Capítulo 01

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Em plena sexta-feira, depois de um dia cansativo naquela cafeteria, tudo o que eu não precisava era ficar presa em um engarrafamento e muito menos que começasse a chover.

— Droga. Tinha que começar a chover logo agora, que estou quase chegando. Andar na chuva de moto, já é ruim, ainda mais quando você não traz sua capa.

— Ai deus. Pensei em voz alta. Acredito que o rapaz no carro ao lado escutou, por começar a rir, como se tivesse zombando de mim. Olhei para ele com cara de tédio fiz dedo acelerei a moto e passei pelos carros e segui, não consegui chegar muito longe, tive que me esquivar algumas vezes mais deixei ele bem a traz o que me confortou. Não pensava em fazer nada mais a não ser tomar um banho bem quentinho, tomar meu cappuccino de baunilha com canela, meu favorito. Deitada em minha cama, com minha coberta cheirosa, abrir a janela para escutar a chuva cair lá fora, espero muito que ela continue né, assim vou ler um bom livro.

Ao chegar em casa guardei meu baby na garagem, subi as escadas correndo para ir tomar o banho e me preparar para deitar, quando peguei a chave para abrir a porta sinto alguém me olhando, mas era impossível, pois, no final do corredor tinha apenas uma janela que dava a rua, do outro lado tinha apartamentos, mas estava muito distante e o único apartamento nesse andar é o meu. Na janela do corredor meus olhos buscaram os olhos dele, nunca tinha o visto no apartamento ao lado. Notei que ele sorriu e ficou surpreso por eu olhar para ele, retribui do mesmo jeito ficando surpresa por eu conseguir velo naquela escuridão e ainda perceber que ele sorriu. Continuei abrindo a porta sorrindo sozinha com cara de boba e assustada. Me senti um pouco patética sobre o acontecimento. Depois de um banho, meu cappuccino já estava pronto em cima do meu criado mudo apenas esperando eu deitar, abri a janela do meu quarto para entrar um ar, apreciando a chuva cair, fiquei na esperança de ver o garoto do prédio ao lado. Mas nem sinal dele, já estava ali umas, meia hora.


— Para de criar coisas na sua cabeça Lisa. Você não é uma adolescente mais, romances bobos, só acontece em mundos paralelos. Ok!? Disse a mim mesma, saindo da janela com um sorriso largo, completei.

— Você já tem 21 anos tá! Indo em direção a minha cama que fica de frente para a janela, dava para apreciar a chuva sem precisar de se levantar. Me enrosquei em minha coberta ao meu lado e do outro meu livro. Já avia bebido meu cappuccino então comecei a ler até adormecer.

Acordei assustada tive um pesadelo com minha mãe de novo, esse me deixou com mais medo que os outros, ela estava viva, nos outros ela esta sempre morta seus olhos abertos derramando sangue e sempre acordo como se tivesse alguém me observando.

Dessa vez nesse ela estava sendo torturada à minha frente, estava tudo escuro apenas via quando os relâmpagos clareavam o local, havia umas três pessoas eu estava caída no chão sangrando dava para sentir o sangue em minha boca a visão estava meia embaçada também, acordei com a sensação de alguém me observar aquela mesma sensação de sempre. Tudo pareceu tão real, que estava suando frio e calafrios subiram na minha espinha. Olhei para a janela e ela estava fechada com um aviso, peguei meu celular embaixo do meu travesseiro e liguei sua lanterna me levantei e fui em direção a janela forçando meus olhos a abrirem contra o reflexo da claridade da lanterna, abaixei-a e pisquei duas vezes para ver, percebi que não chovia mais, e que lá fora não estava normal, ali não era minha rua.

Voltei com a luz, pisquei novamente os olhos para ajustar a visão, me deparei com o seguinte aviso: mantenha a janela sempre trancada e não chegue muito perto. PERIGO. Me virei para ir para a cama, não entendendo nada e rezando para que apenas fosse um sonho e estar apenas dormindo. Quando me virei para ver se aquilo estava escrito mesmo, algo se choca contra a janela e se pendura nos ferros que avia pelo lado de fora, assustada e de boca aberta sem saber o que fazer, não tive voz e nem coragem de gritar, apenas o observei e parecia um duende daqueles que você com certeza já viu no google ao pesquisar. Suas orelhas pontudas, pequenos olhos pretos como a escuridão, um rosto triangular com um nariz desproporcional a ele bem grande e pontudo, uma boca grande com lábios finos e dentes pontiagudos, sua cor verde acinzentada, ele deve ter um metro, estava cabendo direito na janela, nem estava se curvando, vestindo uma roupa esverdeada com amarelo com um chapéu redondo e pontiagudo no topo, suas unhas enormes e sujas uma mão pequena comparada com suas unhas e nem um pouco sensível. Ele me observava de cima embaixo, eu da mesma forma. Fui me afastando devagar com medo dele perceber e tentar quebrar os ferros de alguma maneira, não faço ideia do que ele pode ser e de quão perigoso ele poderia ser quando bateram na porta e foram abrindo. Era um rapaz, bem bonito moreno claro de cabelos escuros e um olhar intimidador parece ser da minha idade.

