𝕬𝖗𝖈𝖔 𝕴
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Regamos as flores
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Depois de ter desistido de contar, Hermione cumprimentou mais uma bruxa que se aproximou dela como se ela fosse a atração principal. Ela no momento estava refletindo sobre os últimos acontecimentos de sua vida enquanto bebia um chá de hibisco. De uma heroína de guerra para uma pomposa puro-sangue da década de 20, uma mudança drástica e bem-vinda, afinal, ela merecia um descanso. Que provavelmente teria quando saísse daquela barulhenta festa.
“Essa é a Darenne Lestrange.” Violetta a apresentou, de uma estatura baixa, com cabelos castanhos amarrados em um penteado bem-feito e caprichoso. Hermione levantou saudando a bruxa.
“É um prazer conhecer a nova Lady Peverell, falaram tão bem de você.” Elas se sentaram na mesa enquanto a Lady Black recepcionava as convidadas que chegavam.
Hermione sentia o olhar da bruxa queimar seu rosto, ela parecia curiosa. Ela acenou a cabeça, que Darenne entendeu como uma abertura.
“Como está sendo voltar para casa depois de tanto tempo? Violetta me contou.” Ela sorriu e enquanto falava seu sotaque francês se fazia presente.
“Muitas coisas mudaram, algumas para pior, pelo que parece.” Hermione colocou seu leque na frente da boca como se quisesse esconder sua emoção, algo que ela leu em um livro que a ajudaria mais vezes.
“Bem, com certeza. Ultimamente o ministério andou afrouxando algumas leis. Isso será um desastre, espero não estar aqui quando isso acontecer.” Ela olhou para o lado como se fosse quebrar um pacto de sangue, abaixando a voz para que apenas Hermione escutasse. “Tenho minhas suspeitas sobre isso.”
Hermione levantou a sobrancelha ainda escondendo metade de seu rosto no leque, ela o abanou como se pedisse para Darenne continuar.
“Meu marido faz parte do conselho de Hogwarts, ele suspeita que um dos professores anda se esgueirando pelo ministério.”
Alvo Dumbledore. Foi o primeiro nome que ela pensou, claro, fazia sentido que ele já estivesse se infiltrando no Ministério. Afinal, com uma guerra iminente, Alvo queria ser o grande herói. Ela estava começando a entender como o velho bruxo tinha tanto poder, ela já sabia que ele havia derrotado Grindelwald mas apenas isso não explicava como ele acendeu tão rápido. Aos poucos as peças do quebra-cabeça se encaixavam e Hermione estava ansiosa para poder encaixar a última em tempo recorde.
“E como não bastasse, é um adorador de trouxas, ele defende que o nosso mundo deve se adequar aos costumes trouxas. Uma piada!” A morena riu sem humor, balançando as mãos querendo mudar de assunto. “Me conte, onde estava por todos esses anos?”
“América. Depois do casamento meu marido e eu resolvemos passar alguns anos fora da Europa.” Hermione bebeu mais um pouco do chá. “É um ótimo lugar.”
“Bruxos e trouxas são proibidos até de falar mais que o essencial, passei as férias com a minha família uma vez.” Ela falava com um semblante de felicidade, como se os trouxas fossem inferiores. Hermione não gostou daquilo mas não deixou transparecer.
“Bem, sim. As leis são mais duras.” Ela bebeu mais pouco do chá mas dessa vez com um pouco de firewhisky na xícara para aguentar Darenne reclamando e eventualmente mudar de assunto para falar de seus filhos que estavam ansiosos para irem para Hogwarts.
Depois do que pareciam horas, Hermione finalmente conseguiu sair das garras da outra bruxa, que não parava de falar. Darenne não era de todo ruim, mas também não sabia a hora de ficar quieta. Ora falava da bela decoração que Violetta escolheu, ora lamentava sobre a falta que sentia da França.
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Uma brecha na linha do destino
FanficApós a guerra, tudo que restou foi a destruição. Bruxos lutaram pelos seus ideais e no final a Luz foi vitoriosa. Harry, um dos muitos garotos que lutaram em uma guerra em busca de paz, agora se vê perdido com a verdeira realidade de seu destino. Al...