Novo amigo.

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Tom olhava para os bichos na loja atentamente, Harry estava ao seu lado com um sorriso contente ao notar que apesar da expressão neutra no rosto do menino, seus olhos brilhantes entregavam a felicidade que estava sentindo.

- estou com fome, um ratinho e eu ficaria feliz. – Tom ouviu e seus olhos logo seguiram o som sibilante.

Ao fundo da loja estava um viveiro de cobra, e dentro uma linda cobra verde floresta se encontrava enrolada. Seus olhos vermelhos, presos nos ratinhos em uma gaiola próxima. Olhar aqueles bichinhos o dia inteiro deixava a cobra com fome.

- olá. – disse Tom chamando a atenção da cobra para ele.

- você fala?

- sim. Eu me chamo Tom. Você tem nome? – perguntou o menino. Ele sabia que as cobras do jardim não tinham nomes, mas essa estava na loja e poderia já ter sido batizada com um nome.

- os humanos tem medo de mim, tanto que ficam longe. Nenhum teve coragem para me nomear.

- eu gostaria de te dar um nome. Mas se eu fizer isso, então você terá de vir comigo e ficar ao meu lado.

- é melhor ir com alguém que me intende do que ficar aqui com aquele vendedor estupido que não me alimenta.

- não se preocupe com isso, comigo você não passará fome.

Harry que apenas ouvia a interação dos dois sorriu quando Tom se virou para ele.

- ela aceitou vir comigo. – disse o menino com entusiasmo mal disfarçado.

- eu ouvi. – falou o moreno. Ele achou que já era hora de Tom saber que ele também podia entender.

Tom o olhou chocado, ele sempre falou com as cobras e apesar dele já ter feito isso antes perto do seu pai, o homem nunca falou nada. A primeira vez que ele fez isso perto de Abraxas, o loiro ficou assustado, e depois que Tom explicou do que se tratava, o amigo até tentou aprender, mas ficou claro para os dois que seria impossível o Malfoy falar com cobras.

- pai?

- sim?

- você disse que minha mãe era bruxa, mas e o meu pai? O verdadeiro? – os olhos da criança estavam presos no rosto adulto. – poderia ser você?

- eu não conheço seu pai verdadeiro. – disse Harry enquanto eles andavam pela loja.

- então, como você fala com as cobras também?

- é uma história complicada e você precisa ser mais velho pra entender. – Harry falou e viu quando Tom parou de andar, sua testa franzida e suas mãos apertadas indicando que o menino estava zangado. – o que foi, Tom?

- eu não gosto que esconda as coisas de mim. – falou lentamente. – o que mais você não me contou?

- Tom, tem muita coisa que eu não te contei. – disse Harry tocando no ombro do menino que ficou ainda mais irritado com suas palavras. – mas não significa que quero esconder essas coisas de você. Só não é a hora de falar ainda.

- você vai me contar todos os segredos que guarda?

- sim, vou contar tudo para você na hora certa. – falou com um pequeno sorriso. Tom analisou o rosto de Harry não conseguindo identificar algumas das emoções que passou pela expressão do homem, porém ele sabia que Harry não estava mentindo.

- tudo bem. – falou por fim. – pelo menos agora eu tenho mais uma coisa que nos liga e é só nossa.

- sim, querido, só nossa. – Harry falou vendo Tom sorrir.

Pelo bem maior.Onde histórias criam vida. Descubra agora