Como viver se estou morto

Mestres?!

    Eu já não estou entendendo nada. Eu começo a andar novamente em direção a luz, nada parecia diferente desde a última vez que estive ali, a mesma textura de plantas no chão escuro, no qual não se via nada, tudo que eu via era aquela luz, brilhando e me chamando.

    Caminhei novamente até ela, estava longe então demorou para chegar, mas chegando perto dela eu vejo que tem algo se mexendo no interior, quando toco na sua superfície acaba fazendo um daqueles efeitos de gotas batendo na água, e uma imagem aparece, era aquele professor, ele ainda estava dando aula para seus alunos, e pela minha visão parecia que estavam em um campo de treino. O garoto de antes estava tentando invocar algo, dava para saber por causa que o mesmo círculo de invocação que estava brilhando no chão quando fui "invocado" estava brilhando aos meus pés, o portal, vou chamar assim essa luz branca, está ao lado esquerdo do círculo a um passo de distância, lá no fundo tinha uma parede como umas letras que eu nunca vi, e todas as crianças estavam atrás do garoto a uns quatro metros, junto delas o professor.

    Mas pesando bem, ainda não dei uma olhada como eu estou, para ser chamado de morto vivo devo estar horrível, e realmente, minhas roupas não eram as mesmas, estavam esverdeadas por causa do musgo nelas, os sapatos estavam velhos e com a sola furada, e no lugar da minha pasta tinha uma espada toda enferrujada e sega, minha pele estava estranha, parecia estar podre, mas não tinha cheiro e nem feridas, somente uma cor acinzentada provavelmente porque estou "morto".

    Então olho novamente para o garoto que estava a direita do portal, tentando firmemente invocar algo, eu sentia que podia passar pelo portal, mas não era obrigado a ir como quando o professor dele me invocou, mas parando para pensar.

    Nessa hora olho para traz, uma imensidão escura, e olho novamente para o garoto, "porque não" penso eu enquanto atravesso o portal ficando encima do círculo.

    O professor parecia surpreso, mas não tanto quanto o próprio Takeno que dá um passo para traz e cai no chão. Eu sou bem maior que ele, quase vinte centímetros, apesar de que tenho 1,75 metros de altura então isso não é grande coisa. O professor se aproxima dele lentamente toca em seu ombro e diz:

    ―Não pensei que desse para invocar algo sem a corrente de controle―

    Agora que ele disse quando fui invocado por ele eu tinha um peso sobre mim, e haviam correntes penduradas no meu pescoço, mas dessa vez eu não tinha nada me segurando, mas ainda assim não posso falar sem que ele permita, tem outra coisa que mudou, eu consigo mexer meu corpo algo que eu não podia fazer quando fui invocado pela primeira vez aqui.

    Eles estão na minha direita, então eu olho para eles, o professor que claramente estava fascinado comigo, o que é estranho, não escondia nem um pouco sua surpresa, deve ser por que o menino conseguiu me invocar, mas aposto que ele não sabe que fui eu que quis vir, é muito provável que é mais fácil invocar algo na foça.

    Também tem estas correntes que ele falou, realmente eu me sinto mais livre agora do que na última vez, mas agora que estou percebendo que enquanto eu pensava nisso o professor chegou bem mais perto de mim, para ser mais exato ele está bem na minha frente, parece que ele está analisando meu corpo.

    ―Takeno, como exatamente você o invocou? ― Pergunta ele olhando para o Takeno.

    ―Não sei deve ter sido do jeito que você me ensinou― Diz Takeno, que ainda parece não acreditar que conseguiu.

    ―Não― Diz o professor calmamente enquanto analisa meu rosto, mas sem toca-lo. ―Ele está sem a corrente de comando― Diz ele olhando para meu pescoço. Eu olho para o Takeno, ele estava se levantando. ―Descreva o que sentiu quando ele foi invocado― Disse o professor que começava a verificar minhas roupas.