- SALVAÇÃO
" onde o salvador encontra sua salvação..."
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CASSIE SMITH sempre achou ter sorte em sua vida, mas quando o mundo rompeu em morte e caos, sua vida mudou completamente em um azar sem fim. Crescendo antes da hora, aprende...
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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐓𝐑𝐄̂𝐒
‘ O NOVO COMEÇO '
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A MANHÃ começava a se arrastar lentamente, o céu ganhando uma cor dourada depois de uma madrugada carregada de horror. O sol começava a aparecer no horizonte, lançando alguns raios fracos entre as árvores. O ar estava pesado, cheio de tensão, de dor...
Faziam algumas horas que seu pai tinha partido, levando Rick com ele. Cassie sabia muito bem o que aquilo significava. Mais uma sessão de tortura, mais humilhação, mais dor. Era isso que seu pai sabia fazer de melhor, esmagar os outros, física e psicologicamente.
Ela estava ali, parada no mesmo lugar, já sem saber há quanto tempo. Meia hora? Uma hora? Duas ou três, talvez até mais. O tempo parecia ter se arrastado, assim como o cansaço que pesava sobre seu corpo e sua mente. O cheiro de sangue seco e suor se misturava ao ar fresco da manhã, criando um cheiro nauseante.
Cassie olhava ao redor, vendo os sobreviventes alexandrinos jogados no chão, de joelhos, alguns soluçando em desespero, outros em completo silêncio. O clima era de derrota. Ela andava entre eles, seus passos lentos, quase automáticos. O som dos choros ecoava baixinho, em um lamento coletivo que não parava de soar.
Por dentro, Cassie sentia um peso crescendo. Não era tristeza exatamente, mas algo parecido com culpa, ou talvez remorso. Ela tentou afastar esses sentimentos, enterrá-los bem fundo. Afinal, ela sabia que aquilo era necessário, uma forma de justiça por tudo que o grupo de Alexandria havia feito contra eles. Mas por que, então, ela se sentia tão mal?
Seu pai havia esmagado a cabeça daquelas duas pessoas, como sempre fazia com seus inimigos, e na hora ela nem piscou. Não sentiu nada. Mas agora, horas depois, algo dentro dela parecia estar mudando. Como se sua mente estivesse finalmente processando o que aconteceu, como se o trauma estivesse começando a se manifestar de forma inevitável. A imagem dos corpos, das cabeças esmagadas, do som do crânio sendo partido... tudo isso voltava em flashes, todas as vezes que ela fechava os olhos.
