Cinco amigos e um admirador

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Parado no corredor, Jeongin encarava os poemas presos na parede como se fossem algo de outro mundo.

Chegou à conclusão de que, por mais que fosse um tremendo de um curioso, não leria o poema citado pelo garoto das cartas. Não agora.

Sua mente vagava pelos bilhetes que deixava escondidos dentro de uma caixa em cima de sua cômoda. Afinal, não tinha coragem de os jogar fora, aquilo poderia o ajudar a chegar na pessoa que tanto o observava.

Com esse pensamento, olhou para os lados.

Ele poderia estar o observando.

Não era a primeira vez naquele dia que se sentia observado. Quando passava pelos corredores ou quando estava sentado assistindo a palestra sobre poemas. Ou até então quando estava rindo com os amigos na mesa que sempre se encontravam. Ele sempre sentia que alguém o observava, mas quanto mais olhava para ter certeza daquele pressentimento, mas ele sentia o vazio de saber que não, ninguém notava sua presença ali.

— Algum deles são seus?

Se assustou ao ouvir a voz vindo de seu lado, notando a presença de mais alguém ali, observando as folhas coloridas que traziam palavras consideradas significativas.

Quando se virou, viu Hyunjin parado.

Os fios loiros caiam por seu ombro, deixando seu rosto perfeitamente luminoso e exuberante, com uma expressão séria, mas seu olhar também transmitia um brilho alegre e animado, como se estar ali fosse algo perigoso.

Hyunjin gostava de coisas perigosas.

— Alguns deles, sim. – Jeongin o encarou por segundos até responder, voltando a observar seus próprios poemas no canto do quadro.

Os olhos do mais velho percorria o quadro, analisando atentamente todos, parando em um deles.

— "E novamente, o mundo desmorona." Não tem nada de feliz nisso, diferente de como você disse na palestra. – Hyunjin voltou a falar, lendo o trecho do poema que estava assinado pelo menor.

Jeongin se virou para ele, notando o sorriso enorme que tomava seus lábios.

— Precisa de alguma coisa, Hyunjin? – Jeongin mantinha um olhar afiado, o qual o loiro quase se deixou intimidar. Quase.

— Quero que me ensine a escrever.

O sorriso aumentou mais do que achou que fosse possível.

Jeongin paralisou, virando o rosto para lhe lançar um olhar de indignação e desgosto.

Por que Hyunjin o estava pedindo ajuda para escrever?

- Eu recomendo o ensino fundamental, eu aprendi a escrever por lá.

Deu as costas para o aluno do terceiro ano, notando que ele não pretendia o seguir.

Hyunjin era desafiador, um garoto popular que adorava pregar peças nos calouros e odiava cumprir regras.

Jeongin havia trocado palavras com ele apenas duas vezes em toda a sua vida.

A primeira foi quando Hyunjin matou aula de coreano e foi para a biblioteca onde Jeongin estava matando tempo do horário vago lendo um dos seus livros favoritos. Houve uma breve discussão onde Jeongin ameaçava contar para os supervisores que ele estava ali matando aula se não ficasse quieto, já que ele não parava de cantarolar.

A segunda foi em um momento em que o mais novo odiava lembrar.

Desde então, pegou raiva do loiro. Raiva daquele sorriso.

Bilhete Anônimo | HyunIn or SeungInOnde histórias criam vida. Descubra agora