O resgate

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Nós caminhamos por um caminho de terra Demarcado, que provavelmente era usado antigamente. Em dado momento o caminho acaba e ficamos de frente apenas para a floresta densa. Há uma porção de plantas que nunca vi na vida, assim como samambaias e árvores que tinham facilmente trinta metros de altura. O ar é tão puro, como nunca senti antes, há algumas rochas lodosas como se o lugar não pegasse muito sol.
— Você sabe mesmo para onde está indo? — Duval Questiona enquanto caminha atrás de mim. — Sabe, eu não estou duvidando do seu potencial como guia...— Eu o ouço tentar bater em um mosquito. — O caminho acabou há uns vinte minutos. — Seu tom é irritado.
Duval dá uns passos para me alcançar.
— Abby — Ele sussurra. — Talvez não tenha sido uma boa ideia vir com ele. A gente nem o conhece. — Ele resmunga e olha a nossa volta com horror. Se a gente se perder aqui, a gente nunca mais volta para casa. Vamos acabar devorados por uma onça antes de chegar ao helicóptero.
Meu estômago revirou com essa possibilidade. Andar no meio da floresta era um risco eminente. Aliás, ir pagar o resgate do meu marido com criminosos era um perigo. Eu acho que comecei a jogar minha lucidez para puta que pariu depois que decidir resgatar Edward. Mas, apesar disso tudo, de alguma maneira, eu não desconfiava do que Dante estava fazendo algo que não sabia. Era loucura, porque a gente não se conhecia, mas ele era hábil e atento, eu podia ver sua mente trabalhando rapidamente enquanto ele olhava a bússola em suas mãos.
— Abby, a hora está passando — Ele encara o seu relógio Rolex de pulso. — Temos que chegar na vila em breve. — Ele sussurra para que só eu possa ouvir. — Ele precisa ficar distante. Você sabe...os sequestradores disseram, apenas eu e você.
— Eu sei Duval. — respiro pesadamente, cansada demais. O peso da mochila estava me matando, as botas cansando meus pés.
— Pediremos para ele nos deixar há alguns metros de distância e seguimos sozinhos até a vila. — Duval avisa.
Eu concordo, enquanto continuo caminhando cada vez mais lentamente atrás deles. Não consigo manter o ritmo que comecei e estou grosseiramente suada. Não é até que eu tropece em uma pedra que percebo que preciso parar um pouco. Eu não chego a cair com violência no chão, porque consigo quase me segurar em uma árvore. Mas meus joelhos raspam no chão e minha palma bate grosseiramente no chão úmido de terra. Não dói realmente, mas tenho certeza que ralei um dos joelhos.
Ambos se viram em minha direção.
— Santo Deus Abby. — Duval vem em minha direção. — Você está nos atrasando. — Ele resmunga, sua cara de poucos amigos enquanto chega perto de mim.
Pelo canto do olho, vejo Dante cruzar os braços, os grandes músculos em seu bíceps ajuntando-se sob a sua camiseta branca que ele tinha por baixo do casaco camuflado.
— Desculpe, — Confesso, — A mochila está pesada.
Duval, revira os olhos para mim. E por um momento, me pergunto o porque de ele estar sendo tão cruel comigo. Somos amigos, e sei que ele me ama...mas os nervos dele estão uma bagunça e ele está descontando em mim.
— Eu poderia levar para você, mas você sabe...eu odeio ficar com dor nas costas. Não tenho estrutura para levar peso.
Eu estou pronta para dar uma resposta, pois apesar de eu estar com dor, não pedi para que ele levasse a minha mochila. Então ouço um rosnado baixo, e quando olho para Dante, vejo que ele inclinou o queixo para cima e deu a Duval um olhar de pura ira.
— E você? — Duval desvia o olhar para Dante. — Havia outro caminho...devíamos ter ido por lá. Estamos caminhando a quase uma hora, nem um sinal da vila. Tenho certeza que Abby não aguentará muito mais.
— Estamos próximos, — ele avisa, claramente sem paciência, o vínculo entre as suas sobrancelhas em evidência — O outro caminho estaria possivelmente alagado. As chuvas locais dos últimos dias deve ter tornado aquela área mais a frente, pantanosa. Eventualmente, teríamos que voltar. Isso nos custaria o dobro de caminhada. — Dante olha com olhos de ódio tão severos para Duval que por um segundo eu esqueço de como respirar.
— Tanto faz. — Duval não recua. Ele passa a frente pisando firme, bem chateado.