— Sai! Agora! O rapaz disse olhando nos olhos do bicho. Cada vez chegando mais perto da janela. Com os olhos fixados no rapaz o bicho começa a se contorcer, como se estivesse nervoso fazendo alguns grunhidos que parecia com um porco sendo morto. Quanto mais o rapaz chegava perto, mais aquela coisa fica inquieta, ate sair por trás do bicho umas azas que pareciam com as de um morcego, uma cor verde acinzentada com ferrões em cada ponta. Ele solta devagar suas garras da barra de ferro e se deixa cair. Meus olhos buscavam ver o que aconteceu e uma resposta, cheguei perto do rapaz que estava a frente da janela. Olhei para o rapaz e perguntei.

— O que era aquilo?

— Por favor da próxima quando haver um aviso não chegue perto. PERIGO! Por favor, não chegue, obedeça ao aviso ok?! Ele disse me olhando como se eu fosse uma idiota que faz sempre isso. Não é sempre que acordo fora da minha casa, do meu quarto, da minha cama e me deparo com isso, foi a primeira vez que aconteceu da próxima não vai acontecer.

— Ah sim!? Desculpa se acordei acreditando ser a minha janela e me surpreendi sabendo que não estou em minha casa e que tem monstros lá fora. Ok?!? Disse tentando me justificar. Minha voz saia com um ar de medo.

— Abaixe-se. Ele disse já me agarrando pelos braços e me jogando contra o chão. Meus olhos foram em direção aquela coisa ao se chocar, seus olhos brilhavam ao olhar para mim era como se eles estivessem desejando matar, apenas, sem nenhuma piedade. Dessa vez ele se chocou com mais força do que antes. O vidro se quebro passando por nos á uma velocidade que os caquinhos passaram nos cortando o rosto, braços, peito e ombros. Os ferros se amassaram fazendo o formato dele. Um dos ferros se rachou, não chegou a soltar um do outro. Estava preocupante ficar ali.

— Você está bem? Aquela voz doce e intimidadora no meu ouvido, um respirar quente, com um toque protetor.

— Sim, estou, apenas uns arranhões. Você poderia me falar o que está acontecendo? Disse com um tom de voz amedrontada porem, firme.

— Vou te explicar tudo após isso acabar. Essa "coisa" como você chama é um duende.

— Como assim um duende. Duendes não voam. Certo? Eles pertencem ao elemento terra, estão no chão para cuidar das árvores, proteger a vegetação. Os únicos elementais da terra que voam são as fadas e Elfos correto? Minha cabeça esta rodando muito, estou confusa, sempre estudei sobre, li vários artigos, livros, vi vários vídeos na internet (relatos) sobre, acontecimentos, etc.

— Como isso pode acontecer? Fiquei sem saber o que pensar.

— É por isso você e mais 11 pessoas estão aqui. Para poder ajudar o nosso mundo a voltar ao normal. Para que tudo possa ser como antes. Suas mães saíram da que ainda gravida de vocês. Esse mundo esta, conectado com o mundo de vocês se as coisas saem do controle aqui as coisas saem do controle lá também. Somos responsáveis por manter as coisas no lugar. Explicando de um jeito mais simples estamos em um mundo paralelo ao de vocês.

— Nossa. Como assim duendes existe? Minha mãe sempre disse para deixar isso de lado, pois, não era real.

— Pois, é existe. Espero que você consiga sobreviver a isso tudo lá fora, lá e ainda um pouco pior.

— Mas como assim sobreviver? Olhei nos olhos dele tentando decifrar o que era dito.

— Pois, nem todos que estão aqui são elementais alguns têm traços apenas e com a perda de contato com as mães que foram mandadas para à terra, acabamos nos perdendo em quem era as 5 crianças, uma pena, pois, infelizmente todos que estão aqui e não são elementais vão morrer. Intendeu?

— Meu deus. Não. Como assim?! Olhando para ele assustada. Se minha mãe não for um Elemental, quer dizer que eu já era?

