2. Corações

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— Acho que a Carminha 'tá gostando de alguém. – Marina disse entre sussurros para as outras, uma semana depois da conversa sobre beijos.

Os meninos estavam ao lado de fora do barracão, junto com Mônica e Maria Cascuda, ajudando a organizar algumas barracas para a pequena comemoração de festa junina que a turma faria dali dois dias. Dentro do barracão, Milena, Magali e Denise recortavam papel de seda colorido em formato de bandeirinhas momentos antes da amiga desenhista aparecer.

— O quê? – Milena não conseguiu se conter. Franziu a testa com a informação enquanto sentia o coração acelerar com as possibilidades.

— Amiga, para que eu tô besta! – Denise respondeu mais alto, fazendo com que Marina colocasse o dedo na frente da boca num gesto para a garota falar mais baixo. — Como que você ficou sabendo desse babado? – disse, agora num sussurro.

— Então... – Marina começou, depois de olhar pra um lado e pro outro para conferir se ninguém tinha aparecido magicamente ali nos últimos cinco segundos. — Eu, ela e a Aninha estávamos pintando as placas para as barraquinhas lá fora, certo? – as três garotas concordaram com a cabeça. — Aí que um dos pincéis que a Aninha 'tava usando caiu bem na minha perna e vocês sabem que eu não ligo muito pra isso, né? Tipo, logo eu me importar por uma mancha de tinta? – riu. — Mas a Aninha ficou super sem graça e pediu um milhão de desculpas, até que a Carminha disse que ela não tinha que se preocupar porque tinha trazido uns lenços umedecidos na mochila e falou pra eu pegar...

— Jesus, que enrolação, 'tá parecendo novela. – Denise comentou, a interrompendo.

— Calma, já tô chegando. – Marina assegurou. — Quando fui pegar, o diário dela caiu no chão e dentro dele tinh-...

— Você leu o diário dela? – Magali a interrompeu, a voz carregada de surpresa.

— Não, não, não. – a garota tratou de negar. — Ele caiu aberto, eu juro. – Marina se explicou e Magali pareceu satisfeita com aquela resposta.

— Mas o que tinha no diário, Mary? – MIlena perguntou tentando disfarçar a curiosidade na voz. Por sorte, as outras garotas pareciam tão ansiosas quanto ela.

— Uma página cheia de desenhos. – sussurrou. — Cheia. De. Corações.

— Nossa? – Magali foi a primeira a falar.

— Meu Deus, acho que 'cê 'tá certa, miga. A Carminha não é muito dessas coisas. – Denise falou, estampando o olhar cheio de brilho de quando encontrava algo novo pra fofocar. — Agora nos resta saber quem é o sortudo.

— Hum... Não sei...

— O DC? – Marina sugeriu.

— Nossa, miga, não. – Denise respondeu. — Ele é muito criancinha.

— Aposto no Nimbus. – Magali chutou. — Eles 'tão sempre conversando e parecem se entender bem demais. Vocês não acham?

— Isso é. – Denise concordou. — Mas não sei... Eu nunca ouvi ela falando dele desse jeito, sabe?

— E o Xaveco? – Marina tentou de novo, recebendo como resposta expressões pensativas das outras duas.

— Gente. – Milena chamou a atenção das amigas, um pouco ansiosa com aquele assunto mas tentando não transparecer isso. — Vocês já pensaram que pode não ser um dos meninos?

Denise a encarou por um segundo e por um momento Milena se sentiu exposta demais, quase como se os poderes de fofoqueira da amiga tivessem ficado mais intensos e repentinamente ela pudesse ler sua mente e descobrir todos seus segredos. Milena sorriu nervosa.

— Boa, Mi! – Marina disse e Milena sentiu por um segundo uma pontinha de esperança que as amigas vissem o mesmo que ela. — Não deve ser um dos meninos porque é um menino da escola antiga! – e lá ia por água abaixo suas expectativas.

— É claro! – Magali concordou, batendo palmas, animada.

— Sei não, migas. Ela não vê essa galera já tem um tempão. – Denise disse com seu típico olhar desconfiado. — Tem caroço nesse angu, viu?

Milena queria concordar em voz alta, mas concordou só em sua cabeça. Tinha medo de que, se abrisse a boca novamente, a esperança borbulhante em seu peito – que nem conseguia nomear muito bem ainda – ganhasse forma, e ela tinha um pouco de medo de onde aquilo a levaria.

— Mi? – a voz de Carmem na entrada do clube cortou os pensamentos de Milena, fazendo com que a menina sorrisse quase imediatamente, ao passo que a expressão das outras meninas ali deixava evidente que estavam fazendo algo que a recém chegada não deveria saber.

Sorte delas que a garota só tinha olhos pra uma pessoa ali.

— Você pode me ajudar com as plaquinhas? – Carmem perguntou com uma voz tão doce que quase fez Milena derreter.

— Claro! – respondeu, entregando para Marina a tesoura que segurava, antes de se levantar de uma vez. — Ah, eu volto quando a gente terminar. – anunciou para as garotas.

Ainda meio sem jeito pela chegada súbita da outra garota, as meninas concordaram baixinho e apenas Denise parecia observar com mais atenção do que o necessário a cena de Milena se afastando do grupo. E se ela notou a forma como as duas trocaram um sorriso quando chegaram perto o suficiente, não disse nada.





oi, gente bonitaaaa! 

demorei um tiquinho pra esse porque tava analisando as formas de chegar no ultimo capitulo do jeito que eu queria e acho que finalmente consegui estruturar de um jeito que faz sentido e então esse aqui finalmente saiu! 

espero que tenham gostado ♡ 

se quiserem saber novidades sobre fifics me sigam la no twitter! o @ é plsjessie, igual o daqui.

beijos e até o próximo capítulo

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⏰ Última atualização: Aug 18, 2022 ⏰

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Sobre amigos de quatro patas e Azul-Frufru ♡ carmilenaOnde histórias criam vida. Descubra agora