Capítulo 1 - Medo

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O medo segundo o dicionário é um estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência. Pode ser descrito também como temor, ansiedade irracional ou fundamentada; receio.

Alguma das vezes o medo lhe faz ir ao extremo, te capacitando a ir mais além, lhe fazendo feroz e valente, mas a maioria das vezes produz o efeito inverso, te levando a se recolher ao máximo, te destruindo aos poucos, te conduzindo a loucura, a escassez da realidade e lhe fazendo viver em um mundo de solidão e desespero.

O medo faz o pequeno ser superior, pois o grande quando teme se torna pequeno, vulnerável e inferior, e isso é referente a qualquer tipo de coisa, seja, material, espiritual, real, irreal, palpável, visível, mental ou inexistente.

Analisando todos esses aspectos do medo, alguns empresários interessados nesse estudo, contrataram uma equipe de pesquisadores do comportamento humano, selecionando perfis na internet que acharam interessantes e enviou convites tentando recrutar pessoas para um importante estudo, oferecendo dinheiro para os interessados a ingressarem na pesquisa. Após algumas seleções, entrevistas e testes, reuniram um grupo de jovens para que fossem confinados em local onde funcionava um hospital psiquiátrico que por muitos anos estava desativado. Eles apenas precisariam passar um fim de semana dentro daquelas temíveis instalações.

O imóvel era bem grande e ficava situada em uma cidade que também estava quase vazia, a maioria das casas tinham sido abandonadas e estavam entregues as ruínas, mas aquela cidade teve sua época de auge quando muita gente a visitava ou passava por ela, por causa de suas belas cavernas e montanhas e muita gente ficava pela cidade para fazer compras ou se hospedar. Ao Sul da cidade, que era mediana, ficavam as cavernas que nos dias de hoje eram fechadas para visitação, pois muita gente morrera naqueles locais devido a se aventurarem sozinhas pelos seus túneis. Atualmente muitos evitavam aquela cidade por acharem que ela era amaldiçoada, e alguns antigos moradores da cidade que a abandonaram, relatavam que viam e ouviam coisas estranhas vindas de dentro do hospital que já estava desativado, diziam também que alguns que ainda se atreviam ir próximo às entradas das cavernas, ouviam gritos de horror vindo de dentro delas, pois segundo algumas pessoas que trabalharam no hospital, depois que as cavernas foram desativadas para acesso público, além das pessoas que morreram soterradas lá dentro, essas cavernas eram usadas como cemitério clandestino pelo hospital, além de rumores que alguns pacientes esquizofrênicos em estados terminais eram conduzidos e jogados vivos no fundo das cavernas, pois assim os diretores do hospital poupariam dinheiro com tratamentos e esses pacientes acabavam padecendo naquele lugar escuro e perigoso.

Foram selecionadas algumas pessoas de distintos sexos, com idades entre 19 e 45 anos, de diferentes locais e com medos peculiares e também de senso comum que podiam ser um grande atrativo durante as pesquisas e testes.

No dia determinado para o começo da experiência os escolhidos estavam sendo levados separadamente, eles não se conheciam e desta forma seria evitado que afinidades surgissem antes do tempo atrapalhando os resultados. Os participantes seriam monitorados por um aparelho que mediria suas emoções, frequência cardíaca e pressão, além de também de que seriam ouvidos por aquele dispositivo. Cada um quando chegasse ao hospital receberia uma mochila com suprimentos variados, tais como: squeeze, lanterna, saco de dormir, produtos de higiene e duas peças de roupas. A alimentação estaria estocada, porém o que seriam disponibilizados era apenas para durar por um dia, então assim teriam que racioná-las para eles se manterem os dois dias naquele lugar, sujo, escuro e fétido, a água seria disponibilizada, porém com escassez. A ideia era deixá-los com pouca comida e pouca água para serem conduzidos ao extremo de suas emoções.

Algumas regras eram impostas nessa jornada, os participantes em caso de desistência deveriam se dirigir até o terraço e apertar um botão vermelho e dizer para uma câmera os motivos os quais o levaram a querer sair daquele lugar, porém com isso não ganhariam nada. A alimentação seria colocada em uma sala nos subsolos do hospital e para acessá-la teriam que atravessar todo conjunto de salas, corredores, escadarias e maquinários. Cada participante teria a incumbência de ter que ir buscar uma bandeira que estaria colocada em um local pré-estabelecido, pois assim os obrigariam a andar pelas instalações do hospital e a sala de alimentos só seria destravada quando todos achassem sua bandeira e além do mais se pelo menos uma bandeira não fosse encontrada o participante que não a achou, não teria direito ao prêmio. Câmeras estavam por todos os lugares, mas os participantes não sabiam de suas existências, haveria também caixas de som por onde receberiam as instruções do que deveriam fazer. A iluminação do local funcionária normalmente, porém com defasagem de algumas lâmpadas que estavam quebradas ou queimadas. Algumas salas e acessos estariam fechados. A equipe de pesquisadores que era formada de psicólogos e psiquiatras, era quem monitoraria os candidatos a pacientes, com supervisão dos contratantes. Caso não comprimento de alguma regra, o participante seria eliminado e não receberia o valor que lhe estava assegurado ao final de tudo.

MEDO - O Pesado RealOnde histórias criam vida. Descubra agora