Capítulo cinquenta e três

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DOIS ANOS E MEIO DEPOIS

Tobias
Evelyn está parada na junção entre os dois mundos. Há marcas de pneu no chão agora, das frequentes idas e vindas de pessoas da margem, que se mudam para dentro e para fora da cidade,ou de pessoas do antigo departamento, indo e vindo do trabalho. A mala dela está apoiada em sua perna, em um dos poços na terra. Ela levanta a mão para me cumprimentar quando me aproximo.
Beija a minha bochecha ao entrar na caminhonete, e eu deixo que ela o faça. Sinto um sorriso se formando no meu rosto e permito que ele fique lá.
- Bem-vinda de volta.
O acordo que eu ofereci a ela há mais de dois anos, e que ela fechou com Johanna pouco depois, era de que deveria deichar a cidade. Agora, tanta coisa mudou em Chicago que não vejo porque Evelyn não poderia voltar, e ela também não. Embora tenham se passado dois anos, ela parece mais jovem, tem o rosto mais cheio e o sorriso mais largo. O tempo fora da cidade lhe fez bem.
- Como estão as coisas com Tris? - pergunta ela.
- Tudo ótimo. - respondo - Ela está no último mês da gestação e é uma menina, mas ainda não sabemos qual nome daremos à ela.
- Que coisa boa, uma netinha! - fala ela contente.
Evelyn pousa a mão meu ombro e olha para os campos do lado de fora. As plantações que costumavam se limitar às áreas ao redor da sede da Amizade se espalharam e continuam a se espalhar por todo o terreno ao redor da cidade. Às vezes, sinto saudade do terreno desolado e vazio. Mas agora não me importo em dirigir por entre as fileiras e mais fileiras de milho e trigo. Vejo pessoas entre as plantas, conferindo os solos com aparelhos manuais desenvolvidos pelos antigos cientistas do Departamento. Elas vestem vermelho, azul, verde e roxo.
- como é viver aqui sem as facções? - pergunta Evelyn.
- É muito normal - digo. Sorrio para ela. - você vai adorar.
Levo Evelyn para o apartamento onde eu e Tris moramos, ao norte do rio. Fica em um dos andares mais baixos, mas através de muitas janelas, consigo ver a vasta extensão de prédios. Fomos uns dos primeiros colonizadores de Chicago; portanto, tivemos a oportunidade de escolhermos onde queríamos morar. Zeke, Uriah, Hanna, Shauna, Christina, Amah e George escolheram viver nos andares mais altos do edifício Hancock, e Caleb e Cara, que agora estão namorando, se mudaram de volta para os apartamentos perto do Millenium Park, mas vim para cá porque é lindo aqui e porque não fica perto de nenhuma das minhas duas antigas casas.
- Meu vizinho é um especialista em história. Ele veio da margem - digo enquanto espero Tris abrir a porta. - Ele chama Chicago de " quarta cidade", porque ela foi destruída por um incêndio, há muito tempo, depois pela Guerra de Pureza, e agora estamos tentando colonizar a cidade pela quarta vez.
- A quarta cidade - repete Evelyn quando Tris abre a porta. - Gostei.
- Oi, Evelyn - fala Tris.
- Olá Tris, obrigada por me deixar ficar com vocês por um tempo. Prometo que encontrarei outro lugar em breve.
- Sem problema - diz ela abrindo um sorriso com a boca fechada. Acho que Tris ainda desconfia de Evelyn, ela têm motivos.
- Entrem - continua ela.
- Hey - falo lhe dando um beijo.
- Oi amor - ela me retribui o beijo. - o quarto já está organizado é só guardar as coisas.
- Como está nossa princesa?
- Tenho certeza de que seria da Audácia, ela é muito inquieta! - nós dois rimos.
Levo a mala de Evelyn e lhe mostro o quarto. Tris está terminando de preparar o almoço, o cheiro é ótimo. Mesmo que agora ela seja dona de casa e futuramente mãe ainda é aquela Tris que eu guardei sua divergência e a protegi apesar de todos os riscos.
Ainda é a Tris que eu amava.
Ainda é a Tris que eu amo.

+++

Uma semana depois Tris sente as contrações do parto, é meia noite e ela nasce.
- Que tal a chamar-mos de Natalie? - Tris pergunta com a nossa filha no braço - era o nome verdadeiro da minha mãe.
Confirmo balançando a cabeça.
- É um ótimo nome!

Convergente- final alternativoOnde histórias criam vida. Descubra agora