Rodolfo soube que algo estava errado.
Seu irmão Ezequiel Orlov estava indo falar com ele, e trazia com ele Beatriz Orlov. Não era uma visita, tinham requisitado a presença de Dya. Cada dia que passava ele entendia menos o que o circulava, ele era um homem capaz de chegar a pessoas desaparecidas há anos, tinha um alto posto confidencial no governo. E ainda assim não era capaz de cuidar da própria vida, parecia uma brincadeira da vida, uma brincadeira de péssimo gosto.
Não foi fácil convencer Dya de participar daquela pequena reunião. Ela não queria ter contato com outro filho de Jacob Mirtes, mas faria parte daquela família. Ainda por cima, Beatriz e Belinda Orlov estavam insistindo em uma aproximação, inclusive conversavam por telefone, tinham recentemente feito uma ligação de vídeo para que Dya conhecesse as crianças Orlov.
Ela entrou no carro, mais uma vez resignada, o caminho da casa de Rodolfo parecia o caminho da forca, mas ela se esforçou. Dya foi recebida por dona Benta e Dona Rita, a presença das senhoras era o que a confortava naquela casa.
_ Rodolfo e o irmão estão à espera no escritório.
Ela parou na porta.
_ Nenhuma das mulheres Orlov está?
Não entraria na sala com os dois. Ezequiel e Benjamin a deixavam assustada, eram dois Mirtes no mesmo lugar.
_ Beatriz está junto.
Dya respirou aliviada.
Ao entrar no escritório, Bia a abraçou, Dya sentiu tanta verdade naquele gesto que retribuiu com louvor.
_ Você parece uma boneca.
O elogio a pegou desprevenida, Kiell Orlov fez um aceno com a cabeça. Era um sinal de respeito pela mulher que se casaria com o seu irmão.
Dya se sentou em uma cadeira, e Beatriz se aproximou dela.
_ Temos algo para contar. Eu só descobri depois que fizemos uma chamada de vídeo.
Dya ficou sem entender.
Kiell tomou a palavra, era algo ínttimo, mas Bia tinha lhe dado autorização para contar, era necessário.
_ Alguns anos atrás, Jacob armou para mim, com ajuda de Loreta.
_ Quem é Loreta?
Dya precisou perguntar. Jacob era impossível ignorar, o caso Jacob Mirtes havia sido noticiado em todos os jornais, até a morte do homem que era um pedóffilo. Só de lembrar que tinha ficado próxima dele, sentia o ar sumir.
_ Que tipo de armação, Kiell?
_ Loreta me drogou, era algo que aumentava a libído e altamente afrodisíaco, e Bia..... foi posta em minha cama.
Dya não queria ouvir, não queria reviver ainda mais as suas próprias lembranças, mas Bia não a deixou passar, precisavam esclarecer as coisas primeiro.
_ Não quero ouvir, não quero.
_ Eu sei, Dya, mas quero ser sua amiga e precisamos que escute com atenção, por favor!
Dya se sentou, Rodolfo tentou se aproximar, mas Kiell o barrou.
_ Escute, primeiro.
Rodolfo se sentou também, mas sentia vontade de extravasar aquela sensação de ter perdido um fato importante , algo errado acontecia, mas ele não entendia a ligação de Dya e Jacob.
_ Baixamos a guarda e Ben acabou algemado na cama. Eu tinha duas opções: tocar de forma ínttima em Beatriz ou ver Ben morrer. E a droga@tirou parte da minha razão.
_ A violenttou?
Dya perguntou, mas Kiell percebeu ser mais uma acusação que uma pergunta.
Mas Kiell respondeu com honestidade a pergunta de sua futura cunhada.
_ Não, mas a toquei, Ben conseguiu resolver a situação, mas as consequências ficaram lá.
_ Posso ir embora?
Dya sentia o ar quente ali dentro, eram revelações pesadas e a fazia sofrer por Bia, e por sua própria dor, era demais para suportar.
_ Tem mais, não tem Kiell?
Rodolfo sabia, mas ele se recusava a acreditar que havia sido drogado também e não se lembrava de absolutamente nada.
_ Jacob esteve aqui em algum momento?
_ Uma única vez, não a toquei Kiell, eu me lembraria.
_ Não drogado.
Rodolfo olhou para Dya.
_ Dya?
Mas ela se recusou a falar. Beatriz puxou a noiva de Rodolfo para os braços dela, e Dya se permitiu chorar, era a única forma de respirar normal novamente.
Rodolfo jogou o que estava na mesa no chão, mas Kiell o parou.
_ Não. Precisa escutar. Não vai resolver as coisas se recusando a ouvir.
_ Pensei que tínhamos uma relação de irmão. Como não me contou o que eu fiz?
_ É meu irmão, não faria isso com você. Eu não sabia, não até Beatriz juntar as pontas soltas. Isso só aconteceu depois de falar com a sua mulher por chamada de vídeo.
Dya não gostava de ser chamada de mulher de Rodolfo, não depois do que houve. E os olhos dela foram a chave para solucionar o enigma deixado por Jacob, os grandes olhos negros como jabuticaba.
Quando Beatriz a soltou, Dya correu daquela sala, Rodolfo a deixou ir, não tinha coragem de se aproximar, sentia vergonha de si mesmo, tinha tocado nela contra a sua vontade, e Dya era ainda uma menina. Nesse momento rezou para que tivesse parado antes de ter tirado por completo a inocência dela.
Beatriz Orlov narrou para seu cunhado suas descobertas.
_ Quando Jacob morreu, ele me deixou uma carta. Na verdade, era uma declaração de amor doentia, por mim, e por outra menina, ele a chamava de snow white e outras vezes citava os olhos que se assemelhavam como jabuticaba. Eu vi Dya pelo telefone e soube, a pele clara e os olhos, a referência a branca de neve, estava lá.
A pele branca como a neve e os olhos negros que ganhavam qualquer um.
_ Deus, Jacob tocou em Dya?
_ NÃO. Mas você tocou.
Rodolfo olhou nos olhos de Kiell, queria saber até onde tinha ido, ganhou uma confirmação total,
Rodolfo jogou tudo que encontrou pela frente no chão. O peito doía como uma faca rodando em seu interior, era demais para ser suportando sem nenhuma ação.
_ Bia, faça companhia para dona Rita, eu termino, aqui , sim?
Era uma conversa dos dois irmãos agora.
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Um homem mais velho: Rodolfo. Completo Na Dreame
Любовные романыDya havia sido uma menina risonha e com paixonites juvenis, mas uma dessas paixões se transformou em amor e o amor massacrou e triturou seu coração. Agora o que restava era uma mulher sofrida e com medo da Intimidade. Rodolfo carregava o remorso e a...