A figura grande e poderosa de Dante para na minha frente, primeiro fico sem jeito, ainda estou sentada no chão. Sua testa franze e seus lábios se curvam em uma carranca.
Ele também estava chateado comigo?
Seus lábios se achatam. Nenhum indício de humor. — Seu amigo é sempre babaca assim? — Ele estende a mão para me ajudar a levantar. Eu tento não forçar tanto o meu peso para cima, para que ele não se chateie com o meu peso. Mas ele só me dá um puxão rápido, como se eu não pesasse nada.
Com o puxão, nossos corpos se chocam e eu meio que cambaleio para trás, mas ele me segura. Suas mãos na minha cintura. Meus peitos pressionados em seu corpo, nossos rostos próximos um do outro.
O meu corpo fica tenso, quando ele não se afasta, e encara meus olhos, depois os olhos desviam para meus lábios.
— Você está machucada? — Ele limpa a garganta me examinando rapidamente. Então, Solta um suspiro pesado, seus olhos, que agora percebo ser um castanho e um verde azulados cheios de preocupação enquanto ele me estuda por um momento.
— Eu estou....uh, bem. — Desvio o olhar, porque seus movimentos me dão muitas ideias que eu nem deveria estar tendo nesse momento. — Devemos voltar para o caminho. — Olho para Duval que está parado um pouco distante de nós. Mas, Dante ainda não sai da minha frente.
— Iremos depois que você me der a sua mochila. — Disse ele após um período de silêncio. Não deixando qualquer espaço para discussão.
Eu balancei a cabeça positivamente, porque realmente não aguentava mais, então passei a mochila para ele. Eu fecho os olhos, esticando minhas costas me sentindo aliviada. E quando os abro, o formigamento ainda está lá, porque ainda podia sentir seus olhos em mim.
— Podemos ir, assim que estiver disposta. — Dante avisa.
Eu coloco meu cabelo que escapou, atrás da orelha e não posso deixar de corar um pouco. — Obrigada Dante, você é muito gentil.
Seus lábios se contraem com um sorriso fraco.
— Bom, se você estiver pronta. — Ele se vira, e caminha lentamente na direção em que estávamos antes.

Caminho, agora sem o peso da mochila, bem mais atenta a pequenas bifurcações e pedras escorregadias. Eu, até então, não havia visto qualquer animal aterrorizante, embora os sons que ouvimos Dante esclareceu ter vindo de um bando de macacos sauim. Foram só alguns passos a frente, quando Duval se aproximou novamente.
— Acho que estamos próximos Abby. — Acho que o certo é que sigamos sozinhos a partir daqui. — Ele sussurra. Mas podia muito bem ter berrado, porque meu coração para uma batida, e depois volta desritmado com desespero.
— Sim, uh, claro. — Eu pauso meus passos enquanto Duval chama Dante.
— Oque foi? — Ele retorna em minha direção me observando. — Está tudo bem? A vila é logo ali, não estamos longe. — me examina parecendo preocupado.
— Na verdade, eu sei. — Minha resposta o parou. Suas lindas sobrancelhas escuras enrugadas em confusão. — É que na verdade, a partir daqui precisaremos ir sozinhos.
Eu nem olho para o Dante, porque no fundo nem eu acredito que estamos prestes a realmente pagar um resgate, como nos filmes. E do meu campo de visão, um pouco distante posso ver oque julgo ser a vila indígena.
Levantei o olhar e o vi franzindo o cenho com preocupação. Suas sobrancelhas se levantaram quando disse: — O acordo foi levá-los até a vila.
— Não se preocupe amigo, conseguimos seguir sozinhos até lá. Tenho certeza que conseguiremos encontrar o helicóptero na volta.
Eu olho apavorada para Duval, Dante deveria nos esperar aqui, e não no helicóptero. Não acharíamos o caminho de volta. 
— Duval, oque está fazendo? — Digo entre dentes baixinho.
Duval se vira para mim, dando de costas para Dante, como se nós dois fôssemos ter uma conversa privada.
— Oque você acha que eu estou fazendo Abby?
— Eu não sei. — Sussurro nervosa. — Me diga você! Foram uma hora de caminhada, não conseguiremos voltar sozinhos...ainda tem Edward, ele pode estar precisando de socorro, não sabemos se ele estará conseguindo andar. Um homem como Dante, pode nos ajudar a carregá-lo se necessário.
