Capítulo 2, Conflito e Crença

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Rael Dovahkiin

Alice estava estranha, notei assim que ela chegou. Apenas não acreditei que ela fosse se juntar a esses terroristas disfarçados de sacerdote. O rei me disse que o Papa da Igreja Sotetiana possui controle mental sobre uma grande quantidade de pessoas, mas que é fraca demais para influenciar diretamente.  Mas isso... Aquilo era insano. Alice realmente apontou sua lança contra mim, com olhar nervoso e amedrontado. - Alice, isso é loucura, não tem que fazer isso! Porquê levantar sua lança contra mim? O quê a fez assim?! - Tentei a acalmar, não conseguia compreender. Era o controle mental a fazendo reagir ofensivamente? Seja como for, mal tive tempo de pensar. Com um único chute em meu peito, fui jogado pela janela. Ela estava muito mais forte do que na primeira vez que lutamos. Ela se aproximou com sua lança e tentou fincá-la em meu peito, mas rolei a tempo de não ser acertado. E lá estávamos, num jogo de encarar maluco e sem sentido, vendo quem ia atacar primeiro. Saquei minha espada mais preciosa, Respirar do Dragão e apontei contra ela. - Alice! Acorde! O que fará? Sua filha ficará sozinha! Ela só tem oito anos! -  Parecia não adiantar, ela avançou contra mim e eu me defendi da lâmina de sua lança e contra-ataquei com um chute nas costelas. Ela fervia, seu mana explodia ao redor de seu corpo, meus ataques eram fracos. Me vi obrigado a usar minha técnica mais forte, não apenas pois não era capaz de derrotá-la, mas sim pois queria acabar rápido com aquilo. Era minha melhor amiga. Meu corpo ficara envolto em chamas, minha cabeça protegida por um elmo de fogo e asas flamejantes surgiram atrás de mim. - Armadura do Arcanjo. - Susssurrei durante a conjuração. Ela se fortaleceu, veias mágica surgiram em sua pele, mostrando que estava absorvendo muito mais do que era capaz de aguentar. - Ela vai morrer, desse jeito. -  Disse a mim mesmo, entristecido. Era uma maneira dolorosa de morrer, muito mesmo. Não podia deixá-la assim. Juntei minha força de vontade despedaçada e avancei contra Alice, que revidou igualmente, repetidamente. Estávamos ficando cansados, ela mais do que eu. Dei meu avanço final e, por um momento, ela não tentou revidar. Empalei seu peito com minha espada e mal contive as lágrimas. O sangue começou a escorrer por minha lâmina e ela soltou sua lança, fraca. - Rael... Obrigada por não me deixar sofrer. Desculpe... Não fui.. Forte o bastante. - Sua voz rouca e quase sem vida ficou cada vez mais baixa. Seu olhar vazio já me dizia: Alice está morta. Eu a havia matado, tudo aquilo... Eu apenas desejei que fosse um grande pesadelo. Era só isso, um pesadelo. Dei um tapa em meu rosto conforme minha armadura desaparecia, tentando despertar. Ajoelhei em frente ao corpo dela e chorei, caí em lágrimas. - Por quê? Porquê tinha de ser você? - Disse ao absoluto nada, em prantos. Após alguns minutos, me levantei e a enterrei, fazendo uma oração em seu nome. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ouvi a voz doce e alegre de Kiara nos fundos. Meu coração apertou. - Mamãe! Mamãe! Eu achei uma joaninha e... e...Ela voou! - Disse a pequena, tentando pegar de volta a joaninha, até notar que sua mãe não estava comigo. Kiara se aproximou devagar e, quando estava perto o bastante, a abracei, segurando minhas lágrimas. - Onde está a mamãe? - Disse, antes de notar o amontoado de terra mexida e a lança de sua mãe fincada na terra. Coloquei o colar de Alice em Kiara e, logo, a menina entendeu. Seus olhos se encheram de lágrimas. A pequenina me abraçou com força, derramando-se em lágrimas. - Me desculpe, pequena... - tentei confortá-la, mas mal me continha também. Senti que aquilo era culpa minha. 


- Mamãe! - Chorava Kiara, e assim ficou por vários minutos. 

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