21 🦋 anjo caído

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Oi oi oi
Sintonia tá chegando ao fim, apenas mais 7 capítulos + epílogo :(
Essa foi a obra que mais me dediquei pra escrever, Sintonia é muito importante pra mim
Espero que gostem desse capítulo e que não me matem
Beijos

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Em plena luz do dia, foi deixado um bebê de quase 1 ano de idade na porta de um orfanato. A Casa Recanto do Sol era um casarão antigo e enorme, cujo nome foi escolhido pois sua frente sempre recebe a primeira luz do sol quando nasce. 

Aquele garotinho foi muito bem acolhido, causando indignação em alguns funcionários. Quem abandona um bebê no meio de um dia ensolarado? Era um tanto cruel. 

A única coisa que foi deixada com ele foi um papelzinho rosa e meio amassado, escrito com uma letra garranchada, como se tivesse sido escrito com muita pressa. Preso embaixo dos dedos minúsculos e gordinhos, estava escrito:

Jay. 

Aquele bebezinho chamava-se Jay. 

O que ele mais gostava de fazer era rir. Sua risada ecoava pelos cômodos e sempre era gostosa de ouvir, causando borboletas no coração de quem estivesse perto. 

Quando fez 2 anos, um casal de mulheres visitou ele. Jay podia não se lembrar, mas se apegou muito a elas. Levaram-no para dois passeios e já era o suficiente para ele chorar quando era deixado no orfanato no fim da tarde. 

Contudo, houve um contratempo. 

Em uma visita, o casal viu uma criança em específico, brincando num canto da sala de jogos com um soldadinho feito de legos vermelhos. 

Mesmo com toda a aproximação com Jay, elas resolveram adotar aquela criança. 

Jay chorou tanto quando as viu pela última vez. A diretora o segurava forte contra o peito, murmurando palavras confortantes e afagando suas costas que tremiam pelo choro. 

Aquele menininho cresceu e, aparentemente, esqueceu do que o fez chorar. Entrosou com os outros órfãos, fez amigos. 

Era uma criança feliz. Sorria, ria, tramava brincadeiras com os funcionários. 

No entanto, numa noite de verão, no jantar que a diretora organizou para o seu aniversário, chegou uma funcionária na sala de jantar. Exasperada, ela dizia que uma mulher estava no telefone, e parecia ser alguém importante. Uma assistente social ligava do hospital, dizendo que uma criança apareceu por lá, perdida, abandonada. 

Jay ficou triste por ela, e ansiou que a diretora o buscasse logo para que ele pudesse brincar com ele. 

Mas, quando ele chegou, todos criaram tanto carinho por ele. Um garotinho todo amuado, de cabelos escuros e macios, o narizinho todo vermelho, os olhos medrosos correndo por todo canto do casarão. 

Naturalmente, deram a atenção devida a ele, acomodando-o e fazendo seu registro. A única coisa que o garotinho disse quando chegou, baixinho e trêmulo, foi seu nome. 

Kim Taehyung. 

Puxa. Ao menos ele tinha um sobrenome, não é? 

Enquanto ele dormia a primeira noite naquela casa assustadoramente grande, Jay o assistiu dormir. Encolhido nos cobertores e as sobrancelhas franzidas. Um biquinho formava nos lábios, e suas bochechas eram tão gordinhas que ele queria muito apertá-las. 

Assim como queria agora, vendo-o dormir na cadeira, os braços amarrados para trás e a cabeça pendendo para o lado. Seus lábios formavam aquele bico que ele conhecia. 

Condenou-se por sentir uma vontade assim. 

Ele não merecia seu afeto. Taehyung não merecia mais do que já tinha. 

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