— Isso é teoria Abby. Na realidade, se descobrirem que alguém além de nós está aqui, acabaremos mortos. — Ele revira os olhos. — Esse não foi o acordo e eu não vou levar um tiro por causa de um Guia de merda. 
Encolhendo os ombros, bufo. — Tudo bem Duval, mas ele não pode voltar para lá. Peça para que ele nos espere aqui.
Os lábios de Duval se comprimem em uma linha fina.
— Sua teimosia vai acabar com nós dois mortos no meio da floresta. — Ele resmunga virando para Dante.
— Precisamos ir até a vila, você vai nos esperar aqui..— Avisa. — Para nos ajudar a chegar ao helicóptero.
Dante retira a mochila, e deixa no chão. Desta vez Duval a pega enquanto eu pego a mala de rodinhas.  Meu batimento cardíaco troveja nos meus ouvidos.
— Então, uh, até daqui a pouco. — Eu dou um sorriso fraco que mal chega aos meus olhos. Eu estou com muito medo, não gostava de armas, não aprovava violência e com certeza não gostava de pagar sequestradores no meio de uma vila indígena abandonada. Nada aqui parecia correto. Mas eu Engulo o nó na minha garganta me virando.
Dante no entanto, ele segura a minha mão, a que não está na alça da mala. Não para me impedir de andar e sim para ter minha atenção. Ele, olhou para mim, sua mandíbula apertada, um músculo trabalhando sob sua bochecha mandíbula apertada, quando sussurra: — Tem algo errado?
Um frio estranho serpenteou por minha espinha, fazendo com que os meus cabelos da minha nuca se erguessem. Então eu olhei para trás, o caminho que levava a vila indígena, onde Duval estava olhando distraído.
— Tem algo errado? — Ele repetiu, com mais firmeza.
Sentindo um nó de ansiedade se formar no meu estômago, eu mordi os lábios em um movimento nervoso. Não havia maneira de eu contar essa história louca para ele, e ele ficar aqui. Eu precisava dele para nos levar de volta. Certamente ele não arriscaria a vida vindo em um local cheio de homens armados de boa vontade, para salvar um homem que ele não conhecia.
— Está tudo bem. — Minto. A mentira escorrendo com facilidade pelos meus lábios.
Como se percebesse isso, os seus lábios se contraíram em seu próprio aborrecimento.
— Aguardo vocês em breve. — Ele avisa.
— Sim, em breve.

*

A floresta, nos dá uma visão ampla da vila indígena cada vez que nos aproximamos dela, posso ver o teto das casas feitos com palha, por a floresta se elevar sobre a vila. Para chegarmos nela, deveríamos descer uma pequena ribanceira.
— Veja — Duval me olha assustado. — Acho que é aqui.
Me apoio em uma árvore, ainda, tentando preservar a minha imagem e espio a aldeia em baixo de nós. As casas ou ocas em sua grande maioria estavam desmontando, mas as que estavam inteiras possuíam uma estrutura de madeira e o teto de palha se estendia até o chão para fechar completamente as ocas.
— Parece vazia, — Digo baixo.
— Isso é porque foi abandonada. — Duval revira os olhos.
— Você acha que eles desistiram de vir? — Meu estômago estava apertado com nós, e eu inalei algumas respirações profundas para colocar meus nervos sob controle. Até porque se eles desistiram, é porque não enxergavam mais utilidade em Edward. E sem utilidade ele era um homem morto. — Meu coração apertou com essa possibilidade.
— Espera. — Seus olhos se viram para outra extremidade da vila. — Você vê aquilo? — Ele aponta para uma das cabanas que estão em bom estado, de lá sai um homem com uma arma enorme atravessada seu corpo.

Oh Deus. Isso estava mesmo acontecendo.
Fiquei paralisada no meu lugar, adrenalina ondulando através do meu corpo. Assim que percebi outros homens, no meio da mata, outros em outras cabanas. Havia facilmente dez deles. E nenhum sinal de Edward.
Eu comecei a hiperventilar, meus dentes batiam de Pânico.
— Respire, Droga Abby. — Duval, passou a mão pelas minhas costas, em gesto afetivo.
— se você surtar agora, esse resgate está fadado ao fracasso. — Ele diz irritado. — Você precisa malditamente se acalmar.
Eu fecho os meus olhos, e penso em qualquer coisa, qualquer coisa estúpida que possa me acalmar, e a única coisa que consigo pensar é na música da Roxette, Spending my time.
