VIII

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S/n estava esgotada. Terrivelmente esgotada por seus "subordinados" não conseguirem realizar uma tarefa direito se quer. Não era a primeira vez e ela duvidava muito que seria a última.

– Devemos ir atrás deles?

– Não.

– Vai deixá-los fugir?! – Um outro marinheiro perguntou – Esse bando pirata tem uma boa recompensa

– Se juntar todos eles não dá nem cem mil

– Isso não é melhor?! Podemos ser promovidos!

– Para ficarem com todo crédito? – Ela bufou abrindo as portas de um pequeno restaurante que com toda certeza tinha comida barata – Se não conseguem dar conta desses, acham que vão pegar alguém de valor maior? – O silêncio se fez presente entre os subordinados – Foi o que eu pensei

Arrancou o grande casaco que tinha escrito "justiça" nas costas e ficou apenas com o uniforme normal logo pedindo por um cardápio e já avisando que não pagaria para ninguém.

Eles não mereciam, não depois de denunciarem ela para Akainu. Não que aquele homem estivesse tanto no pé dela no momento – E isso se devia graças a seu avô, se não, ela já teria perdido o posto de vice almirante. A muito ela poderia ser almirante, mas não tinha akuma no mi, e gostava da visão de Garp sobre servir aos dragões celestiais.

Pediu o básico e encarou a tripulação que achava que ela teria um coração bom como sempre e no final de tudo pagaria, mas dessa vez, S/n realmente tinha levado para o coração.

Ela apenas não cumpriu a ordem de um chamado da destruição.

Certo, não era só "apenas" na visão de marinheiros, Aokiji a deixou encarregada de lidar com uns piratas que atacaram um dragão celestial – Ele era um preguiçoso, mas gostava dele – , foi aí que ela se perguntou por que o almirante a mandou e não o seu comandante? Seu avô?

O almirante deveria ser responsável por isso, mas sabia que o designado estava resolvendo coisas piores – pelo menos era isso na visão deles. Então, por que não deixar a neta do comandante de frota na frente de um ataque que poderá destruir uma ilha inteira?

Não foi o que ela fez. E ela queria se arrepender de não ter feito e ao menos se sentir culpada por isso... mas não conseguia. Eram vidas inocentes, crianças, mulheres, homens que não tinha nada a ver com o acontecimento. Apenas pegou os piratas e os prendeu jogando em Impel Down.

E foi assim, que S/n foi obrigada a escutar de Akainu e do dragão celestial em específico.

Queria mandar todos a merda e socar o dragão celestial também. Mas pediu desculpas, e se odiou por isso.

Depois daquela "reunião" com o dragão, Akainu continuou a falar sobre cortar o mal pela raiz e se que talvez pudessem ter piratas escondidos pelos civis... e ele quase a marcou. Quase a marcou com os punhos de lava e só não conseguiu isso porque Aokiji não deixou. Congelando o punho do almirante.

Nunca mais ela esqueceu daquele dia, em que tinha que fingir e aceitar. Nunca mais ousou baixar a cabeça para Akainu.

Bocejou um pouco e se sentiu extremamente cansada, não só fisicamente mas desejou encontrar uma cama o mais rápido possível depois da refeição.

O banco do lado se moveu. Ela não tinha interesse em olhar, mas sentia que estava sendo observada a cada garfada que dava em sua comida.

– Qual é o problema?! – Assim que olhou o homem arqueou as sobrancelhas – Punhos de fogo

– Ih, você me conhece?

– Não deveria? Você é procurado, e está andando com uma chama em seu dedo

ILY - Portgas D AceOnde histórias criam vida. Descubra agora