Capítulo 5 - O Pesadelo é Real

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Caminhando por algum tempo com cautela e medo pela escuridão da caverna, exausta, sentindo-se fraca e sem saber o que poderia encontrar, Denise ouviu alguns gemidos vindos de bem longe, como se alguém estivesse sendo torturado, eram gritos de dor e súplicas. Seu coração palpitou mais forte, o medo se tornou maior, pois não sabia o que poderia encontrar pela frente, se era algo real ou criado pela sua mente. Mas ela precisava sair daquele lugar, Samuel tinha lhe ajudado a escapar de dentro do hospital e agora precisava encontrar a saída da caverna. Os gemidos e gritos de dor ecoavam mais altos pelos túneis da caverna, ela seguiu em direção aos gritos, pois alguém poderia estar precisando de sua ajuda, ela foi ajudada e sentia-se na obrigação de ajudar também. Entre os gritos de dor, ouviu também risos, gargalhadas, como se algumas pessoas estivessem se divertindo com a dor que o outro sentia.

Ao chegar mais perto da direção que vinham os gritos, Denise se escondera atrás de um monte de pedras e viu que quem estava sendo torturado era Bernardo, e não era um dos capangas com roupa de enfermeiro quem estava lhe causando a tortura, era Jefferson quem estava torturando Bernardo que estava amarrado com as mãos para trás, sentado ao chão de cabeça baixa e sangrando. Perto deles, um dos homens de terno se divertia junto com dois capangas ao ver Jefferson torturando Bernardo com pedradas. O local era iluminado por uma luz precária e fraca. Enquanto Jefferson jogava pedras em direção a Bernardo, ele gritava indagando para sim mesmo por que aquelas aranhas não morriam, mas não havia aranha nenhuma aparentemente à vista, ele estava alucinando novamente, seu estado era deplorável. 

Denise não via mais possibilidade de sair daquele local sem antes fazer algo para ajudar Bernardo e a Jefferson, ela tinha que arrancar aquele dispositivo preso ao peito deles e assim teriam alguma chance de sair daquele lugar sem um colocar a vida do outro em risco. Denise estava prestes a sair do esconderijo, quando colocou a mão em algumas coisas que primeiramente achou que eram pedras de vários formatos, mas quando levantou uma delas para ver melhor, era um crânio humano, o local estava cheio de ossos humanos e parecia que bem próximo atrás das pedras ainda tinham alguns corpo sem decomposição, que pareciam estar apenas alguns poucos meses ali. Ela quase gritou, mas engoliu o grito e as lágrimas rolaram por seu rosto, sujo e apavorado, uma tristeza imensa invadiu seu ser, o medo era real, tudo aquilo era real, embora tivesse alucinado algumas vezes, o perigo era real, ela estava prestes a se relevar e pedir para que parassem com aquilo, pois era enlouquecedor ver o sofrimento de Bernardo e ver Jefferson sendo usado como objeto de tortura, ela queria de alguma forma impedir que Jefferson continuasse apedrejando a Bernardo, mas quando estava prestes a sair de seu esconderijo, os homens tomaram uma atitude inesperada.

- Já chega– disse o homem de terno. – Vamos deixar um pouco da diversão para amanhã. Já vimos muita coisa hoje e foi melhor do que imaginamos – riu.

- E o que faremos com eles? – Questionou o outro homem com roupa de enfermeiro.

- Deixe-nos aqui, amarrem-nos, pois pensando bem não quero que se matem e amanhã voltaremos para nos divertirmos mais um pouco.

- E por que não os levamos de volta para o hospital?

- Ainda temos que encontrar aquela mulher e preparar o hospital para um novo grupo, limpar todo aquele sangue e trazer os corpos dos outros para cá.

- Ok, senhor – consentiu o enfermeiro amarrando Jefferson com a ajuda do outro.

- Precisamos apenas dosar melhor a quantidade de química na água, pois não queremos que a diversão acabe tão breve quanto foi hoje.

Os homens saíram e deixaram Bernardo e Jefferson amarrados. Denise esperou até não ver mais ninguém, se espreitou até onde os dois estavam amarrados, antes de tentar desamarrá-los, pegou no dispositivo que estava à mostra no peito de Bernardo, cujo sua camisa estava rasgada pelas pedradas e arrancou fora, jogando-o ao chão e quebrando com uma pedra. Jefferson estava inquieto e seus olhos estavam arregalados como se estivesse vendo o pior dos terrores. Suas alucinações não permitiam que Denise conseguisse alcançar seu peito e tirar o dispositivo dele. Bernardo que estava apagado, abriu devagar os olhos e chorou ao ver Denise a sua frente, pois sentiu uma ponta de esperança de sair daquela situação.

MEDO - O Pesado RealOnde histórias criam vida. Descubra agora