Imediatamente, começo a cantar ela na minha mente e vou me forçando a me acalmar, inalando uma respiração profunda e lenta.
Quando abro meus olhos, Duval não está mais atrás de mim me acalmando. Ele tem os olhos atentos lá em baixo.
— Escuta, — Ele continua, baixinho. — Eles estão ficando agitados. Eu vou descer primeiro, com uma das malas, e então você desce atrás de mim. Não tem erro.
Eu quero balançar a cabeça e dizer que sim, mas eu só dou um miado morto.
Ele pega a mochila, colocando em suas costas e então puxa a mala de rodinhas com ele. Ele procura uma parte menos elevada do barranco, e começa a descer. Duval é notado logo que chega lá em baixo. Os homens levantam a arma em sua direção e ele ergue as mãos em rendição. Eu não consigo ouvir oque ele fala, mas em nenhum momento Duval é agredido, embora os homens estejam agitados. Um dos homens pega a mala, verificando o dinheiro. É aí que Duval aponta para a direção que estou.
Meu sangue gela até os ossos, e quase tenho meu coração pulando do peito.
Agora é a hora Abbygail, seja corajosa.
Eu engulo todo medo que eu estou sentindo, embora eu não pare de tremer e desço pelo mesmo lugar que Duval desceu anteriormente. Assim que chego em pés vacilantes próximo a ele, faço uma rápida nota mental para não encarar os assaltantes em seu rosto, já que eles não usam nada para esconde-los. Então, meu rosto desce para as armas, a maioria deles, tem uma arma atravessada em seu corpo. Há mais armas que essa, posso ver espiando rapidamente. Meu coração bate desenfreado, principalmente quando eles começam a falar estranhamente em russo, um idioma que não conheço ao invés de português brasileiro ou castelhano que eu esperava.
— Abby, — A voz de Duval é firme. — Eles pedem que você pare de olhar para o chão e encare o rosto deles. Segundo eles, — Eles continuam falando de forma que não entendo. — Isso é falta de respeito.
Com uma contração na mandíbula forte o suficiente para que meus dentes não batessem um contra o outro, eu encaro os homens a minha frente. Os homens, tinham a pele morena, marcadas pelo sol escaldante da Amazônia, mas eram definitivamente homens estrangeiros a grande maioria deles tinha o rosto marcado por cicatrizes e marcas de algum combate anterior. Os olhares sem vida, mostravam claramente que eles não tinham nada a perder e que eu era apenas um passarinho em um lago rodeado de crocodilos.
O homem que está na minha frente, fala no seu idioma novamente e ri, é alto e expõe os dentes na sua boca, bom, os que ainda estão no lugar.
Como eu não entendo qualquer coisa que estejam falando eu fico nervosa e olho para Duval que está parado parecendo nervoso.
— Oque eles disseram? — Pisco atordoada para ele.
— Eles, hmm — Eu vejo quando ele engole cedo. — Estão fazendo uma piada sobre você.
Um caroço lanoso se formou na minha garganta e engoli em seco para forçá-lo a descer.
Minha atenção fugiu um pouco de direção, quando vi alguns homens levando nossas malas, as malas com dinheiro para o resgate de Edward.
Me viro para Duval. — Pergunte sobre Edward.
Imediatamente o corpo de Duval endurece e ele limpa a garganta. Ele fala com os homens no idioma deles e a conversa se alonga por mais uns minutos, fazendo com que o meu nervosismo se intensifique.
— Duval, — Olho para ele frenética. — Pergunte sobre Edward.
Pela primeira vez, Duval me olha como se eu fosse um inseto na sua frente, isso me deixa confusa. Porque agora, ele não parece preocupado e sim, muito à-vontade. Ele não parece assustado, mas garantido. Ele aponta para a floresta atrás de nós, e os homens olham atentos.
Eu perco a piada, mas quando olho para os homens novamente eles riem tanto que lágrimas saltam dos seus olhos. Duval, por medo ou não, ri também.
Lanço a ele um olhar irritado. — Duval, por favor. Pergunte sobre Edward.
Ele limpa a garganta, e  pergunta algo. E posso ouvir claramente o nome de Edward sendo citado.
O homem, une os dois dedos em seus lábios e solta um assobio alto. É quando um outro homem sai de uma das cabanas. Ele tem uma estrutura maior que os outros, mantém o mesmo tom de pele, oque sugere que anda muito tempo sobre o sol quente e tem um corte de cabelo estilo militar. Embora tudo nele grite sobre o quão perigoso ele é, oque mais me chama atenção é o seu rosto grosseiro e rudimentar. Há uma grande cicatriz no seu olho direito, que obviamente o levou a cegueira, então, seu olho é esbranquiçado e com carnes e nervuras que foram mal cicatrizadas. O outro olho bom, é desprovido de qualquer emoção, e quando ele se vira em minha direção eu quase faço xixi nas roupas. O homem é a personificação do mal, qualquer que seja o motivo de risada dos homens anteriormente, morre. Assim como qualquer resquícios de voz. Até os pássaros parecem ter parado de sobrevoar a nossa volta. Eu só percebo que parei de respirar quando a vertigem me atinge.
— Chefe, americana aqui, insiste em saber sobre Edward. — Um dos homens fala, agora no meu idioma. E uma risada aguda escapou de sua garganta.
—  Edward? — Ele se aproxima e minha respiração engata. Ele não tem uma arma atravessada no corpo como os outros homens, mas é óbvio que ele tem uma arma em algum lugar do corpo. Sem contar que sua postura é uma ameaça clara. Eu não posso encara-lo porque verdade seja dita, estou assustada demais para isso. Mas também não olho para o chão, eu encaro um ponto qualquer atrás dele, deixando meu pensamento vagar para qualquer canto, menos para aqui. Mas todo meu sangue é drenado do meu corpo quando ele enrola um dos dedos em uma mecha do meu cabelo que escapou e enrola nos dedos...como se fossemos amigos de longa data.
— Ivan — Duval fala. — Edward, ela quer saber de Edward.
Ivan, parece sair do seu transe, porque ele deixa a minha mecha de cabelo e fala: — ah, claro.  o mauricinho pomposo. — Ele fala. — O seu pedido é uma ordem querida. Ele abre espaço para mim, como se eu fosse passar.
— Duval, — Sussurro baixo, — Você vem? — Limpo a minha garganta e esfrego a mão sobre o coração.
Ele se limita a balançar a cabeça. — Estou logo atrás de você.
— Três de vocês façam a ronda pelo lugar, os outros fiquem de olho aqui. — Ordena aos homens.
O meu corpo fica tenso, porque isso está indo em muitas direções e nenhuma delas parece correta.
O homem, o chefe, Ivan ele abre caminho indo na frente. E eu vacilei, meu coração quase saindo do meu peito. Quando me virei, os olhos azuis de aço de Duval me penetraram me deixando com uma sensação de incerteza dentro do meu coração. E me perguntei pela primeira vez se valeria mesmo a pena tudo isso por Edward. Segui caminhando até que chegamos em uma cabana grande. Eu vi o homem entrar lá, e dei mais um passo mas parei em seguida, porque de repente nada disso parecia correto.
— Duval. — Sussurro baixinho olhando para ele de soslaio por cima do ombro. — Eu-e-e-eu não quero, n-não quero entrar ali.
— Que merda é essa Abby. — Eu voltei a olhar para frente, para entrada da cabana onde o chefe deles havia entrado. Não havia qualquer som ali. Apenas poucas luzes que viam da falha da palha que formava o telhado em cima. — Você quer matar nós dois. — Ele sussurra irritado.
— Eu não...eu não disse isso....mas eu não posso, n-não posso! Isso não parece certo. — Eu dou outro passo para trás, agora esbarrando em Duval. E quando o olho, seu rosto incrivelmente bonito aprofunda a carranca enquanto ele me olha da cabeça aos pés.
— Você vai entrar Abby.
— Não, eu n...
Antes que eu consiga concluir a frase Duval chegou muito perto de mim, sua postura totalmente diferente da que eu conheci um dia.
Eu endureci minha espinha e me forcei a não recuar, e respirando fundo quando ele chegou a poucos centímetros do meu peito.
— Você vai. — sua mão deslizou para o meu pulso, que ele agarrou sem qualquer gentileza e me puxou em direção a cabana.
Na verdade eu queria chorar e gritar, mas o choque me impediu de fazer qualquer coisa que não fosse firmar meus pés na terra batida e girar meu corpo em direção contrária.
— Oque você está fazendo Duval?! — Eu tentei convencer-me de que não estava tão assustada com ele quanto julgava. —  Solte-me! — Exigi.
— Eu não vou deixar que a sua paranoia nos condene.  Basta dar alguns passos dentro dessa cabana e isso acaba.


*****

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⏰ Última atualização: Aug 24, 2022 ⏰

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