— Sim, infelizmente, a um tempo atrás foram para à terra 4 mães e delas se originaram 6 crianças sabemos que uma mãe teve gêmeos. Elas tiveram seus filhos lá cuidaram e ensinaram tudo sobre, pois, saberiam que logo vocês iriam voltar, pois, ao completar 22 anos iriam começar os ensinamentos de cada elemento para assim vocês se tornarem a chave do portal entre o seu mundo e esse. Para assim manter o equilíbrio da vida.

— Pera, não, minha mãe nunca me disse nada, quer dizer então que... Meu deus fudeo. Mais pera 22 anos, estou com 21 vou fazer 22 então tá errada aí, me pegaram por engano. Vou morrer por tabela. Serio?!

— Sobre a idade vocês vão viver aqui durante um ano sobrevivendo. E se descobrindo. Quando sinto algo se entrelaçar em meu cabelo já é tarde de mais, já fui logo puxada para cima de costa para ele, quando sinto girar lá estava cara a cara com o duende seus dentes de perto eram mais assustadores, sua feição era de raiva e desespero. Olhos nos olhos, nem um músculo consegui mexer, meu respirar era calmo e sereno, olhando de longe nem parecia respirar.

— Calma Lisa, apenas fique quieta ok? Apenas o obedeci e continuei como estava. De repente escuto uma espada sendo sacada. Passos indo para longe com um barulho de roupa sendo tirada. Ao meu lado direito estava ele com uma espada sacada e sem blusa, suas orelhas pontudas como de um Elfo?! Olhando fixamente para a parede como se fosse mover ela. A um piscar de olhos a parede se moveu. Ele se joga para fora e asas saem das costas dele, asas compridas e largas como a de pássaros. Meus olhos buscam por ele lá fora, quando de repente surge de baixo para cima cortando a mão do duende me soltando, despenquei no chão, minhas mãos cortaram-se com os cacos do vidro. Após isso apenas escutei asas batendo para longe.

— Você esta bem? Aquela parede que se abriu logo fechou quando ele atravessou e ofegante chegou perto de mim.

— Sim. Apesar disso não acontecer sempre. Disse não contendo o medo em minha voz, olhos, gestos e expressão.

— Calma vou te levar a enfermaria. Ok? E te explicar com detalhes sobre tudo.

— Poderia saber seu nome? É por que tem asas? Só uma curiosidade, não e sempre que vejo isso acontecer.

— Jow. Sou um Elfo. Fui escolhido para te conduzir aqui dentro. Se algo de ruim acontece com você, antes de você sair, nem sei o que seria de mim.

— Ok. Tudo bem. Isso é só um sonho. Vou acordar em qualquer momento. Comecei a me levantar andando de um lado para o outro, batendo em meu rosto, tapas de leve só para acorda. Certo vou acordar?!

— Sim. Você vai acordar, mas, não agora. Você esta exatamente 30 (minutos) aqui no nosso horário, no seu é 3 minutos.

— Ah!?. Que legal! Fusário deferente né. Ta tenho mais alguns "DIAS" aqui ate eu acordar né?

— Sim. Você aprende rápido. Agora me siga ate a enfermaria, para você cuidar desses machucados e pegar um kit de primeiro socorros para você poder seguir sua jornada.

— Ok então. Não tenho opção né?!

— Não. Vou te mostrar aonde é a cozinha para você poder pegar algumas coisas para comer agora antes de ir, e para você levar. La fomos nos em direção a enfermagem, chegando lá, quase desmaiei, pois, eram fadas que estavam tomando conta da enfermagem. Depois de me recompor e sem escolha ter que intender que isso é real e o pior que era um sonho, um sonho real. Já estava mais calma segui para a cozinha. Chegando lá me deparo com anões, sim, isso mesmo os anões da Branca de neve. Quase pedi um autografo, sou fã da branca de neve e os setes anões. Enfim eles cozinham muito bem, e me deram muita comida para seguir a tal "viajem". Me senti um porquinho de engorda, me empanturrarão de comida para depois me jogar no matadouro.

— Lisa, eu teria que te dar um bilhete explicando, mas, como você foi privilegiada aos acontecimentos, não será preciso, acredito. Uma voz doce e calma que trazia segurança.

— Claro, não será preciso acredito que já ter intendido e não tenho opção, então é aceitar e não morrer! Disse tão segura de mim, que ate eu me surpreendi. Fui me encaminhando para o portão.

— Lisa?! Boa sorte, sinto que nos veremos novamente, em breve. Me virei para trás, tentando acreditar naquelas palavras.

— Claro Jow. Sabe porquê comecei bem? Porque sobrevivi a um dos milhares monstros, que podem me matar. Ahn!? "Sorte" bateu na minha janela, e olha ela tem asas. Me virei rindo, mas com uma preocupação do que estava por vir.

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