O som do despertador me acorda cedo da manhã mesmo eu tendo ido dormir, ou melhor, conseguido adormecer às 3 horas da madrugada. Essa tem sido minha rotina de sono desde que minha mãe morreu de câncer semana passada, sempre foi apenas nós e mais ninguém, nunca conheci meu pai ou minha família, em geral, até porque ela nunca falou sobre. Toda vez que tocava no assunto o semblante doce que predominava na maior parte do tempo ficava frio e duro, quando eu sabia que tinha ultrapassado a linha com minha mãe, mamas tudo mudou com a sua morte, ainda lembro de nossa última conversa como se fosse ontem.
— Marina, minha filha. Sei que nunca falei sobre nossa famíli-
— Mãe, por favor. Você sempre disse que nunca iria ser clichê quando chegasse sua hora de partir. — sorrimos com minha tentativa de aliviar o clima já pesado do leito de hospital onde, era sua casa há alguns meses.
— Sei que disse isso dona Marina Fontes, mas de fato é importante isso que tenho a dizer. Procure sobre a nossa família, talvez esse seja o maior erro que cometi. Eu te amo minha filha. Não cometa o mesmo erro que eu. — ainda não entendo o que ela quis dizer com aquilo, mas não tive a oportunidade de perguntar, pois, ela morreu pouco tempo depois.
Despertei dos meus pensamentos com o latido da minha cadela, e melhor amiga, Anelise (sim, sou uma grande fã da Barbie, ninguém pode me julgar) e lembro que tenho que estar no Museu em menos de 1 hora, então corro contra o tempo.
Sempre fui apaixonada por coisas antigas, tanto que me formei em museologia e hoje trabalho em um dos museus mais reconhecidos da minha cidade. Nada melhor do que trabalhar com aquilo que você ama e pelo menos meu trabalho acabou sendo meu maior conforto nesse período de luto. Cumprimento o segurança gentil que acabei fazendo amizade durante meus anos de trabalho e entro no corredor de entrada, mas paro no caminho da minha sala quando percebo um quadro novo que nunca havia visto antes.Nele, estava a figura de uma mulher que na mesma hora, me causou uma estranha sensação de familiaridade. Senti como se já havia a visto antes, mas era impossível, o quadro era datado do século XIX, não tinha como eu ter encontrado ela nas ruas da cidade esses dias. Mesmo assim, me aproximo do quadro e estendo a mão em um impulso, mas antes de tocar o objeto, escuto meu nome sendo gritado e depois uma escuridão.
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Beyond time
RomanceÉ possível sentir que nasceu na época errada ? Marina sente isso desde sempre mas nunca entendeu realmente. Após a morte de sua mãe, em um dia qualquer em seu trabalho, Marina é transportada para o ano de 1827 e terá que se adaptar a uma época desco...