3. Robin

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Olá outra vez! Aqui está o capítulo 3!! Espero que gostem.

Quando o Steve veio ter comigo eu não soube o que dizer.
Seria uma boa oportunidade para lhe contar que eu e a Nancy não somos amigas... provavelmente o que o ia chocar é que já fomos mais do que amigas!

"O que é que é preciso fazer por ti?" - pergunto quando ele chega desesperado ao pé de mim.
Tento falar com a voz mais natural possível mas a presença da Nancy incomoda-me e, aparentemente não é só a mim.
"Podes ajudar a Nancy e o Jonathan a escolher um filme de terror? Não estou nada para aí virado." - assim que acabou a frase começou a mexer nuns papéis que estavam em cima do balcão, só para fingir que estava a fazer qualquer coisa, para manter as mãos ocupadas.
Eu fui ter com a Nancy para a ajudar, o Jonathan tinha saído da loja para fazer qualquer coisa.
Isso significava que era só eu e ela...
"Olá, em que te posso ajudar?" - perguntei-lhe a olhar para o chão.
Sem olhar para ela, percebi que soltou um risinho.
É uma situação muito constrangedora.
"Como é que se chamava aquele filme que levaste para minha casa no dia em que ..." - ela começou a falar e eu impedi-a de continuar.
Meti-lhe a mão sobre a boca para que não dissesse nem mais uma palavra sobre o assunto. Isto só fez pior!

Tudo o que me fez lembrar foi nós as duas na cama dela a ver o filme que procurava.
Até que não aguentámos mais e tudo se tornou intenso.
As minhas mãos a passear pelo corpo dela, beijos intensos e nós com cada vez menos roupa.
As palavras dela ao meu ouvido, com a sua voz rouca e insegura.
"Nunca fiz isto com ninguém"
tudo o que eu queria era que ela se lembrasse de mim.
Depois trocámos de posições ela queria sentir o que era dominar, já que nunca lhe deram essa opção. Agarrou-me pela cintura com uma mão e posicionou a outra atrás da minha orelha.
Ela tinha muito jeito para quem nunca o tinha feito antes. Encostou os lábios ao meu ouvido e com a mesma voz rouca disse:
"É o nosso segredo"
Se as palavras matassem eu teria morrido naquele instante.
Depois desse momento senti-me muito longe de Hawkins, muito longe de tudo o que me fazia ser eu.
Nessa noite, eu era dela e ela era minha!
Na manhã seguinte quando acordei ela já estava muito longe de mim demasiado longe. Acordei sozinha, na minha própria cama e sem ninguém para partilhar tudo o que eu senti naquela noite.

"Robin??" - a voz dela chamou-me à realidade - "Qual era o filme? Gostava de ver o final!"
"Toma, é este!" - disse-lhe a olhar para os seus lábios, hoje pintados de cor-de-rosa.
Mas a minha memória daqueles lábios vai ser sempre aquela onde eles estão perto dos meus.

O Steve tratou da parte administrativa enquanto eu arrumava as prateleiras, com os filmes novos que tinham chegado naquela semana.
A Nancy saiu, eu e o Steve suspirámos ao mesmo tempo e começámos a rir descontroladamente.
Quando finalmente conseguimos parar de rir, veio a pergunta que eu não queria responder!
"O que foi aquilo entre ti e a Nancy?" - ele olhava para mim com uma expressão num misto de orgulho e medo da minha resposta.
Não soube bem como vim parar a esta situação mas não aconselho.

"Ahhhh, Steve eu ia contar-te mas tu estavas feliz e eu não quis mudar isso. Por favor não fiques chateado comigo! Não foi nada de especial..."
"Nem sei o que te dizer!" - fez uma pausa longa e deu um suspiro prolongado.
Nada daquilo era um bom indício!
Tudo o que temi de repente era verdade, e talvez poderia perder uma das pessoas mais importantes para mim.
"Steve? Diz alguma coisa!" - pedi com alguma preocupação na voz. Não queria mais ficar com aquilo dentro de mim mas também não queria que esta conversa acontecesse.
"Olha, sinceramente, eu não sei o que te dizer! Gostava de estar feliz por ti mas, a Nancy?? Tinhas muitas raparigas em Hawkins, foste para aquela que me partiu o coração e me fez perder toda a minha confiança. Foste para aquela que provavelmente te vai partir o teu! Mas estou orgulhoso de ti!" - ele dizia uma coisa mas os seus olhos diziam outra.
Não consigo lidar com isto.
A minha respiração começa a ficar cada vez mais acelerada, o coração começa a querer-me saltar do peito, e as mãos tremem-me sem parar. Tenho a boca seca e as pernas a tremer. Estou a ter um ataque de ansiedade! E o Steve provavelmente não me vai ajudar agora.
Tudo está a andar à roda e já não consigo respirar!
Sinto as mãos do Steve nos meus ombros e não sinto mais nada!
Ouço a voz dele muito ao fundo a chamar o meu nome.
De repente fica tudo preto...

Gostei muito de escrever este capítulo e espero que vocês tenham gostado de o ler. Mais estão a caminho ;)
-Mar Falcão-

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