Capítulo 7

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Lá estava Pedro, com os seus enormes olhos azuis escuros e uma sofisticada camisa em padrão xadrez, a dar autógrafos aos que assistiram ao seu concerto, o qual tinha tido lugar nessa mesma manhã.
Deu para notar o brilho nos olhos, quer nos seus, quer nos da multidão. Talvez ele fosse bom rapaz, afinal, pensei eu para os meus botões.
Julgo que ele não notou a minha presença, e ainda bem, pois continuava ressentida.

- Joana, achas que ele é... bem... uma pessoa agradável? - Perguntei, de forma tímida e em tom de sussurro.
- Acho que está mais do que clara, depois do que estás a ver, a resposta - Disse ela, retribuindo a minha calma.

E era verdade, a resposta estava diante dos meus olhos.
Talvez, ao fim e ao cabo, eu esteja redondamente enganada e tenha interpretado mal aquele sinal, o qual provavelmente nem existiu e foi só a minha mente traumatizada, já desabituada a lidar com a sociedade, a pregar-me uma partida.

- Diana, queres vir comigo à zona de autógrafos? - Disse ela, com uma mistura de animação e receio. - Antes que arranjes todas as desculpas e, compreensivelmente, digas que não, eu estarei lá para te defender e posso ser o meio de comunicação entre ti e ele.

Não respondi.
O silêncio e a aflição apoderaram-se de mim.
Sabia que ela estava a dizer-mo para me ajudar, para me libertar desta mágoa que sinto desde o concerto, mas não me sentia preparada para arriscar.
Valeria a pena? Ou iria aquele encontro arruinar o pouco de bem-estar que ainda me restava?

Após muito pensar, acabei por acenar com a cabeça que sim.

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