Capítulo 6

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MOONLIGHT PINES
Minas
04:00a.m - três horas para amanhecer
Yuna

O homem agarra meu braço, me puxando para perto de si.

_FIQUE LONGE DE MIM! - Grito.

_Silêncio! - Ele fala num sussurro.

Um grunhido estridente vem do canto da caverna, logo depois de uma coisa descer do teto.

Era esguio e alto.
Esquelético.

O homem me solta, virando de costas para mim, se preparando para atacar aquilo.

_Use isso! - Ele me joga uma bolsa e então me empurra para trás. _Dá um fora daqui, AGORA! - Grita.

Caio de bunda no chão que cede e então escorrego pelas paredes inclinadas mais uma vez, até cair em solo firme, no andar debaixo.

_Merda! O que foi aquilo?! - me levanto com dificuldade, escutando os gritos do andar de cima.

Rapidamente, pego a bolsa no chão e checo o conteúdo que tem dentro.
Havia alguns sinalizadores de cor vermelha, uma espécie de diário e um papel dobrado, provavelmente um mapa.
Acendo um sinalizador para me ajudar a enxergar.
Coloco a bolsa no ombro e então sigo caminho.

Atravesso uma pequena passagem por entre as rochas e uma parede de madeira. Me movo com dificuldade, pela falta de espaço.
Sou surpreendida por uma mão pálida e ossuda, que atravessa a parede de madeira, quase acertando meu rosto.
Solto um berro com o susto.

_MERDA!

Apavorada, me esgueiro mais rápido no pequeno espaço fazendo com que várias mãos começam a quebrar a parede, tentando me pegar.

_O QUE É ISSO?

Assim que chego ao final, corro pela mina.
Um pouco mais à frente, havia um buraco enorme no chão, então corro mais rápido para pegar impulso, pulando para o outro lado.
O sinalizador que estava em minha mão acaba escorregando e caindo no buraco.

_NÃO! DROGA!

Escuto o barulho daquela coisa, correndo atrás de mim, suas garras riscavam nas rochas. Não há tempo para ligar outro sinalizador e decido continuar correndo no escuro.

A luz da lua iluminava minimamente uma bifurcação logo à minha frente. Paro e olho para trás, tentando enxergar o ''treco'', não o vendo. Respiro fundo para recuperar o folego e então ligo outro sinalizador. Assim que ligo, a luz vermelha alumina o rosto da coisa, que está à centímetros de mim. Ela solta um rugido agudo e pula em minha direção.

Consigo desviar do seu ataque e corro para a esquerda.

Encontro um elevador de mineração no final do caminho e então o aciono.
Ele sobe devagar, rangendo, e eu me encolho no canto.

_Respira! Respira! Meu Deus... - Abraço meus joelhos, atordoada. _Você vai sair dessa, Yuna. Você vai!

O elevador para em um solavanco quando algo cai no teto, fazendo o elevador quicar no ar. Escuto as engrenagens do elevador tentando prosseguir com seu trabalho, mas sendo impedindo por algo pesado.

Me encosto na parede e viro o rosto para trás, vagarosamente, vendo as garras do ser, segurando pelas frestas da madeira.

Não me movo.
Mal consigo respirar.

Ele dá socos na parede do elevador, irritado, fazendo com que a estrutura balance muito.

Tenta enxergar pelos vãos, mas acaba não vendo nada. Ele solta o elevador e sobe as paredes numa velocidade anormal, soltando um rugido raivoso.

Efeito Borboleta - BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora