Zayn recebeu alta naquela madrugada. A médica insistiu que o paciente devia conversar com o psiquiatra do hospital, mas Louis conseguia insistir mais. Sabia que o que o amigo mais precisava naquele momento era de sua casa, de seu conforto.
Trisha não tinha sido avisada sobre o acontecido porque o filho achava melhor assim. Da casa, apenas quem sabia era Elsie e Waliyha por motivos de terem presenciado.
Os quatro garotos estavam em silêncio no carro de Harry, que era quem dirigia. O destino era a casa dos Tomlinson. Zayn estava com a cabeça no ombro de Liam com seus dedos entrelaçados sobre o colo. Ninguém parecia disposto a iniciar qualquer assunto, a tensão era maior do que tudo. Então era isso. A única coisa que Louis disse era que Liam e Zayn poderiam dormir em seu quarto, já que ele e Harry não ligavam de ficar na sala.
Payne concordou e agradeceu, segurando firmemente na cintura de Zayn que ainda não estava totalmente equilibrado. Quando chegaram ao quarto só se deram tempo de tirar os sapatos e deitar abraçados antes de adormecer.
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Na manhã seguinte Liam foi o primeiro a acordar. Zayn ainda tinha as pernas entrelaçadas às suas, assim como suas mãos. Payne quis chorar, mas se limitou a sorrir e beijou o topo da cabeça do menor. Ele não conseguia acreditar que todo aquele inferno tinha acontecido na noite anterior, que quase perdeu o cara que amava, porque porra, Liam o amava com certeza. E não se arrependia de ter admitido isso naquelas condições. Foi espontâneo, assim que tem que ser.
Tal episódio o fez se lembrar de quando tinha oito anos de idade. Ele não entendia muita coisa sobre a morte, quase nada para falar a verdade, mas concluiu em sua própria cabeça que quando alguém morria, significava que você nunca mais veria a pessoa. Foi o que aconteceu com seu avô.
A morte faz parte da vida. Sr. Russel, pai de seu pai, costumava dizer que a única certeza que se tinha na vida era de que algum dia morreria. Ele estava certo, com certeza estava, mas Liam achava que a morte deveria ser algo natural, e não induzido.
"Liam?" A voz rouca de Zayn soou, arrancando Liam de seus devaneios.
"Sou eu." Respondeu.
"Onde a gente ta?" Levantou a cabeça, olhando em volta.
"No quarto do Louis."
"Não tava reconhecendo." Voltou a deitar a cabeça no peito de Liam, levando um tempo até tornar a falar. "Eu te devo explicações, não é?"
"Não é uma dívida." Estendeu a sílaba tônica. "Quero que saiba que você pode confiar em mim pra falar sobre todas as coisas. Posso não concordar, mas também não julgo."
"Eu já tentei, eu juro." Sua voz foi ficando mais baixa, mas nada que Liam não conseguisse escutar.
"Tenta de novo, to aqui pra te ouvir." Passou a acariciar a pele exposta da cintura de Zayn.
"Certo." Se ajeitou no abraço. "Tudo começou quando meus pais se separaram. Eu tinha uns quatorze anos. Meu pai se mudou pra Londres desde e eu só podia ir para lá nos fins de semana."
"Por que seus pais se separaram?"
"Isso ainda é meio que um mistério, mas eu acho que o amor tinha acabado." Fez uma pausa. "Quando eu tinha uns dezessete, minha mãe levou o cara que é casada agora pra morar com a gente. No início ele era ok comigo, sabe? Fazia o mínimo, mas quando expus minha sexualidade um pequeno inferno começou. Jacob começou a me destratar, me humilhar, sempre quando minha mãe não tava por perto."
"Que filho da puta."
"Por isso eu comecei a mentir pra ela dizendo que ia dormir na casa do Louis, mas eu fugia pra casa do meu pai. A esposa dele, Norah, era a pessoa mais doce, sabe? Vivia me mimando e eu via que não era forçado. Enfim. Um dia Jacob me viu embarcando para Londres e contou pra minha mãe. Eu o odeio tanto, ugh."
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Lay Me Down // Ziam Mayne
ФанфикZayn Malik já havia se acostumado a viver em prol dos outros. Sabia que se dependesse só dele, teria conseguido executar o que julgava certo. Liam Payne não estava ali para preencher o que faltava no copo de Zayn simplesmente, mas sim para fazê-lo t...