Natália e legião urbana.

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Os Brasileiros sempre gostaram de uma boa praia, e um sol quente. Marcela não se sentia tão brasileira assim, não por ser sempre tão alegre e gostar de estar por aí andando pela praia sorrindo sem se importar se babacas estariam lhe olhando de forma maliciosa. — tinha inseguranças. Quando voltava para casa sem ao se quer ter entrado na água da praia, sentia sua mãe lhe olhar de forma confusa. Sem querer dar-lhe explicação alguma apenas entrou em seu quarto.

Estavam no ano 2000, era janeiro e estava quente pra caramba, ainda mais quando se tratava de morar no rio de janeiro.
As vezes pensava do clima quente, e das ondas, mas na realidade só gostava mesmo de fugir da sua realidade desastrosa. E sua fuga, era olhar as ondas.

Quando pisou na areia, depois de horas na escola era seu último ano do ensino médio, pensar na faculdade fazia a deixar ainda mais querer fugir de sua realidade. Perdida nos pensamentos que invadiam sua mente, se quer notou alguém sentar ao seu lado. Era uma garota, ela tinha traços finos, e um rosto oval com tom mais bronzeado e cabelos cacheados como caramelos, muito linda.
Ela vestia um biquíni simples, e podia se notar uma tatuagem de borboleta no quadril. Ela tinha um corpo tão robusto e com belas pernas grossas bronzeadas, que admirou tanto se sentindo um dos caras maliciosos que a olhavam como se fosse um pedaço de carne que depois jogariam fora.

Por instinto, sentiu raiva. Odiava a forma como mulheres eram sempre tratadas, e sem querer se viu olhando para o indivíduo com ódio nos olhos fazendo-o desviar no mesmo instante.
Ela era bonita demais para ser admirada por um cafajeste nojento como aquele.

Ela tinha um iPad nas mãos e dava para ouvir no fone, que ela estava escutando legião urbana.

hoje a noite não tem luar?, adoro essa — Marcela decidiu puxar assunto, assim que ela lhe olhou de volta.

Seus olhos eram castanhos escuros, sua pele do rosto era tão bronzeada e bonita, que seus cabelos mel voando com o vento a deixava ainda mais bela.
Ela lhe olhou.

— também adoro apesar, me chamo Natália e você? — ela se apresenta com o sorriso mais lindo que já havia visto.

— Marcela

— sempre te vejo aqui, você não curte muito a praia? — pergunta curiosa

— é da pra perceber — da de ombros — afinal como me conhece?

Ela ri.

— meu pai trabalha naquela barraca de água de coco, então na maioria das vezes o ajudo. sempre a vejo sentada aqui.

Ela assentiu

— hum. Você quer dar uma volta comigo? Além de te oferecer água de coco de graça — ela oferece rindo de forma sugestiva.

Marcela fica surpresa, mas mesmo assim assente.

»

Já faziam alguns dias que elas viraram amigas, mas Marcela não podia dizer ao certo se era uma amizade. vindo da sua parte, — de fato estava gostando de Natália.
Estava escuro, e as ondas pareciam ficar ainda mais bonitas no ponto de vista de Marcela.
As ondas transmitiam através da água o céu iluminado do verão. Era tão lindo. Admirava como a natureza, a terra a água era uma coisa impressionante e apaixonante.

Natália tinha os pés na água, enquanto seus cabelos estavam espalhado na areia da praia deitada de forma largada. Ela era linda demais aos olhos de Marcela. O barulho das ondas apenas permitiam as mesmas a admirarem em silêncio.
E tudo que ambas sabiam fazer era escuta-las.

Quando iria dizer algo, Natália rapidamente levantou a cabeça da areia fazendo a ficar ainda mais próxima, que se encolheu.
Ela tinha um olhar pensativo.
Marcela não conseguia a descrever.

— terminei meu relacionamento ontem, com o Gabriel. — ela diz de forma suave, como se aquilo pra ela fosse um livramento.

— oh, por isso está tão quieta hoje — Marcela soou sincera pronta a ajudar em qualquer confusão mental de sentimentos que ela estivesse. — como tem se sentido em relação ao término? Por que tão de repente? — pergunta cuidadosa.

Ela sorri, pegando um pouco de areia e brincando com a mesma como se fosse uma ampulheta do tempo, escorrendo por seus dedos enquanto dita:

— nosso relacionamento já estava acabado faz tempo, desde o dia que descobri que ele me traiu — e assim ela solta a areia como se aquilo, que estivesse em suas mãos, fosse uma confissão de anos que ela mantinha dentro dela.

Marcela a olha triste.

— sinto muito.

— na verdade faz uns dois anos para ser sincera, mas decidi continuar por que eu ainda amava ele, e tinha esperanças que ele mudasse, de verdade eu tinha. — confessa agora, esticando os braços um de cada lado na areia se apoiando e assim seus belos cabelos mel caem devagar ao seu apoio. parecendo feliz e confiante.

Ambas desviam para as ondas que veio devagar, molhando as pernas das duas suavemente.

— e para ser sincera, não foi somente isso que me fez querer terminar — ela continuou devagar parecendo engolir em seco.

Marcela a olhou confusa.

— e o que te fez realmente decidir isso?

Ela se aproximou, as mãos que apoiavam a areia agora tremendo resolveu tocar a bochecha de Marcela que se sentiu tensa, engolindo em seco a olhando de tão perto.

— você, seu jeito, ser corajosa, defender o que é certo, sla apenas seu jeito garota — confessa sorrindo apaixonada, agora acariciando a pele de Marcela que sentiu a bochecha queimar corando.

Marcela a olhou ainda surpresa.

— olha, eu sei que isso pode parecer...

Marcela, não exitou mais, e apenas a beijou.

Ela a beijou como sempre quis ser beijada por alguém que gostasse dela de verdade, já havia beijado em sua adolescência um garoto, mas não com tantos sentimentos como agora. Foi caloroso também. Natália sorriu. E devolveu ainda mais o beijo, fazendo ambas caírem na areia.
Era suave, lento e inexplicável. Os lábios de Natália era como um convite para não sair mais dali.

Se sentia incrível, beijar garotos era gostoso, mas beijar garotas era ainda mais fenomenal.

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