Como viver se estou morto

Mais vivo que morto

    Já se passaram quatro dias desde que fizemos a solicitação para podermos entrar na cidade, mas até agora não enviaram a resposta.

    Enquanto esperávamos a liberação para podermos entrar no reino nós ficamos treinando nossos ataques e estratégias, claro que não ficou grande coisa, mas com a ajuda da Tanya elas começaram a ficar razoáveis. 

    Falando nela, eu não sabia que a Tanya era irmã do Takeno, nunca tinha cogitado isto. Eles não moram juntos, e o único momento em que falam um com o outro é quando estamos treinando ou no refeitório.

    Bom, mas deixando isto de lado, ela pode nos ajudar na missão. Na carta em que enviamos para o reino dizia resumidamente:

    "Eu Takeno, aluno da Cidade Escola Elfy Milly, e os integrantes do meu grupo, que são cinco, solicitamos a entrada no seu reino para o cumprimento de uma missão de exterminar monstros na Vila de Farat ao sul da Cidade Forte Loriva."

   Bom, era isto, mas com duas páginas.

    Voltando para a missão, como ele não especificou quem iria com ele, ele pode chamar quem ele quiser, claro se a pessoa aceitar.

    Neste momento eu e ele estamos sozinhos no dormitório dele, ele está no seu quarto lendo um livro de ficção só para relaxar um pouco, e enquanto isso eu estou na sala lendo aquele livro sobre monstros, era um livro bom, talvez nós deveríamos leva-lo conosco para a missão, pode ser útil quando formos lidar com monstros.

    Enquanto liamos ouvimos alguém batendo na porta.

    Takeno então se levanta e quando sai do quarto me olha como se estivesse dizendo que ele não sabia quem era. Então larguei o livro e fui atrás dele em direção a porta.

    Ele então olha pelo olho mágico e olha para mim sorrindo, Takeno abre a porta e quem está lá é Tanya, sua irmã.

    ―Eu posso entrar ou vai continuar me encarando― Diz ela sorrindo.

    ―Pode entrar― Diz ele saindo da frente da porta para ela passar. ―é que como você nunca me visita eu fiquei muito surpreso.―

    ―É que você vai sair numa missão não é― Diz ela passando por mim enquanto olha os livros na estante. ―então achei que fosse me chamar para ir junto, e como você não foi lá eu decidi vir aqui pessoalmente falar com você.―

    ―Eu ia te chamar mesmo, mas eu soube que só posso convidar pessoas de mesma rank que eu.― diz Takeno fechando a porta.

    Ela se vira para ele como se tivesse  escutado um absurdo, e diz:

    ―Quem te disse isso?―

    Ele vai em direção da cozinha.

    ―Foi um dos rank F que estava lá no refeitório.―

    ―Bom parece que ele não sabia do que estava falando.― Ela se senta no sofá da sala. ―Todo mundo sabe que pode ter até três níveis de diferença entre os membros de um grupo de aventureiros.―

    ―Sério, caramba.― Ele enche um copo de água. ―eu ainda dispensei um cara que era do rank D, se eu soubesse disso teria-o chamado para participar.― Ele começa a beber a água.

    Eu começo a andar em direção ao quarto para deixa-los conversando, mas Tanya segura meu braço ainda sentada, e diz:

   ―Isso é um reunião em grupo, então você tem que ficar.― Ela então me solta e volta a olhar Takeno que ainda bebia o copo de água. ―Falando nisso, você não tinha me contado que ele tinha evoluído para um ser vivo.―

    ―Foi a poucos dias atrás― Ele coloca o copo na pia.― Mas ainda não sei no que ele se transformou...

    Ela se levanta e me encara procurando algo, ela faz uma cara de surpresa e diz:

    ―Nem ferrando.―ela se abaixa e segura uma das minhas mão e diz: ―Ele se transformou em um Espírito lamentador?!!!―

    Takeno abre um enorme sorriso:
    ―Sério?!

    ―Espera... o que é um espirito lamentador?― Pergunto enquanto ela ainda segura minhas mãos observando as linhas que apareceram.

    ―É uma espécie de morto-vivo extremamente evoluída que se não fosse invocável seria considerada uma das grandes raças.―

    ―Mas mesmo sendo invocável ainda existem pequenos reinos que são governados por eles como um a leste do império élfico.― Diz Takeno quase pulando de alegria.

    ―O Reino Gymar até aceita eles como uma raça com todos os direitos das outras raças, sendo um deles livrar do contrato de invocação― Ela se levanta e vai tomar um copo de água.

    Então...

    Olho para minhas mãos.

    ...ainda sou um morto-vivo...

    Depois da animação deles ter diminuído um pouco pergunto se ela conhecia mais alguém para entrar no nosso grupo por ainda só ter dois, mas eles acabaram me corrigindo por eu também fazer parte do grupo já que eu era uma invocação fixa.
    Ela disse que teria mais dois companheiros que estariam dispostos a entrar no nosso grupo e que já tinha até chamado eles.

    Nós nos encontramos no campo de treino para conheceremos nossas habilidades.

    Uma das pessoas que ela tinha chamado era uma garota chamada Erisa. Ela era uma assassina e lutava com duas adagas relativamente grandes. Ela tinha como ficar invisível por mais de cinco segundos e conseguia se teleportar a curtas distâncias, além de ser extremamente rápida.

    Já o outro era um garoto chamado Taos, e era um guerreiro de armadura pesada. Tinha a habilidade de chamar a atenção dos inimigos para ele além de ter uma força absurda.
    Ele usa uma maça martelo com a ponta de baixo tem a ponta de uma lança. Seu escudo era mágico e podia fazer ele defender instantaneamente qualquer ataque que fosse direcionado para nós.

    Depois de duas semanas treinando recebemos a carta da Cidade Forte Loriva que dizia resumidamente:

    "Nós permitimos a sua entrada nas nossas terras para que cumpra a missão que lhe foi solicitada"

    Foi isso, mas em quatro páginas.

    Estávamos nos preparando para partir quando Taro aparece no quarto de Takeno, que por algum motivo virou o ponto de encontro do nosso grupo.

    ―Já estão prontos para ir?― Pergunta ele sem nem entrar no quarto.

    ―Estamos quase, só temos que pegar mantimentos― Diz Taos com sua voz que era quase tão grave quanto a do professor.

    ―Entendo...―

    Ele parecia querer falar algo para gente.

   ―O que foi professor?― Pergunta Tanya.

   ―Queria entregar algo para vocês... para ajudá-los ―

    ―E o que é?― Pergunta ela deixando as malas no chão e indo em direção a ele.

    Ele tira dos bolsos uma rosa prateada e entrega para Tanya.

    ―Esse não é aquele que vocês enfrentaram no teste, mas ele já será de grande ajuda a sua viagem.―

    Takeno vai em direção a Tanya para ver a rosa.

    ―E é isso... boa sorte para vocês.― Ele se vira de costas ― Boa sorte na sua missão― Ele se afasta do quarto enquanto todos agradeciam pela rosa e pelo encorajamento.

    Agora sim

    Vamos começar nossa missão.