A ideia dessa OS nasceu quando soubemos que haveria uma discussão entre Lêonidas e Heloísa após a confissão de Matias.
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Os pensamentos de Heloísa estavam conturbados e seu coração estava pesado. Era a primeira vez que se desentendia com Leônidas desde que estavam juntos. Claro que o motivo foi o doido do Matias. Uma coisa era fato, ela não suportava mais a presença desse homem, mas Leônidas se recusava a tomar qualquer atitude que os afastasse dele.
Após a discussão Heloísa foi para o banho e logo se deitou na cama que dividia com o marido. Estava chateada. Sua vontade era dormir antes que ele viesse se deitar, pois não queria conversar hoje. Ouviu quando a porta do quarto se abriu e Leônidas remexeu nos armários para pegar suas roupas e objetos para o banho. Não se virou para que ele não visse que ainda estava acordada e o homem também não disse nada.
Quando ele retornou ao quarto Heloísa continuava na mesma posição, apenas a fronha de seu travesseiro estava um pouco mais molhada pelas lágrimas. Sentiu o cheiro do sabonete e da colônia do marido quando ele se aproximou ficando de pé ao lado da cama.
- Minha rosa... - Ele a chamou como sempre fazia e seu coração doeu um pouco mais. - Precisamos conversar. - A forma com que Leônidas falava não era autoritária, muito pelo contrário, demonstrava o mesmo carinho que ele sempre tinha quando conversavam.
- Não sei se quero conversar hoje, Leônidas. - resmungou chorosa.
Heloísa sabia que sua voz a trairia e ele perceberia como ela estava triste.
- Acha melhor que eu durma no quarto de hóspedes? - O homem perguntou após um longo suspiro.
Heloísa se assustou e se sentou rapidamente. - Como assim, Leônidas? Você quer dormir no quarto de hóspedes? - Ela não acreditava no que estava ouvindo.
- Heloísa, eu te chamei para conversar e você não quer. Está deitada e não me olha. Pensei que não me quisesse aqui essa noite. - Leônidas levou a mão aos cabelos, confuso.
- Nunca mais pense nisso, Leônidas! Nunca mais! Eu não quero que você fique longe de mim. Só estou triste. - Heloísa segurou a mão dele e o puxou fazendo com que ele se sentasse na cama.
- Eu também não quero dormir longe de você. - Leônidas tocou o rosto dela com a ponta dos dedos secando as lágrimas que caíam em seu rosto. - Não chore, meu amor.
- Eu estou muito sensível hoje, Leônidas. - Heloísa fechou os olhos sentindo os dedos dele em seu rosto.
- Me desculpa, minha rosa. - Ele pediu a fazendo abrir os olhos. - Eu não devia ter te pedido para olhar o doutor Matias.
- Não devia mesmo, porque eu não suporto mais esse homem.
- Eu sei.
- Mas pelo menos para alguma coisa serviu. Fizemos ele confessar o que fez. - Heloísa conseguiu sorrir fraco.
- De uma maneira que eu não aprovo, mas já está feito. Agora vem aqui. - Leônidas a puxou para perto a abraçando. - Eu não quero você se expondo desse forma. Você coloca em risco sua vida, sua saúde e a saúde do nosso filho. - Leônidas acariciou a barriga protuberante de sua esposa.
- Eu não consigo ficar quieta, Leônidas. - Ela confessou. - Eu tento sossegar, mas sempre aparece alguma coisa.
- Quando não aparece você mesma procura. - Leônidas depositou um beijo carinhoso na cabeça de sua esposa. - Eu não quero que nada aconteça, minha rosa.
- Eu sei. Mas às vezes parece que você se preocupa mais com o doido que comigo. - Disse chorosa.
- Não é nada disso. São situações completamente diferentes. O doutor é esquizofrênico, ele tem uma doença instalada e não responde pelos seus atos. - O homem explicou.
- Eu não quero entrar nessa discussão, ou vamos ficar a noite toda falando sobre o que eu acho e sobre o que você acha sobre essa situação.
- E você quer falar sobre o quê? - Leônidas aproximou seu rosto do dela e Heloísa deixou os olhos verdes hipnotizarem seus olhos castanhos.
- Não quero falar sobre nada. - A costureira levou a mão aos cabelos dele mergulhando os dedos por entre os cachos. - Quero fazer algumas coisas que inclusive, faz um tempinho que não fazemos.
- Heloísa... você sabe que não quero te machucar e nem machucar nosso filho. - Leônidas segurou o rosto dela com as duas mãos a encarando com firmeza.
- Não vai nos machucar. O doutor Ambrósio não proibiu relações sexuais. - Ela insistiu. - Desse jeito eu vou achar que você não me quer. Que perdeu o desejo por eu estar grávida.
- Nunca repita isso! - Ele pareceu ofendido. - Eu te desejo todos os dias da mesma forma. Parece que a cada dia te amo e te desejo mais, se é que isso é possível.
- Eu também te amo.
Leônidas deixou seus receios de lado, puxou Heloísa e a beijou com avidez. Era fato que estava evitando tocá-la muito. Ele realmente sentia medo de fazer algo que prejudicasse a gravidez. Por mais que amasse Heloísa mais que tudo não queria que nada acontecesse.
- Eu te quero muito, Leônidas. - Heloísa sussurrou enquanto retirava a camiseta dele.
- Eu também te quero, não imagina o quanto.
As roupas foram retiradas e os toques e carinhos se intensificaram. Mesmo com todo o cuidado possível o momento foi tão intenso quanto das outras vezes. A entrega, o amor, a sincronia dos seus atos trazia à tona todo amor e desejo que os assolava. Seus corpos encontraram a melhor forma e a posição que os satisfizesse e não incomodasse. O prazer foi intenso e quando o êxtase os atingiu estavam felizes e saciados.
- Lêonidas... - Heloísa estava nua aninhada nos braços de seu amado.
- O que foi, meu amor? - Ele disse num sussurro.
- Você iria mesmo para o quarto de hóspedes?
- Se você me pedisse eu iria, minha rosa. - disse acariciando os cabelos de sua amada.
- Não iria nem bater o pé e se negar a ir? - Insistiu ela.
- Você sabe que eu sou muito cadelo seu, não sabe? Faço tudo que me pedir.
- Eu sei meu amor, eu sei.
Os dois sorriram e Lêonidas a apertou um pouco mais forte. Ele não era o tipo totalmente protetor, nunca quis que ela se prendesse a ele contra sua vontade. Sempre a deixara livre. Era fato que havia insistido bastante durante dez anos, mas nunca forçou a barra. Ele sempre quis que ela se abrisse para o amor e fez de tudo a seu alcance para que isso acontecesse.