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— Leve minha alma, Barbatos!? — Aquela voz chorosa berrou contra o vento. — Humilhe-me! Queime-me! E jogue-me para o pior dos infernos! Eu não mereço viver.
Suas dolorosas súplicas foram interrompidas pelo som desafinado de uma lira. Dedos esbranquiçados e delicados entravam em contato com as cordas do instrumento de forma amável, era um garoto pequeno e trançado, qualquer um poderia dizer que ele tem 12 anos, mas ela certamente sabia que ele era um homem mais velho. Há muito tempo ela o vê tropeçando em seus próprios calcanhares por conta do álcool.
"Bardo idiota..." Ela pigarreou a procura de sua atenção, apenas para ele estar ciente que não estava sozinho ali.
— Barbatos!? — Ela chorou mais alto, mas aquele músico estúpido lançou-lhe um desafio.
Quem seria mais barulhento?
— Estou tentando me redimir com meu Arconte, você poderia calar esta lira inútil? — Ela apertou os punhos.
— Ela não fala. — Ele sorriu gentil.
Oh! Ele estava a procura de briga.
Mas [Nome] não daria este prazer a ele, não em seu último dia na terra. Puxou sua saia esbranquiçada e moveu-se para uma rocha mais adiante, longe do bardo.
— Agora sim. — A garota se ajoelhou contra a rocha, juntou suas mãos em sinal de oração e voltou a suplicar. — Barbatos, eu sou uma pecadora!? — E novamente um som de lira, desta vez, não desafinado.
— O que acha? Melhorei neste meio tempo que você se afastou. — [Nome] puxou uma pequena maçã de um galho próximo e atirou no bardo.
— Não sei se percebeu, mas eu estou prestes a morrer! Deixe-me ter uma conversa séria com meu arconte antes de descer para o pior dos tormentos existentes.
— Caramba! Que vida dura. — Ele escalou a rocha, acomodando-se ao lado da garota. — Pode continuar, não tocarei até que você termine.
Ela deu de ombros para o bêbado que a observava e voltou a suas orações. — Barbatos!? — A lira novamente.
— Desculpa, não me contive.
— Arcontes, — Ela balançou a cabeça em decepção. — está me enviando um sinal que meu pecado não será o suicídio e sim o assassinato? Diga-me, Barbatos!
— Ehe, — Ela se aproximou mais da garota. — diga-me, por que deseja morrer?
