Torta

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💭

Um mês havia se passado, e diariamente no final do dia ou no início da madrugada, Dean Winchester passava na loja em frente ao seu trabalho. Sempre comprando torta ou bebidas alcoólicas. 

Castiel, o rapaz que o Winchester descobriu o nome depois de três dias comprando com ele. Era muito doce e educado, sempre piscando aquele olho azul quando Dean terminava uma compra. 

O loiro, depois de finalmente perceber que o moreno estava flertando consigo, decidiu retribuir. 

Na primeira vez foi até boa as cantadas, mas depois a criatividade foi acabando e ficando uma vibe de 5° ano, dizia seu irmão mais novo. 

— Seus olhos são tão azuis quanto o céu que olho todo dia enquanto penso em você — zombava Sam, seu irmãozinho, com uma voz fina na tentativa de imitar o mais velho. 

Ambos compraram algumas coisas para passar o final de semana naquela bendita loja. E Castiel estava por lá, e Dean não poderia deixar essa passar e não mandar uma cantada. 

Mas por ser improvisada, acabou por não sair tão bem quanto soava em sua mente. Porém, o moreno parecia ter gostado ao corar e lançar um de seus sorrisos contagiantes. 

- Não enche o saco, Sammy — Resmungou entrando na baby e sendo acompanhado pelo maior. 

— Cara, você precisa arrumar cantadas melhores ou pedir logo o número dele — Falou rindo, abrindo um dos salgadinhos que haviam comprado e o comendo. 

— Eu sei, eu sei, mas como eu peço? — Falou, suspirando, com os olhos vidrados na estrada. — Oi, sabe como é, estamos flertando há um mês e eu queria seu número para, sei lá, sairmos ou algo do tipo — disse com uma voz engraçada, fazendo Sam rir alto. 

— Qual é, cara, você namorou várias pessoas e ainda não sabe como chegar em alguém?! - Rindo, guardou o resto do salgadinho em uma das sacolas e se ajeitou no banco do carro. - Sei lá, ele tem cara de quem gosta de flores, por que não compra para ele? 

— Flores? Para um homem? — Perguntou inacreditável, não achava que era possível um homem gostaria de receber flores. 

— Agora vejo o porquê de os seus namoros nunca terem dado certo — Esfregou a verdade nua e crua. 

Dean lançou um olhar mortal a Sam, que somente deu de ombros, fingindo que aquilo não o atingia. 

Segunda-feira, 19 h 00 da noite, foi o horário em que Dean Winchester adentrou aquela loja com uma simples rosa em mãos. 

Seus olhos verdes procuraram por todo o estabelecimento o moreno de estatura um pouco mais baixa que si. Suspirou pesado quando o encontrou abaixado em uma das estantes arrumando alguns enlatados. Arrumou seus fios loiros com a mão que havia esquecido que estava toda suja de graxa, acabando por manchar um pouco sua testa e o cabelo. 

Se aproximou nem um pouco preocupado, tossindo para chamar a atenção de Castiel que consequentemente ergueu sua cabeça. 

— Oh, olá, Dean, deseja uma torta e cerveja cert-- Sua fala foi interrompida por uma rosa praticamente socando sua face. Demorou um pouco para entender que o Winchester a estava entregando — Para mim? Sentiu suas bochechas arderem, engolindo em seco, se levantou e a flor o seguiu, sorrindo gentilmente a pegou. 

— Bom...vou querer o de sempre — Falou, coçando a nuca, desviando o olhar para cima na tentativa de parecer despreocupado. 

Mas a verdade era que ele estava espiando por canto de olho, vendo o moreno pegar o papelzinho colado na rosa e o lendo. 

— Oh… claro — Pode ver o sorriso de Castiel aumentar e o mesmo andar para trás do balcão, deixando a rosa de lado e preparando o pedido do rapaz como sempre. 

Dean já estava cabisbaixo, achando que o azulado havia o achado um idiota e ignorado totalmente o pedido do número. 

Entretanto, quando foi receber o troco, sentiu os dedos quentes do rapaz tocar os seus, o fazendo subitamente levar seu olhar até suas mãos. Vendo o papel de antes agora com um número no verso.

— Obrigado, eu amei a rosa — Ergueu sua cabeça e encarou o moreno que se apoiou no balcão para poder então alcançar melhor o rosto do loiro. Seus lábios finos e vermelhos tocaram a bochecha cheia de sardas — Volte sempre — sussurrou, se desaroximando. 

Winchester corou rapidamente, saindo sem mais ou menos da loja, praticamente correndo, podendo escutar a risada doce do outro sendo abafada pela distância. 

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⏰ Última atualização: Jun 03 ⏰

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