cap.4

5.3K 441 132
                                    

S/n Hopper

Pois é... eu apanhei

Agora estou aqui no meu quarto chorando de raiva com meu corpo todo ardendo das cinturadas que ele me deu

Eu tinha marcas vermelha na minha pele, que ardiam muito

- S/n... eu sinto muito... - Charlie diz na porta do meu quarto - não devia ter me defendido...

- tá tudo bem, Charlie. A culpa não é sua - digo enchugando as lágrimas

- mesmo assim... se não tivesse me defendido, não teria apanhado... - ele diz

- Charlie... eu sou sua irmã... sempre vou devender você... - digo dando um pequeno sorriso que o mesmo retribui

Até que ouvimos um barulho vindo lá de baixo

- é a Chrissy. Ela chegou - diz Charlie

- eu vou sair. Quer vir comigo? - pergunto

- não posso... tenho tarefas a fazer... - Charlie diz

- tudo bem, então... eu vou sozinha mesmo - digo pegando meu skate

- onde vai? - Charlie pergunta

- vou ao parque - digo - eu volto logo. Prometo

Visto uma camisa com mangas longas, para esconder as marcas do cinto, e uma calça

Então desço as escadas indo até a porta

- onde você vai? - meu pai pergunta

- e você se importa? - pergunto sem olhar pra ele

Ele não fala nada

Então abro a porta e saio de casa, indo até o parque

Não quero vê nem a cara de Chrissy

Eu gostava de ir ao parque... porque era o único lugar que eu tinha paz, e o lugar onde eu podia descansar e me divertir

Lá tinha uma belo gramado verde, um parquinho pras crianças, uma pista de skate ao lado, e alguns bancos de madeira espalhados por lá

Hoje eu não fui até a pista de skate

Preferi ficar observando os outros mesmo

E sentir a brisa do vento bater em meu rosto

- olha só quem eu encontrei aqui - vejo Robin se sentando ao meu lado e dou um sorriso - e aí? Como você tá?

- estou bem - digo - e você?

- tô bem também - ele diz sorrindo. Mas quando ele percebe minha camisa o sorriso dele some - aconteceu de novo... não foi?

- o quê? Não - digo

- aconteceu sim. Você só usa essas camisas quando... ele te bate - Robin diz - S/n... você tem que entregar ele pra polícia

- não, eu não posso - digo - pode parecer simples pra você, Robin, mas não é... E sem falar, que se eu fizer isso, o que será que vai acontecer comigo e com o Charlie? Pra onde vamos? Eles vão querer nos colocar no orfanato e seremos separados... e eu não quero ficar longe dele, Robin... ele é tudo pra mim... é minha família

- e... vocês não podem ir morar com aqueles seus tios? - Robin pergunta

- não sei, eu nem tenho mais notícias deles... eles são pessoas boas, mas... não sei se vão nos querer... e eles também não tem obrigação de ficar com a gente. Frank (o seu pai) não deixa nem eu falar com eles... - digo - e eu não tenho mais nenhum parente além deles... Então acho que vou ter que passar por isso até chegar minha maior idade e ir embora de lá com Charlie... pego a guarta dele, vamos morar em outro lugar... onde eu posso arrumar um trabalho legal... e aí ficaremos felizes...

- S/n... eu sinto muito... mas não pode esperar até você ficar de maior... você ainda 13 anos, daqui que você tenha 18, o seu pai pode ter feito coisas pior com você e seu irmão... - Robin diz - você quer que eu te ajude? Eu e minha mãe podemos te ajudar com isso... você aceita nossa ajuda?

- você tem razão... Frank tá ficando cada dia mais maluco... Tudo bem, eu aceito sua ajuda, Robin - digo e ele dá um sorriso e eu retribuo

Robin e a mãe dele eram os únicos que sabiam o que eu passava na minha casa

A Sra. Arellano perguntou se eu queria ficar com eles em sua casa, mas eu não queria incomodar... e sem falar que eu nem sei se Frank iria realmente ser preso se eu o entregar...

- quer tomar um sorvete? Eu pago - Robin diz

- eu quero - digo e nos levantamos do banco e fomos até a sorveteria, que era bem perto dali

- e aí, você estudou com o Finn? - Robin pergunta

- sim, estudamos na casa dele - digo

- e aí? Rolou uns beijinhos? - Robin pergunta com um sorriso

- o quê? Não, claro que não - digo com um sorriso envergonhado enquanto Robin rir da minha cara

- "oh, Finn, você poderia me ajudar a passar em matemática?" - ele diz imitado minha voz e fazendo barulho de beijinhos

- cala a boca, idiota - digo dando um pequeno empurrão nele - E eu não falo assim

- fala sim - ele diz

- falo nada - digo

- fala sim - ele diz

- não falo - digo e entramos na sorveteria

Continua...

ᴏ ᴛᴇʟᴇғᴏɴᴇ ᴘʀᴇᴛᴏ | ᶠⁱⁿⁿᵉʸ ᴮˡᵃᵏᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora