A Linguagem do Amor

Que nojo

Paola havia me conquistado pela barriga, espera pensei isso alto? Olhava para os lados, dando graças a Deus por estar sozinha na copa, suspiro.

Não podia negar que Paola cozinhava muito bem, deveria ser uma chef, uma MasterChef ao invés de estar dando aula de espanhol, mas estranhamente ao pensar nela saindo da escola, saindo de perto de mim me faz sentir um aperto no peito.

- Até minutos atrás você a odiava Ana Paula... O que está acontecendo com você? Apareceu gêmeos no seu mapa astral? - falo comigo mesmo e bufo brava.

Termino de lavar sua Tupperware, seco e vou a sua procura para devolver e agradecer mais uma vez pela gentileza, estou andando pelo corredor, quando alguém me segura, me puxa e me arrasta para uma das salas, não consigo protestar até sentir os lábios nos meus. Depois disso tive um pequeno apagão, meu estômago se revira e acabo vomitando sobre Gustavo, que me olha em pânico.

- Ana Paula! Que nojo...

- Realmente que nojo... Vai se lavar e nunca mais agarre uma mulher desse jeito... - saio correndo para o Banheiro.

- Ana ? Você está bem?

Escuto a voz rouca logo atrás de mim, a vejo através do reflexo do espelho, enxaguo minha boca, lavo minhas mãos e balanço a cabeça.

- Está sim... Obrigada. - sorrio timidamente.

- Fiquei preocupada ao te ver correndo pra cá... Desculpa a intromissão.

Tá fala sério, a peste não é fofa? Estou aqui acabada depois de um mico, depois de um ato repulsivo de um beijo roubado, mas também estou aqui sorrindo para a infeliz que se mostra tão fofa e carinhosa comigo, mesmo depois de ver um lado meu nada fofo, que ódio. O que está acontecendo comigo?