentindo, e que de uma forma ou de outra, eu e apenas eu, estou prolongando uma situação inaceitável que já poderia ter acabado com tudo isso há muito tempo.
— Certo, vou trazer um pra você então.//
— Kat, isso não pode continuar assim.
— Eu sei.
— Você tem que fazer alguma coisa.
— Eu sei.
— Então porque ainda tá parado aí se martirizando como um pobre coitado se você já poderia ter ido lá e resolvido tudo isso?
— Eu não sei, tá legal! Porra Den, não é tão fácil assim não!
Já fazia meia hora que meu irmão havia chegado ao meu apartamento, e também já fazia meia hora que o meu irmão estava enchendo a porra do meu saco no meu apartamento!
Infernos, o que eu preciso fazer para ter um pouco de paz? Matar alguém?
— Kat, você tem que falar disso com alguém — O olhei interessado, percebendo que desde que ele chegou esta foi a primeira vez que realmente prestei atenção no que ele dizia — Não importa se não for comigo ou com o Kiri, mas você tem que falar com alguém.
Ele estava certo, consigo perfeitamente admitir isso. Mas como? Como vou me abrir com alguém se não consigo nem admitir os meus problemas para mim mesmo?!
— O Izuku não vai voltar enquanto você não estiver melhor — Denki andou até o sofá ao meu lado, me puxando para um abraço estranho e desajeitado — Ele não foi embora, não ainda, ele escolheu te dar uma chance, mas pra isso acontecer você tem que escolher dar uma chance para ele também, para vocês dois.
— Eu não consigo, Den, não consigo conversar com alguém.
— Não precisa ser com um conhecido, bobo.
Eu ri sarcástico. Esse bastardo espera que eu pare um desconhecido no meio da rua e comece a despejar sobre ele todos os meus problemas na esperança de que ele possa me ajudar?
Tenho certeza que ele sabia o que pensei, pois logo completou.
— Eu tô dizendo pra você tentar, sei lá, uma terapia?
Pisquei abismado. Não é que eu nunca tenha cogitado a ideia de fazer terapia, só nunca cogitei a ideia de precisar fazer terapia. Porra, não sou o tipo de cara que paga alguém para te ouvir desabafar por sei lá quanto tempo, e no final ainda ouvi-lo listar vários problemas que você já sabe que tem. Também não acredito que alguém vá resolver a droga dos meus problemas com uma conversa.
— Não viaja, irmãozinho.
— Katsuki, você não deveria dizer "não" sem nem antes ter tentado!
Venho ouvindo tanto isso nas últimas semanas, que já tá até virando um mantra.
Eu não sou um inconsequente, na verdade sou um cara inteligente que sabe o que quer e não para até conseguir. Não sou do tipo que depende do meu sub-gênero para conseguir conquistas na vida. Mas eu realmente não estou interessado em abrir mão de tudo que conquistei — emocionalmente falando — por uma pessoa que não sei se vale a pena, por alguém que eu mal conheço. Posso estar voltando à estaca zero de toda essa história, posso estar remoendo um passado doloroso e inevitavelmente cotidiano na merda da minha vida, mas ainda assim, não sei se quero abrir mão de como estou agora por algo tão incerto quanto é ficar com alguém.
— Den, eu preciso ir trabalhar agora — Cortei a conversa já me levantando.
— Kat! Não me deixe falando aqui sozinho!
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Marcado
RomancePara Katsuki três coisas nessa vida são insuportáveis: pessoas incompetentes, prepotência e é claro, ômegas. Mas o que fazer quando a sua vida é totalmente abalada por alguém que você supostamente não suporta? E pior, o que fazer quando está ligado...