A DANÇARINA

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Sábado a noite. Estou em casa, entediada, sem nenhuma bebida. Resolvo sair, dirigir por aí até encontrar um lugar no qual valha a pena me entreter. Para em um pub no qual nunca entrei antes. Resolvo conhecer. Entro, e logo na recepção recebo uma máscara para os olhos.

-Pra que isso? - pergunto ao recepcionista mascarado que me entrega o objeto.

-Para a sua privacidade. - ele responde, e se oferece pra me ajudar a amarrar.

Devidamente máscara, finalmente entro no pub, e o lugar é completamente diferente do que eu imaginava. É uma casa noturna somente para lésbicas. Diversas mesas com pole dance são ocupadas por mulheres que estão sendo entretidas por dançarinas deslumbrantes.
Encontro uma mesa vazia e me acomodo. Logo uma garçonete se aproxima e pergunta o que desejo.

-Um vinho branco, por favor.

-Gostaria de um show particular, senhora? - pergunta a mulher muito educada, de forma extremamente profissional.

-Claro, por que não? - respondo sorrindo.

-Com licença, volto logo.

Em alguns minutos, tenho em minha mesa uma garrafa de vinho e uma taça já servida. Fico aguardando e observando as mesas a volta. Danças extremamente sensuais por toda parte. Percebo em uma mesa mais afastada que há um casal observando uma moça dançar. Me parece que estão se tocando discretamente por baixo da mesa.
De repente sou chamada a atenção por uma voz rouca e sensual.

-Gostaria se ir para uma sala reservada? Ou quer me ver dançar aqui para você?

A mulher que estava de pé na minha frente, era de uma beleza incomparável. Parecia ter saído de uma pintura, era uma verdadeira obra de arte. Cabelos castanhos levemente encaracolados lhe caíam sobre os ombros. Olhos claros, uma pele tão perfeita que nem parecia ser de verdade. A maquiagem leve lhe dava um ar delicado. Embora a lingerie de renda preta e o sorriso malicioso nos lábios, dissessem o contrário.
Levei alguns segundos para me recuperar daquela visão. Meu rosto deve ter ficado completamente vermelho, pois o calor já havia tomado conta de todo o meu corpo.

-Sente-se, beba uma taça de vinho comigo. - finalmente respondi, fazendo um esforço enorme para falar em um tom suave e tranquilo.

-Não prefere que eu dance? - ela pare eu surpresa com o meu pedido.

-Ainda não, por enquanto quero apenas sua companhia, quero ouvir sua voz mais um pouco. - falei encarando seu olhar e mordendo levemente meus lábios.

Seu sorriso, antes malicioso, agora vinha acompanhando de uma meiguice, o que lhe deixava ainda mais sensual.

-Tudo bem então, se é o que deseja. - a moça respondeu, sentando-se ao meu lado no confortável sofá ao redor da mesa.

Pude sentir seu perfume me invadir as narinas. Que cheiro delicioso. Tudo nessa mulher é encantador.
Fiz sinal para a garçonete trazer mais uma taça e servi-la.

-Como devo te chamar? - notei que ela estava falando com a voz rouca, de propósito.

-Pode chamar pelo meu nome. Luíza. - notei seu semblante mudar. -Pode ficar tranquila, não quero me esconder, não me importo que saibam quem sou. E não precisa se preocupar, se não quiser falar seu nome, está tudo bem.

-É Stéfani. Meu nome mesmo, não é codinome. - ela voltou a sorrir, e dessa vez não tinha malícia, apenas o sorriso, espontâneo e descontraído.

-Muito prazer Stéfani. - respondi erguendo minha taça como um brinde e sorrindo de volta. -Tem um nome tão bonito quanto seu sorriso.

Vi seu rosto ruborizar e seu sorriso ficou ainda mais meigo.

-Obrigada... Aliás, você é muito linda, Luíza, adoraria ver mais do seu rosto, por baixo dessa máscara.

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