31. LONELY

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Zayn subiu as escadas calmamente, a mente vagando sobre coisas aleatórias, até que finalmente chegou ao seu destino. Sua antiga psicóloga tinha os lábios erguidos num pequeno sorriso, enquanto analisava seu paciente.

"Olá, Zayn." Ela disse.

"Olá." Retribuiu, permitindo que a mulher fechasse a porta.

"Pode sentar." Pediu. Pegou seu celular sobre a mesa e sentou na poltrona de frente para Malik. "Não nos vimos por algum tempo, como estão as coisas?"

"Não sei." Cruzou as pernas e passou a fitar os dedos sobre o colo. Ficaram um bom tempo em silêncio.

"Tudo bem. Louis me ligou e me contou um pouco do que aconteceu, quer me contar do seu ponto de vista?"

"Eu tava triste." Começou a falar. "Frustrado, cansado, e resolvi me drogar pra pôr um ponto final. Não teria mais que me sentir assim, era minha única solução."

"Agora você enxerga isso como solução?"

"De certa forma."

Silêncio.

"E o que mais passou pela sua cabeça naquela hora?"

"Eu tomei de madrugada, esperei Waliyha dormir, mas o efeito só veio depois. Demorou tanto que reforcei a dose depois tentando adiantar."

"Você tomou o que?"

"Tudo o que encontrei." Suspirou. Zayn odiava falar sobre aquilo. "Na hora eu fiquei meio tonto e até dormi um pouco, mas depois parecia que eu não tinha tomado nada."

Uma pausa.

"Então eu repeti a dose."

"Você tinha como objetivo chegar ao óbito, ou volta naquela questão de tentar acordar pra vida?"

"Eu queria sumir, queria nunca ter nascido. O medo nem era de morrer, mas de deixar as pessoas, delas sofrerem com a minha ausência."

"Então a culpa te impediu?"

"Claro que não. A quantidade de comprimidos que eu tomei poderia ter me matado de overdose, mas Louis sempre pressente. Sempre."

"Ele me disse que precisou arrombar a porta do seu quarto."

"Essa parte eu não sei porque já tinha desmaiado. Eu só lembro de ter acordado num leito no hospital."

"Uhum."

"Eu meio que entrei em pânico e comecei a chorar porque porra, não tinha dado certo, e eu me sentia muito pior do que antes." Olhou para a psicóloga. "Vários médicos foram até mim, perguntaram o que eu tava sentido, mas eu só conseguia chorar e gritar."

"Continua."

"Quando consegui me acalmar com Louis me abraçando, eu vomitei minha alma no chão. Tanto que chegaram momentos que eu achei que fosse morrer sem ar, mas naquela hora a vontade já tinha passado."

"Você se arrependeu?"

"Não." Respondeu simplesmente.

"Faria de novo?"

"Não sei." Voltou a fitar seus dedos.

"Certo. O que aconteceu de bom na sua vida desde que paramos de conversar toda semana?"

"Uhm. Eu to namorando." Disse mais como uma interrogação, fazendo a mulher arquear uma sobrancelha.

"Não tem certeza?"

"Ele pediu um tempo, mas não foi por minha causa. Quer dizer, ele disse que não."

"Você confia nele?"

Lay Me Down // Ziam MayneOnde histórias criam vida. Descubra agora