κεφάλαιο 5

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Refletia Jacinto sobre a ventania que viajava nos céus àquela primavera, feliz ao constar que era perfeito momento a se lançar discos. Avisa então á Apolo.

Numa imensa campina, não muito longe de Esparta, vão os dois praticar lançamento de discos, como era seu esporte preferido não podiam perder momento tão propício como tal.

Enquanto o deus lançava os objetos, Jacinto ficava admirado com o quão longe Apolo conseguia lançá-los e sempre corria até o disco para medir a distância percorrida e devolvê-lo ao deus.

Zéfiro, que observava toda a cena de longe, chega ao ápice da raiva e ciúme, não controlando os sentimentos que tomam suas ações.

Por uma última vez Apolo, aproveitando o mesmo momento em que uma ventania irada os atingia, lança o disco com todo seu talento.

Como de costume, Jacinto se admira ao vê-lo pelos céus e logo que o disco chega á terra, corre até o local para captá-lo.

Mas, assim que chega á alguns metros perto, a tragédia acontece.

Zéfiro aos céus lançara uma rajada de vento tão forte que o disco, antes jogado ao chão, se movera em uma rapidez não natural, indo certeiramente ao crânio de Jacinto.

Apolo, que observava tudo de longe, em desespero empalidece, assim como a pele de Jacinto já se encontrava àquela altura.

Ele corre, se baixa em direção ao jovem e pegando-o em seus braços, mas a cabeça de Jacinto pende em direção ao solo, já sem vida.

Apolo se desespera, já sentindo lágrimas respingando de seu rosto. Olha para os céus, sentindo que perdeu todo o sentido da existência.

Ali em seus braços estava o corpo sem vida do seu grande amor. Ele tenta mudar aquilo, trazê-lo de volta com suas habilidades médicas, qualquer coisa, mas ao ver que já é tarde, grita em angústia e lamento.

Sem poder para trazê-lo de volta, Apolo desaba em profundo desespero:

"Pudesse eu dar minha vida em vez da tua ou dar a vida contigo! Visto que, pela lei do destino, sou neste ponto impedido, hás de sempre estar comigo, hei de sempre ter-te na minha boca"*

Em seu âmago coberto de culpa pelo destino de Jacinto, Apolo promete nunca deixar de amar o humano que um dia viveu tão feliz ao seu lado.

E, com o sangue de Jacinto e as suas próprias lágrimas escorrendo naquele solo, o deus faz nascer uma venusta flor de cor escarlate ali, em uma imortal lembrança da saudade de Apolo.

A flor que carrega seu nome renasce em todas as primaveras, relembrando Apolo do seu grande amor. 

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*:  Trecho tirado de "Metamorfoses", de Ovídio.

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