O inevitável

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     Lá estava ela. "Voando" em um balanço de madeira simples, preso em um galho robusto de uma árvore Wisteria. A corrente de vento graciosamente trazia as pétalas rosadas para uma dança no ar. Por um segundo Hermione fechou os olhos, gravando em sua mente o perfume que acompanhava as pétalas.

     Hermione amava cada segundo que passava naquele jardim. Se sentia segura, e livre. Aquele havia se tornado seu mundinho.

     Cristine se aproximou, com calma e um pequeno sorriso ao ver a paz que transparecia no rosto de sua amiga. — Hermione... - o sorriso morreu lentamente com a mensagem que Cristine teria que passar. — Seu pai está te chamando no salão principal. Pela cara amarga dele, parecia ser sério.

     Com um suspiro pesado, Hermione se levanta do balanço. Ela tinha uma ideia do que se tratava, mas torcia para estar errada.

     Relutante, Hermione se despede da amiga e segue a caminho do salão principal. Ao entrar pela grande porta, Aro a olha instantaneamente.

— Finalmente. Achei que estava em perdida em algum canto do palácio. Faz quase meia hora que mandei te chamarem. - Aro diz com um tom repreensivo.

— Me desculpe papai, eu estava... estava treinando um pouco... - Hermione odiava mentiras, mais ainda ter que mentir. Mas nesse caso ela sentiu que precisava. Aro construiu o jardim para a filha, amou o sorriso dela ao ver o jardim pronto, mas à alguns meses atrás Aro se mostrou mais exigente com o desempenho da filha. Marcava treinamentos intensos e pesados, treinamentos que Hermione nunca protestava em fazer. O problema era que Aro já não gostava tanto do grande tempo que Hermione passava em seu jardim, ele acreditava que enquanto ela "perdia" tempo lá, ela poderia estar treinando e se melhorando como soldado.

     Soldado... às vezes Hermione sentia que seu pai a queria mais como uma arma de sua guarda do que como filha. Esses pensamentos vinham durante os treinos pesados, mas assim que vinham ela tratava de tirá-los de sua cabeça. Ele era seu pai, oras. E claramente ele se importava mais com o bem-estar de sua flor – como ele a chamava às vezes – do que com a evolução do dom dela. Não é... ...?

     — Bom, pelo menos estava sendo produtiva. - Aro diz cruzando seus braços, indo para o lado de sua filha. — Sem mais enrolação, acho que você tem treinamentos suficientes para agir em campo. - O coração de Hermione não batia, mas se batesse, ele com certeza se aceleraria. — Pensei bastante e tenho certeza de que está pronta para ir em uma de nossas missões.

     — Sério? ‐ Os olhos da garota estavam levemente arregalados. Seu pai nunca a deixou sair com o clã em uma missão, seja para resolver uma rixa ou recrutar um novo membro.

     — Eu não brinco com esses assuntos, realmente acredito que está pronta para isso. É uma missão importante, e tenho certeza de que não irá me decepcionar. - Ele deu um sorriso curto e aparentemente meigo, abraçando de lado sua filha.

🌺🍷

      Algumas hora se passaram. Faltava apenas alguns segundos para um grupo seleto do clã sair para a tal missão. Hermione fez uma trança em seu rabo de cavalo, e com a trança fez um coque, assim o cabelo não atrapalharia na hora da ação.

     Colocou a capa que todos do clã previsavam usar e logo se juntou ao grupo. Não demorou para finalmente se dirigirem ao local da missão. Iriam fazer um acordo de paz com um clã que ficava mais ao Norte, e teriam que estar preparados para qualquer tipo de imprevisto, e se o imprevisto viesse teriam que resolver de forma em que os Volturi saíssem favorecidos na história. Por isso todos do clã treinavam incessantemente.

    Chegando no ponto de encontro escolhido pelo outro clã, Hermione sentiu-se ansiosa. Estava nervosa, essa seria sua primeira missão, a primeira impressão que o clã teria sobre "a filha do líder", a primeira vez que seu pai confiou enviá-la para uma missão, a primeira vez que ela veria se é boa de verdade...

