Capítulo 33

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— Você está atrasado! — Roxanna diz, quando o Lewandowski entra.

— Vocês disseram, 15:30. E são 15:30!

— São 15:30:08 agora. Você chegou quando eram 15:30:02. Devia ter chegado quando eram 15:30:00.

— O que 2 segundos podem mudar na vida de alguém?

— Muita coisa. Não se atrase outra vez, ou não hesitarei em dar uma punição maravilhosa.

— Sente-se, Lewandowski. — Erik diz, calmo e sério. — E seja muito bem-vindo! — dá um sorriso breve.

***

— Você devia tê-la visto, amigo. Qualquer pessoa que não tenha autocontrole de si mesmo, vai se deixar ser intimado por ela. Ela gosta de deixar bem claro que depois do Kriegsen, ela é a chefe.

— Eu sinto muita pena do Kriegsen nessa parte. Ter que aturar aquela ruiva enfurecida. — ri, e o amigo o acompanha. — Você já se entendeu com a Vera?

O rapaz de uma camisa preta e calça jeans, suspira pesadamente.

Não. Eu não estou mais tão chateado com ela como antes, mas sempre que a vejo, me lembro de que ela escolheu acreditar nas palavras do Kriegsen e colocar as minhas acções em dúvida. E isso me corrói até bem no âmago da minha alma. — toca no peito para enfatizar. — Ela achou que eu a ia descartar! Mano!

— São cenas confusas de raparigas, mano. Elas se sentem inseguras sempre, mesmo tendo alguém por perto lhes dizendo que elas são lindas, o centro do nosso universo, a razão do nosso sorriso... — sorri ao se lembrar da rapariga de quem gosta. — Elas precisam ser constantemente lembradas. E você a lembrou dessas coisas maravilhosas quando saíram, por isso ela admitiu que foi uma estupidez ela ter acreditado nas palavras daquele palhaço. Mas vai por mim, mano! Ela está arrependida. — toca no ombro do amigo.

— Isso dói mais a mim do que a ela.
Ela achar que seria descartada por mim, me faz questionar o meu caráter e me faz sentir insuficiente para ela. Se eu demonstrasse que gosto dela o suficiente, ela não teria acreditado nele.

— Inseguranças de raparigas.

— Ela achou que eu ia descartá-la!
Logo ela, que é linda, inteligente, corajosa, forte, uma rapariga lutadora. E ela pode pensar que não reparo, mas claro que eu reparo nos dias em que ela vem com os cachos presos, ou quando vem com eles soltos, e que para mim tanto faz, porque ela continua linda do jeito que é. E daquela vez que a vi pela primeira vez de tranças sintéticas, eu quase tive uma paragem cardíaca, de tão mais linda que ela estava. E eu sei que ela ama feijoada, e a sua fruta favorita é goiaba, e ela ama sumo de maracujá. Ela ama ler, e escrever. Eu lembro de um tempo em que ela veio para a escola com um livro O Diário De Anne Frank.

Eu queria falar com ela sobre, mas deixei para lá. Não queria forçar nada. E a única oportunidade boa para conversarmos foi aquela, em que você fingiu não estar conseguindo dar os passes. E nós acertamos em cheio. Ela veio intervir, e logo depois eu. E depois aquela coisa toda de irmos para a casa dela treinar, o que terminou na saída. E o sorriso dela, mano! Ela tem um sorriso hipnotizante, cativante, encantador, apaixonante...
— o amigo balança a cabeça, a cada palavra proferida, a cada confissão feita, observando a alegria do rapaz.

— E por que não diz isso a ela?
— sorri.

— O quê?! Não! Eu gosto tanto dela, que não acredito que seja só paixão da adolescência.

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