Em uma noite, com a lua de testemunha, Oriane viu com os próprios olhos seu corpo queimar, chamas a consumindo sem nenhuma dor palpável.
No entanto, as marcas dessa ocorrência foram apenas internas, pois ela acordou às margens de uma cidade desconhe...
Na praça escura de uma vila, à luz do fogo, um rapaz terminava de contar uma história de deuses, traições e amores.
A lenda era sobre como o olho da noite se apaixonou pelo fogo, e como o fogo correspondeu fazendo cada luar brilhar mais intensamente. Como o amor se desenrolou de uma convivência tranquila e saudável.
Algo que ele desejava para todos os ouvintes, mesmo que a maioria fosse criança. Todo mundo merece um pouco de doçura e amor singelo, achados em romances ou em famílias do coração.
O rapaz gostava de trazer isso em suas histórias: a ideia de que estavam ao alcance. Tornar as batalhas da vida possíveis de serem vencidas, mesmo quando se acreditava que o impossível estava presente.
Enquanto ele se preparava para partir, desculpando-se por não poder contar mais uma história, um morador o abordou.
— Quase nunca temos contadores de histórias por aqui. Obrigado por isso, as crianças adoram.
— Não há de quê, senhor. É o que me faz sentir vivacidade.
O rapaz ofereceu um sorriso sincero que fez o homem corresponder.
— Já tem lugar para ficar? A estalagem daqui está de portas abertas.
— Não vou ficar, mas obrigado.
O rapaz nem pertences tinha. O homem o fitou contrariado.
— Vai viajar à noite?
— Minha casa é aqui perto.
O homem estava certo de que ele era um forasteiro.
— É mesmo? Qual seu nome?
— Sou Eldurian, filho de Galen e Oriane.
Eldurian sorriu, deu boa noite e se distanciou do homem, que, a cada passo do rapaz, parecia se esquecer da própria inconformação. Dali alguns minutos, a história era o que ficaria em destaque, sem maiores memórias de quem a contou.
Dali alguns minutos, também, Eldurian, deus dos segredos que queimam nos corações, retornaria para casa e seria recebido com abraços.
O deus do lado escuro da lua e a deusa do fogo tinham orgulho do empenho do filho, espalhando a magia das histórias por aí.
323 palavras
304+1,163+2,199+323 = 3989 palavras
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E é isso! O que acharam?
Como sempre, eu não resisti e enfiei romance no meio. Assim que comecei a escrever, percebi que Galen/Merfiz olharia para nossa deusa do fogo com um olhar diferente.
Eu adorei escrever esse conto, foi um processo em que eu literalmente peguei fogo escrevendo — péssima piada — mas eu realmente estava com os dedinhos nervosos e fiz mais da metade do conto até o fim em um dia.
Bom, espero que esse esforço tenha valido a pena e que essa tenha sido uma boa história para vocês!
Muito obrigada por lerem! Até a próxima ❤️
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