    "Tenho certeza de que não irá me decepcionar". As palavras de seu pai não paravam de rodar em sua cabeça.

     Enquanto isso, Christopher estava no jardim, do lado de dentro do muro, no mundinho de Hermione. O rapaz sabia da missão de hoje, sabia também que essa seria a primeira missão de sua estrela - forma carinhosa que ele a chamava. Então logo tratou de colher as flores que a garota mais gostava, queria recebê-la do melhor jeito possível, e deixá-la mais leve depois de tanta agitação.

     Com as flores na mão, Christopher foi para a entrada do palácio, do lado de entro, esperando a volta da dona das borboletas em sua barriga. O buquê estava cheio e colorido, chamando a atenção dos vampiros por cada canto do palácio em que Christopher passou.

     Ele pode ouvir cochichos e burburinhos, e não era para menos, afinal desde o momento em que se juntou aos Volturi o rapaz construiu uma reputação, todos sabiam que ele era um homem simpático mas sabiam também que ele era muito sério, então vê-lo carregando um arco-íris em flores no sentido romântico surpreendeu a muitos.

     Porém, mesmo ouvindo as fofocas, Christopher não se importou em nenhum momento. As flores eram para a garota que ele tinha uma afeição, um carinho e admiração, então não tinha interesse algum em esconder o agrado que fez pensando nela.

    Logo, Hermione e o grupo estavam de volta. Christopher ficou olhando os vampiros passando pelo grande portão, caçando com o olhar a garota que estava ocupando todo o espaço de sua mente no momento.

    Depois de alguns vampiros, Hermione passou pelo portão, seu olhar estava perdido, como se sua mente estivesse presa em outro lugar. Christopher percebeu e acenou para a garota, que apenas assim notou a presença do Rapaz.

    Assim que os olhos de Hermione se focaram em Christopher, foi como se sua mente, que estava distante, voltasse. Sorriu imediatamente, e o brilho em seus olhos ganhou mais força ao reparar no buquê. Era bem colorido, até poderia ser chamativo, mas para Hermione tantas cores trazia mais vida e alegria ao ambiente, e era exatamente disso que ela estava precisando agora.

🌺🍷

     Adentrando em seu quarto, Hermione coloca as flores com cuidado sobre a sua penteadeira.
A garota se senta em sua cama logo depois de Christopher, soltando um suspiro pesado. Christopher colocou uma de suas mãos no ombro de Hermione, fazendo um leve carinho. O rapaz havia reparado que algo estava incomodando sua amada.

    Ao sentir seu carinho, Hermione desaba dando um abraço apertado em Christopher. Seus olhos brilham com as lágrimas que nunca cairiam.

— Ah Chris... foi horrível.. – diz com a voz embargada.

     Christopher apertou mais o abraço, fazendo um carinho leve e delicado em suas costas.

— Tantos gritos e suplicas... tantas cabeças arrancadas, os olhares de medo... – Hermione afrouxou um pouco o abraço para olhar para Christopher. — Isso.. isso não pra mim... não sei se consigo ajudar a destruir um clã inteiro de novo..

    Flash de memórias passavam pela mente de Hermione. O momento em que mandaram ela usar seus poderes nos vampiros mais fracos. Quando uma vampira implorou para pouparem a vida de seu companheiro. Hermione sentia que aquele momento jamais sairia de sua cabeça.

     Christopher apenas fez Hermione voltar ao abraço, enquanto acariciava seus compridos cabelos. A garota se sentiu mais relaxada em seus braços. Hermione não queria palavras de consolo, ouvir um "tudo vai melhorar", porque ela sabia que não iria. Ter Aro como pai significa que aquela foi a primeira de muitas missões em sua eternidade. A única coisa que a conformava era saber que sua mãe e Christopher estariam com ela no retorno de cada missão.






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⏰ Última atualização: Jan 26 ⏰

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Vivendo Com Frenesi | Crepúsculo - Jacob BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora