Esperança [Katsuki Bakugou]

𝐑𝐄𝐄𝐍𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐎

──────𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐨𝐢𝐭𝐨         

Seu corpo sentiu um gélido sopro de ar em seu próprio rosto, a trazendo de volta a sensação mínima de consciência, e as últimas lembranças que tinha correram por sua mente. Sobre a USJ.

Ela já conhecia bem onde estava antes mesmo de abrir os olhos, porque ela já estava familiarizada com aquele "bip bip" do aparelho que monitorava seu ritmo cardíaco.

Tão familiar quanto o ambiente hospitalar, era a presença da figura que sempre a esperava ao lado de sua cama, em todas as recaídas que tivera. A leve esperança de poder estar novamente próxima a aquela figura tão amada por ela, culminou seu coração, aumentando a frequência com que os "bips" da máquina soavam.

Então seu coração se acalmou de forma vagarosa, vendo que, não havia ninguém além dela no local.

Ela realmente estava confusa sobre o afastamento repentino de Toshinori, a mais ou menos um ano, mas realmente a surpreendeu o fato de ele não estar lá, porque mesmo que ele não soubesse, o loiro era uma das únicas pessoas que tinham seu apreço, e uma das poucas da qual ela não queria se afastar.

Mas ela não era responsabilidade dele.

E se nem quem deveria ama-la desde seu nascimento, o fez, não poderia pedir para que ele o fizesse, certo?

O barulho da porta sendo aberta abruptamente fez com que ela desse um sobressalto na cama hospitalar.

O jovem médico sorriu de forma envergonhada segurando sua prancheta.

Mas aquele médico, aquele sorriso, aqueles fios albinos bagunçados, ela se perguntou se seria paranoica de considerar aquela hipótese, mas ela tinha certeza de que estava certa, pelo menos daquela vez.

─── Hm, está tudo bem? ─── perguntou simpático após perceber o longo olhar que ela havia o dado. Ela piscou os olhos repetidamente e se ajeitando na cama, para ficar sentada ─── Já faz quanto tempo, zomi? ─── aquilo a pegou surpresa, mesmo que já considerasse a hipótese um tanto arriscada. ─── Porquê você parece que viu um fantasma? Eu quem deveria me assustar.

─── Natsuo?

─── Que foi? ─── era ele, ela sorriu fracamente e desviou o olhar para o próprio cobertor.

─── Eu tô muito atrasada? ─── foi baixo, mas o suficiente para que ele ouvisse.

─── Só quatro anos. ─── ele sorriu e se aproximou ─── Como está seu ombro? Recovery girl passou aqui ontem e hoje, dependendo dos resultados dos exames, acho que poderá receber alta hoje a noite.

Ela desceu um pouco a parte de cima do ombro esquerdo vendo então, aquilo que faria parte de seu corpo, sua nova cicatriz... mais uma pra coleção, sorriu tristemente com o fato.