— Acho que a Carminha 'tá gostando de alguém. – Marina disse entre sussurros para as outras, uma semana depois da conversa sobre beijos.
Os meninos estavam ao lado de fora do barracão, junto com Mônica e Maria Cascuda, ajudando a organizar algumas barracas para a pequena comemoração de festa junina que a turma faria dali dois dias. Dentro do barracão, Milena, Magali e Denise recortavam papel de seda colorido em formato de bandeirinhas momentos antes da amiga desenhista aparecer.
— O quê? – Milena não conseguiu se conter. Franziu a testa com a informação enquanto sentia o coração acelerar com as possibilidades.
— Amiga, para que eu tô besta! – Denise respondeu mais alto, fazendo com que Marina colocasse o dedo na frente da boca num gesto para a garota falar mais baixo. — Como que você ficou sabendo desse babado? – disse, agora num sussurro.
— Então... – Marina começou, depois de olhar pra um lado e pro outro para conferir se ninguém tinha aparecido magicamente ali nos últimos cinco segundos. — Eu, ela e a Aninha estávamos pintando as placas para as barraquinhas lá fora, certo? – as três garotas concordaram com a cabeça. — Aí que um dos pincéis que a Aninha 'tava usando caiu bem na minha perna e vocês sabem que eu não ligo muito pra isso, né? Tipo, logo eu me importar por uma mancha de tinta? – riu. — Mas a Aninha ficou super sem graça e pediu um milhão de desculpas, até que a Carminha disse que ela não tinha que se preocupar porque tinha trazido uns lenços umedecidos na mochila e falou pra eu pegar...
— Jesus, que enrolação, 'tá parecendo novela. – Denise comentou, a interrompendo.
— Calma, já tô chegando. – Marina assegurou. — Quando fui pegar, o diário dela caiu no chão e dentro dele tinh-...
— Você leu o diário dela? – Magali a interrompeu, a voz carregada de surpresa.
— Não, não, não. – a garota tratou de negar. — Ele caiu aberto, eu juro. – Marina se explicou e Magali pareceu satisfeita com aquela resposta.
— Mas o que tinha no diário, Mary? – MIlena perguntou tentando disfarçar a curiosidade na voz. Por sorte, as outras garotas pareciam tão ansiosas quanto ela.
— Uma página cheia de desenhos. – sussurrou. — Cheia. De. Corações.
— Nossa? – Magali foi a primeira a falar.
— Meu Deus, acho que 'cê 'tá certa, miga. A Carminha não é muito dessas coisas. – Denise falou, estampando o olhar cheio de brilho de quando encontrava algo novo pra fofocar. — Agora nos resta saber quem é o sortudo.
— Hum... Não sei...
— O DC? – Marina sugeriu.
— Nossa, miga, não. – Denise respondeu. — Ele é muito criancinha.
— Aposto no Nimbus. – Magali chutou. — Eles 'tão sempre conversando e parecem se entender bem demais. Vocês não acham?
— Isso é. – Denise concordou. — Mas não sei... Eu nunca ouvi ela falando dele desse jeito, sabe?
— E o Xaveco? – Marina tentou de novo, recebendo como resposta expressões pensativas das outras duas.
— Gente. – Milena chamou a atenção das amigas, um pouco ansiosa com aquele assunto mas tentando não transparecer isso. — Vocês já pensaram que pode não ser um dos meninos?
Denise a encarou por um segundo e por um momento Milena se sentiu exposta demais, quase como se os poderes de fofoqueira da amiga tivessem ficado mais intensos e repentinamente ela pudesse ler sua mente e descobrir todos seus segredos. Milena sorriu nervosa.
— Boa, Mi! – Marina disse e Milena sentiu por um segundo uma pontinha de esperança que as amigas vissem o mesmo que ela. — Não deve ser um dos meninos porque é um menino da escola antiga! – e lá ia por água abaixo suas expectativas.
— É claro! – Magali concordou, batendo palmas, animada.
— Sei não, migas. Ela não vê essa galera já tem um tempão. – Denise disse com seu típico olhar desconfiado. — Tem caroço nesse angu, viu?
Milena queria concordar em voz alta, mas concordou só em sua cabeça. Tinha medo de que, se abrisse a boca novamente, a esperança borbulhante em seu peito – que nem conseguia nomear muito bem ainda – ganhasse forma, e ela tinha um pouco de medo de onde aquilo a levaria.
— Mi? – a voz de Carmem na entrada do clube cortou os pensamentos de Milena, fazendo com que a menina sorrisse quase imediatamente, ao passo que a expressão das outras meninas ali deixava evidente que estavam fazendo algo que a recém chegada não deveria saber.
Sorte delas que a garota só tinha olhos pra uma pessoa ali.
— Você pode me ajudar com as plaquinhas? – Carmem perguntou com uma voz tão doce que quase fez Milena derreter.
— Claro! – respondeu, entregando para Marina a tesoura que segurava, antes de se levantar de uma vez. — Ah, eu volto quando a gente terminar. – anunciou para as garotas.
Ainda meio sem jeito pela chegada súbita da outra garota, as meninas concordaram baixinho e apenas Denise parecia observar com mais atenção do que o necessário a cena de Milena se afastando do grupo. E se ela notou a forma como as duas trocaram um sorriso quando chegaram perto o suficiente, não disse nada.
♡
oi, gente bonitaaaa!
demorei um tiquinho pra esse porque tava analisando as formas de chegar no ultimo capitulo do jeito que eu queria e acho que finalmente consegui estruturar de um jeito que faz sentido e então esse aqui finalmente saiu!
espero que tenham gostado ♡
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beijos e até o próximo capítulo
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Sobre amigos de quatro patas e Azul-Frufru ♡ carmilena
Fiksi PenggemarQuando Carminha diz que não quer beijar nenhum garoto, Milena começa a imaginar que talvez, só talvez, a amiga preferisse ficar de mãos dadas com ela. carmilena · fluffy · shortfic pós-Turma da Mônica - a série