Apologies.

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Mais uma vez, Camila respirou fundo. Em sua cabeça, contou até dez algumas milhares de vezes para não entrar em um surto psicotico e acabar agredindo àquela que se denominava mãe de seu bebê. O telefone dava caixa postal e a hora passava como um vendaval.

A Jauregui nunca tinha se atrasado antes; ela odiava atrasos. Sempre que combinavam um lugar e um horário, era Lauren quem chegava com antecedência e esperava Camila por quanto tempo fosse, levando em consideração que a latina demorava mais do que o normal para se arrumar. Para Lauren, não existia contratempo quando se programasse com antecedência.  Mas existia um porém; sempre que algo dava errado, sempre que ela bebia mais do que o normal, ela não aparecia para nada na manhã seguinte.

Por mais certinha e firme que fosse, a morena não conseguia sair de casa e enfrentar o mundo no dia seguinte, após ter chutado o balde. Camila bem sabia disso, pois sequer seus encontros deixavam de ser desmarcados. Não tinha nada que pudesse tirar Lauren de casa num dia como aquele. E ninguém, além dela mesma, sabia do que ela fazia em casa o dia todo. Apenas que até coisas simples como comprar um pão, ou sair com seu cachorro, era pesado para terceiros ou sequer era feito. Uns diziam que ela fazia aquilo como um detox, para retirar toda a essência ruim deixada pela bebida. Outros, diziam que ela tinha vergonha de ter bebido tanto na noite aterior, de forma que não conseguia dar as caras. O quê realmente se sabia era que, no outro dia, ela aparecia tranquila como se nada tivesse acontecido.

Aquilo estava deixando Camila preocupada. Havia decidido que começaria os exames só quando contasse para Lauren sobre a gravidez, mas se a própria não chegasse, ela, que já estava no hospita, teria que fazer sozinha, quebrando assim toda sua expectativa para um dia tão importante e especial.

— Que merda! — exclamou a latina, uma vez que novamente caiu na caixa postal.

O celular desligado era outra coisa que a irritava completamente. Por estar sempre trabalhando e ter sempre que antender, aquele celular só ficava inativo e duas ocasiões: em seu detox pós-porre e quando ela estava com sua namorada Lizzie. Camila odiava que com ela, Lauren se negava a desligar o aparelho, o quê já desencadeou algumas discussões.

Prestes à desistir, Camila guardou seu celular na bolsa e se levantou. Suspirou mais uma vez, olhando para a entrada do estacionamento; não queria acreditar que Lauren havia esquecido da primeira consulta do bebê. Aquela era a prova que precisava pra enfim entender que não era, nem nunca seria, a prioridade da Jauregui.

— Sua mãe é uma idiota, bebê. — sussurrou, acariciando sua barriga.

— Não fale assim. — uma voz doce ressoou no fundo, assustando-a. Camila virou-se, encontrando uma mulher sorridente. — Você não me parece ser odiota.

— Ah, não! Eu não estava falando de mim. E sim, da outra mãe dela. Mas obrigada! — Camila respondeu, simpática. Assim, ninguém poderia perceber sua irritação.

— Se você está dizendo.. — A mulher sorriu. — À propósito, meu nome é Cristal.

— Eu sou a Camila, muito prazer. — estendeu a mão pra cumprimentar a mulher.

— Você precisa de ajuda com alguma coisa?

— Se você puder fazer uma mágica e trazer aquela idiota pra cá, eu aceito. A primeira consulta do nosso bebê é hoje, daqui a pouco, e ela não deu nenhum sinal de vida.

— Olha, se eu não estivesse incrivelmente atrasada pro trabalho, eu ficaria aqui com você, esperando sua esposa. Mas infelizmente, eu tenho algumas consultas.

— Não, não! Ela não é minha esposa. E, eu acho que não vou mais esperar- Ela chegou. O carro dela está entrando.

— Eu ficaria para me apresentar, mas eu realmente preciso ir. Boa sorte, Camila.

Baby on board! (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora