Filhos da natureza...

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"Prefiro virar adubo dessa terra do que parar de lutar por ela"

Provérbio Indígena

- REMEM POR SUAS VIDAS, CRIATURAS DO MAR!

Lena instigava sua tripulação, ou o que sobrou dela. Os braços cansados tremiam com o esforço, mas mantinham o ritmo focados na areia da praia.

- Tens certeza de que viu alguém na praia? – As primas conversavam em meio a sussurros.

- Sim! Parecia uma mulher, mas não sei ao certo. – Dois pares de olhos verdes vasculhavam a praia, cada vez mais próxima.

Ela não estava mais lá...

- Sabem o que isso significa, certo? – Kara tinha o dom de surgir do nada.

- Nativos... – Lena e Lauren sussurraram em sintonia. Estavam sempre em sintonia.

Alex foi a primeira a descer do pequeno barco, mantendo a arma erguida apontando para a mata fechada.

- Atenção, há nativos ao redor. – Lena mantinha a fala baixa, deixando a todos em alerta.

O dia virou noite...

Música ON: MÚSICA PATAXÓ.... Somos filhos da natureza

No instante que todos desembarcaram na praia, uma chuva de flexas cairam sobre os recém-chegados.

- VIREM OS BARCOS! – Era hora de a Capitã colocar em prática suas táticas de guerra.

Buscando abrigo em baixo dos barcos, o som das flexas contra o casco era agourento. Mantendo os braços erguidos, seguravam as pequenas embarcações sobre suas cabeças.

- FIQUEM FIRMES E PREPAREM O REVIDE! – O som das armas sendo preparadas se misturavam aos das flexas, que diminuíam gradativamente sendo substituídos por gritos de guerra.

- ESTÃO SE APROXIMANDO, CAPITÃ! – Alex mantinha uma das mãos segurando a arma, ao passo que com a outra mantinha o barco firme sobre suas cabeças, assustando-se quando sentiu a pistola ser puxada de sua cintura.

- Tenha cuidado. – O pedido se Sam veio seguido de um selar rápido de lábios.

Os olhos da ruiva piscaram seguidas vezes, causando uma risada em Sam...

- Se os selvagens não me matarem, essa mulher com certeza mata. – Alex ainda sentia os lábios formigarem.

- SAIAM DE NOSSA TERRA!

A voz masculina do Cacique soou alta e altiva, brandando a ordem em seu dialeto e mais flexas acertaram os cascos dos barcos. Lena iniciou a contagem silenciosa com os dedos, e ao erguer o terceiro dedo, uma mão delicada fechou em seu pulso.

- Espere... – Kara clamava no tom suave de sua voz.

- Zor'El...

Mas Kara não esperou que Lena terminasse a frase, e saiu do abrigo feito pelos barcos sendo rápida em esquivar de uma flexa e erguer as mãos vazias.

- VIEMOS EM PAZ! - Não se sabe quem ficou mais atônito com a loirinha falando o dialeto dos nativos.

Os olhos astutos do Cacique miravam Kara desconfiados, e foi sua filha quem deu o próximo passo, caminhando para mais perto da loirinha, abaixando o arco. Estava curiosa em como aquela criatura havia esquivado de sua flexa.

Nunca havia errado antes...

- O que querem? – Camila inclinava a cabeça enquanto caminhava, achando engraçado os pares de pernas aparecendo por debaixo dos barcos.

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⏰ Última atualização: Nov 10, 2024 ⏰

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