☙ 𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 𝟸

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Forks, Washington25 de Janeiro de 2005

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Forks, Washington
25 de Janeiro de 2005

     FAZIA QUASE vinte e nove horas desde que Safira deixou Santa Mônica no dia anterior as seis da manhã.

     O percurso de sua casa para a casa de seu pai era longo, cansativo e doloroso — ela já não aguentava mais ficar sentada no banco do carro — mas era melhor do que gastar uma fortuna em um vôo direto para Seattle e mais um táxi para Forks. 

     Ela dirigiu seis horas seguidas até Sacramento, onde parou para almoçar e abastecer o tanque. Uma hora depois, continuou a viagem e parou em Portland, onde alugou um quartinho em uma pousada para passar a noite. Uma hora antes do sol nascer, ela já estava na estrada novamente, dessa vez seguiu por quatro horas até Port Angeles. Ao chegar, ela não resistiu e saiu do carro, alongando as pernas e agradecendo por já estar relativamente perto de Forks.

     Seu celular marcava pouco menos de dez da manhã quando voltou a dirigir, e sabia que a essa hora seu pai estaria no trabalho, e sua irmã, que havia chegado na cidade a pouco tempo, no colégio.

     Durante o final do percurso, Safira sorriu ao mudar de estação no pequeno rádio de som e ouvir Pon de Replay começar a tocar.

— De um em um, e até de dois em dois... — ela começou a murmurar a letra, se balançando levemente em seu banco — Todos na pista de dança, deixe-me mostrar como fazemos...

     Quando finalmente passou pela placa de Forks, a mulher suspirou, sentindo, além do alívio, a nostalgia tomar conta de si. As ruas continuavam iguais, assim como as casas e os pequenos pontos comerciais. A pintura das paredes estavam um pouco descascadas, mas ainda eram os mesmos lugares de sua adolescência.

     Com um sorriso acolhedor no rosto, Safira respirou fundo, sentindo-se com quinze anos novamente. O clima nublado lhe deu boas-vindas, e ela agradeceu internamente por ter lembrado de trocar os pneus antes da viagem e verificá-los em cada parada.

     Havia poucas pessoas na rua, e as árvores que cercavam a cidade lhe davam uma paisagem ainda mais digna de uma pintura, exatamente como ela se lembrava.

     Seguindo a estrada, Safira dirigiu mais um pouco, até estacionar em frente a delegacia local. Paredes externas escuras, janelas abertas, nada havia mudado ali também.

     Safira saiu do carro e o trancou, sentindo o vento frio passar por suas bochechas. Ainda era inverno, por isso ela usava um casaco cinza por cima de sua blusa de lã verde musgo, além de calças e botas escuras. Ao passar pela porta da delegacia, sorriu ao ver seu pai, de cabelos e bigode escuros, sentado no balcão.

— Oi, papai. — sorriu.

     Charlie ergueu o olhar da papelada, ficando desconcertado ao dar a volta no móvel embutido.

𝐿𝑎 𝑅𝑒𝑔𝑖𝑛𝑎 | 𝓚𝓲𝓷𝓰𝓼 𝓥𝓸𝓵𝓽𝓾𝓻𝓲 Onde histórias criam vida. Descubra agora