CAPÍTULO 12 - BOA SORTE

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Quando Jin chegou ao hotel em Londres na manhã da apresentação do EMA com o casaco novinho todo manchado de algo parecido com vinho, a cara amarrotada e inchada, Chin-Sun quase teve um treco. Tinha os braços abertos para recebê-lo, mas recuou ao vê-lo naquele estado.

— São ameixas... E um pouco de vômito. — disse reparando no desconforto dela.

— Ah... — ela o fitou desconcertada — Ok, não temos muito tempo. Vai tomar banho que os outros já estão se arrumando.

Ele aquiesceu. Sabia que deveria passar um tempo seguindo as regras depois de faltar aos compromissos da noite anterior. Mas não estava arrependido. Puxou do bolso o kit ressaca, presente dado por Babi, observando os remédios na língua estranha.

Ela tinha posto post-its explicando cada um deles. Com uma habilidade que o surpreendeu, ainda criou um pássaro de origami com o último papelzinho remanescente no bloco. Guardou-o junto aos remédios com as etiquetas coloridas. Era um tsuru, símbolo de boa sorte, explicou.

Jin sentiu as têmporas pesarem, clara indicação para começar pelas aspirinas.

Passou o dia entre entrevistas e ensaios, bebendo muita água e tirando cochilos esporádicos sempre que se encostava por mais de um minuto em qualquer canto minimamente confortável.

Evitou todas as tentativas de conversa não relacionadas com a agenda do dia, videogames ou comida. Quase sem perceber, sempre que alguém começava a lhe pedir explicações, levava a mão ao bolso à procura do tsuru. Não queria falar da noite anterior, queria guardá-la para si.

Ao chegar para a cerimônia, procurou em vão por Babi. Era óbvio que ela não estaria na entrada, onde uma multidão de fotógrafos e jornalistas disputavam ombro a ombro as melhores posições para a passagem dos artistas.

Estava agradecido por não precisar fazer grande coisa naquele momento. Se pudesse escolher, estaria em casa jogando MapleStory e se enchendo de massa com pasta de feijão. Em vez disso, sorria para as câmeras, se apresentava como Worldwide Handsome e fingia atenção à conversa de Namjoon com os repórteres.

— Ei, hyung. Sei que você tá meio aéreo hoje, mas precisamos nos focar agora, tá? — J-Hope puxou-o para um abraço e cochichou em seu ouvido.

Suga pôs a mão sobre o seu ombro e sorriu, reforçando o apelo de Hobi. Pelo visto, ele precisava se esforçar mais. Levou a mão ao bolso para acariciar o pássaro de papel, respirou fundo e pediu o microfone para responder à próxima pergunta.

Tommy e Chin-Sun os recepcionaram na entrada dos bastidores para os conduzir ao camarim, onde Sora e a equipe de stylists os aguardavam para os toques finais antes da performance.

Os corredores escuros que Jin havia percorrido no dia anterior estavam cheios de vida, com pessoas passando de um lado para o outro às pressas, carregando adereços e equipamentos.

Enquanto caminhavam, Tommy deu-lhes algumas coordenadas. Depois, como quem não quer nada, esbarrou de leve em Jin, lhe mostrando algo no celular. O rapaz arregalou os olhos ao se ver dormindo e possivelmente babando no cangote de Babi. Tommy sorriu para Jin e guardou o telefone.

Aquilo não era nada bom. O que ele queria? Quando Jin levantou o olhar tentando perceber se mais alguém tinha visto a foto deu de cara com Namjoon encarando-o irritado. O líder passou o braço pelos seus ombros desviando o caminho dos dois para as coxias.

— Começa a falar já. — ordenou entre dentes.

— Bem, hum... Eu meio que bebi um pouco a mais ontem... — tentou se explicar.

Babá de Marmanjo | Longfic BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora