Capítulo 2 - A Personificação dos Medos

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A pessoa entre os aparelhos foi se revelando e era um homem alto que usava um suéter listrado com vermelho e preto, e chapéu, sua cara era deformada, como se estivesse sido toda queimada, em uma das suas mãos tinham navalhas nos dedos. Ele a olhou e a chamou mostrando aquelas navalhas. Denise gritou de horror, tentou correr, mas não sabia para onde, correu para trás de algumas aparelhagens e tentou se esconder, se abaixando, mas mesmo abaixada podia ver a figura vindo para sua direção, ela gritou histericamente por ajuda, clamando por socorro. De olhos fechados sentiu alguém pegando no seu braço e ela se debateu freneticamente.

- Denise calma, sou eu, Jefferson – disse segurando os braços dela, tentado a acalmar.

- Graças a Deus – suspirou chorando, mas se sentindo aliviada.

- O que aconteceu? O que houve? – perguntou Jefferson assustado com o estado emocional dela.

- Eu não sei direito, apenas vi algo que eu não gostaria de ver, não sei como isso pode ter acontecido, devo estar alucinando, esse lugar nos deixa vulnerável a expandir nossos medos.

- O que você viu Denise? Ouvi você gritando, estava pelas escadas no andar de cima e corri para te ajudar, não encontrei nenhuma bandeira no meu caminho.

- Vi o meu maior medo, eu ia te contar sobre isso quando Michelle chegou - respondeu gaguejando e pálida.

- Tem razão, vamos sair daqui e você me conta direto durante o caminho de volta para a sala de partida – disse rapidamente.

Denise começou contar para Jefferson sobre seu medo, contou que quando era criança existiam alguns filmes chamados de 'O Pesadelo', os quais contavam a história de um homem que se chamava Freddy Krueger, um assassino de crianças e adolescentes, que foi morto sendo queimado vivo pelos pais das crianças que ele assassinara e abusara, porém após mesmo morto voltou a atacar as crianças e adolescentes invadindo os seus sonhos, tornando-os um grande pesadelo. Ele tinha o poder de controlar os sonhos das pessoas e matá-las durante o sono no mundo real. Denise disse para Jefferson que sabia que tudo aquilo era ficção e nunca imaginava o ver na realidade. Jefferson disse para ela que o que ela viu não passou de um sonho acordado, pois estavam ali naquele lugar estranho e coisas do tipo poderia acontecer. Ela assentiu e parecia estar mais calma, então o indagou sobre seu medo e ele apenas riu.

- Por que está rindo? Conte-me qual é seu medo? – indagou Denise.

- Você vai me achar um bobo – riu. – Mas eu tenho medo de aranhas e escuro. Sabe, tenho aracnofobia e nictofobia. Ainda bem que não vi nenhuma aranha por aqui e espero não vê-las. E essa lanterna – passou a luz da lanterna na cara – me deixa mais tranquilo em relação a essa escuridão.

- Seu medo não é bobo, conheço muita gente que tem medo de aranhas e de escuro também. Tive um primo que ele não podia ver nem aquelas aranhas bem pequenas que comem moscas que ele já ficava apavorado.

- Ha! Ha! – riu alto. – Eu também sou assim, acho que até pior. Mudando de assunto, onde será que Michele está? Até agora não voltou.

- Aquela patricinha deve ter achado alguma diversão por ai – riu Denise.

Os dois já estavam na sala que funcionava como quarto e Michele ainda estava caminhando pelos corredores, ela estava perdida e não sabia como voltar para a sala de onde estava com os outros, ela estava com uma expressão de horror em seu rosto, suava e bebia mais um gole da água que levara em sua garrafinha. Ela chamava por alguém para ajudá-la, mas ninguém lhe respondia. Ouviu uma leve gargalhada que vinha ao fim do corredor, chamou novamente por alguém ali, mas o silêncio imperou desta vez. Caminhou lentamente pelo corredor, decidida a ir à direção de onde veio a gargalhada, até que viu uma mão vestindo uma luva branca que ia surgindo aos poucos segurando a quina da parede. Michele deu um passo para trás, amedrontada e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Recuava mais enquanto o dono daquela mão ia surgindo. Era um palhaço horroroso, alto, de macacão preto com listras brancas e amarelas, um grande sapato vermelho e sua cara tinha feições medonhas, com uma maquiagem de cara branca, mas com o entorno dos olhos pretos, nariz pintado de preto também e sua boca era vermelha, mas que parecia ter sido desenhada com sangue.O palhaço sorria macabramente e esboçava um aspecto ruim. Michele gritou e começou correr pelo corredor, tentando escapar daquele palhaço macabro, tentou entrar em uma sala que estava trancada, não conseguiu e prosseguiu correndo, quando virou o corredor, deu de cara com outro palhaço. Ela deu um esbarrão nele e caiu no chão, ele abaixou e sorrindo segurou em suas pernas e a puxou para junto a ele. Michele gritava, até que ouviu o palhaço falando.

MEDO - O Pesado RealOnde histórias criam vida. Descubra agora