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{ MEGAN BARRET }
Faz dois dias que eu voltei para casa, depois que sai do boliche aquele dia vim direto para casa, tomei meu banho e me tranquei no quarto. Virei a noite terminando de fazer minhas anotações e as três da manhã fui dormir, acordei as oito e saí para a casa dos meninos. Minha rotina nesses dois dias foi assim.
Hoje era domingo. Domingo a tarde. Minha mãe está dormindo, Winnie e o babaca do noivo saíram na sexta e até hoje não voltaram, o por que não sei, mais isso é bom. Pego as chaves do carro da minha mãe e em seguida saiu de casa. Resolvi vir ao mercado fazer umas compras, não queria deixar minha mãe totalmente desamparada, pois mesmo depois de tudo ela ainda é a minha mãe.
- Oi -ouço e olhando para o lado vejo uma menininha linda olhando para mim.
- Oi -sorri para ela - Tudo bem com você ? -perguntei
- Sim -ela assentiu sorrindo.
- Que bom -falei
- Você é um anjo ? -a garota perguntou após ficar me avaliando de cima a abaixo.
- Não, por que ? -perguntei sem entender o porquê de sua pergunta.
- Meu papai disse que as pessoas que tem os pulsos marcados são anjinhos -a garota disse apontando para o meu braço, eu estava de regata, estava muito calor, assim deixando minhas cicatrizes dos braços amostra.
- Hum. Não, eu não sou um anjo -falei cruzando os braços.
- Claro que é. Meu papai disse que só os anjos se machucam, porque eles não gostam da vida na terra, aí eles tentam se machucar porque assim eles conseguem voltar para a vida no paraíso. Meu papai também disse que eles são sensíveis com a dor deles e das outras pessoas -a menina disse me deixando em choque.
- a-ahm. O seu papai é bem sabia, né -a falei dando um sorriso meio forçado.
- Se você ver minha mamãe lá no paraíso você pode falar para ela que eu e o papai está com muita saudades dela ?
- Angelina. Finalmente, querida ! -um homem alto disse meio preocupado.
- Oi papai ! -a menina disse sorrindo se virando para ele.
- Eu estava te procurando, filha -ele disse pegando a menina no colo - Vamos para casa ? A vovó está nos esperando.
- Vamos -ela assentiu - Tchau anjo ! -a garotinha acenou para mim e pude ver que ao me chamar de anjo o pai olhou para meus braços que já estavam descruzados, acenei de volta para a garotinha e em seguida sem dizer nada o pai dela saiu com ela em seu colo, me deixando para trás, sozinha e em choque.
O caminho inteiro para a casa tentei assimilar tudo o que a garota havia me falado naquele momento lá no mercado e por mais que eu tentava tirar aquilo da cabeça eu não conseguia.
