Camélia branca

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   A noite arteniense era sempre amistosa, fosse calma ou festiva, sendo este ultimo o caso atual em que a capital se encontrava. Nas ruas de pedra da cidade, moradores dançavam e se divertiam, haviam flores para todos os lados, música animada, muitas bebidas típica, assim como comidas, que via-se em mãos pequenas de crianças inquietas que brincavam correndo de um lado para o outro. Apesar de não irem ao palacio, tinham tanto apreço pela família real que sempre faziam festivais em cada data de aniversário e ,claro, para a jovem princesa jamais seria diferente. Era um dos charmes de Artena, um presente de seu povo para seus governantes. Uma tradição tão antiga quanto a própria capital.
   Arthur apenas observava das grandes janelas do castelo com um notório sorriso. Sua postura perfeita, com as duas mãos para trás, lhe davam certa imponência, assim como suas vestes. Apesar de ser um cavalheiro – o mais baixo titulo de nobreza – era comum ve-lo com vestes caras e em reuniões importantes, tanto pelo capital que o próprio acumulou em anos servindo a coroa quanto por ser o braço direito do imperador Alexander. Claro que a amizade de anos dos dois criou um forte laço entre eles, tal como uma confiança inabalável, era impossivel separa-los, mesmo depois de adultos. Sabiam suas aflições e felicidades, suas histórias e seus segredos. Quando crianças era comum se unirem para armarem grandes bagunças, as quais geram gargalhadas até nos dias atuais. É costumeiro para eles ouvirem elogios de sua relação de outros nobres, sem sombras de duvidas, era inegável a aproximação entre eles. "Facilmente foram irmãos em outras vidas" era outra frase recorrente, os dois apenas se olhavam e sorriam, uma mania antiga que significava muito.

— E eu achando que já estaria no salão. — a voz de Alex soou brincalhona — Cortejando alguma moça, talvez.

A risada de ambos ecoou pelo largo corredor.

— A tia Claryssa adoraria se isso acontecesse, não? — questionou o loiro.

— Oh, e como! Se tivesse doze filhos, nossa! Mamãe iria a loucura! — o homem riu.

   Sabiam que não era culpa da rainha, possuía uma linda história de amor, a qual a inspirou a vida inteira, o que a fez desejar que seus filhos tivessem uma história tão intensa quanto. Mau sabia a mulher que eles já estavam a vivendo ou, mesmo no caso do próprio loiro, prestes a viver.

— Ainda não acredito que Amalia está tão crescida. — Arthur comentou — Ela era tão pequenina...

— De fato. Eu sou um tanto suspeito a falar, mas minha menininha esta cada dia mais bela e mais sábia. Tenho certeza de que um dia será uma grande imperatriz.

— E você o pai babão. — riu Arthur.

— Como se você não fosse ser o padrinho coruja. — rebateu Alex.

   Sua conversa foi interrompida por Claryssa, que abriu as portas com rapidez, causando um barulho alto que trouxe a atenção dos outros dois direto para ela.

— Pensam que estão fazendo o que aqui? Vamos! Andem! Para o salão! Agora! — dizia a mulher de forma mandona, empurrando os dois para dentro do salão, onde rapidamente obtiveram, no minimo, 80% da atenção.

   O salão, muito bem decorado para o evento, já se encontrava populoso. Haviam patriarcas importantes e suas debutantes, assim como muitas crianças e velhos amigos da guarda de Alex e Arthur, que estavam de recesso, apenas aproveitando a festa. Sem contar pessoas importantes que chegaram junto ao navio da princesa Annika. Todos alienados em suas próprias conversas, mas que, por um instante, pararam para prestigiar a presença de seu imperador e seu braço direito. Desceram as escadarias com um sorriso amistoso, acenando para os mais próximos e, claro, ignorando os suspiros femininos.

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⏰ Última atualização: Nov 14, 2023 ⏰

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