Segunda-feira.
Matilda, Harry Styles.
Eles ficaram sabendo e eu estou um pouco decepcionada por eles não terem aparecido aqui. Talvez eles estejam dizendo que não me amam mais.
Eu recebi várias mensagens dos meus pais. Eles perguntavam quem era Estevão e o que eu fazia com ele em uma festa de madrugada. Me mandavam ir para casa porque tínhamos que conversa e me chamaram de irresponsável diversas vezes.
Também recebi várias mensagens de pessoas da igreja e de Lívia, todas elas falavam para eu reconsiderar o que estou fazendo e falar com meus pais porquê eles estão chateados.
Minha consciência nunca esteve tão pesada. Eu não quero desapontá-los mais do que já desapontei.
— Vitória. — Roberta entrou no quarto e me chamou. Parei de dobrar as roupas e olhei para ela. — Pensa no que você está fazendo.
— Eu passei o domingo todo pensando e já tá decidido. — Peguei a montanha de vestidos e coloquei na mochila. — Vou para casa e voltar a focar na faculdade.
Roberta não disse nada, se sentou na minha cama e me assistiu encher minhas mochilas com roupas. Peguei meus equipamentos de cabelos e suspirei. O que Miguel disse não saiu da minha cabeça nem depois de Estevão conversar comigo sobre autoestima e de como meu cabelo combinava comigo.
Ele estava falando aquilo só porque era meu amigo. E Celina e Roberta também. No fundo quero acreditar porque eu gostei de usar meu cabelo natural, mas Miguel disse com tanta confiança que é impossível ignorar sua opinião.
— Por que você começou a fazer o que fez? — Soltei a chapinha em cima da mochila vazia e olhei para ela, confusa. — Por que começou a faltar aulas, sair com o Estevão, jantar com a gente e parar de falar com seus pais?
— Porque eu achei que era o certo.
— Não é?
— Não.
— É sim. — Roberta disse decidida. Se levantou da cama e segurou minhas mãos. — Você começou isso porque percebeu que não estava contente com a vida que tava levando e que seus pais infelizmente te controlavam. E, Vitória, eu te conheço a dois meses e sempre te achei uma menina triste e presa, até semanas atrás. — Respirei fundo e abaixei os olhos para nossas mãos juntas. — Você esteve tão radiante esses dias.
— Já passou. Foi a emoção de menina rebelde. — Tentei soltar suas mãos mas ela me apertou.
— Foi o gostinho da liberdade que você tanto queria.
Eu queria mas não sou digna. Chega ser cansativo toda hora pensar que não estou acabando com meus pais e que sou uma egoísta ingrata.
— Mas eu não mereço.
— Quem disse?
— As duas semanas que eu venho ignorando meus pais, fumando, bebendo, faltando aulas, sem estudar e dormindo quatro da manhã porque jantei com você e a Celina e vocês não têm hora para voltar. — solucei quando senti o gosto do choro.
— As duas semanas que você vem vivendo a sua vida e não a deles? — não respondi. Roberta entrelaçar nossos dedos e olhou nos meus olhos. — Vitória, não estou pedindo que você faça isso por mim, estou pedindo que você faça isso por você de duas semanas atrás soluçando no meu colo porque estava presa nas mãos dos seus pais.
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Liberdade para Miss Excelência.
RomansApós seus pais tentarem forçar ela se casar, Vitória decide que é finalmente hora de parar de agradá-los e se divertir; e para ter o sucesso garantido, a Miss Excelência receberá uma pequena ajuda do bad boy (flopado) da faculdade. Uma curta histór...