Capítulo 1

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William Cooper

Encarava o homem a minha frente desejando gritar que ele era bem mais louco que eu, porém, sua expressão fechada me afirmava que loucura estava longe dele carregar.

— Isso aqui é um daqueles programas de pegadinha? — ele ergueu uma sobrancelha murmurando algo que estava longe de ser inglês. — Não que você seja ruim, mas sua atuação foi péssima. — eu ri mas ele não.

Permaneceu a me olhar com aqueles olhos que mais parecia um cinza  julgador. Meu corpo tremeu arrepiado. Tentei me lembrar ao menos um nome de mulher que me envolvi incoerentemente pra esse cara vim me dizer que tenho um filho de oito anos. Tenho trinta e três anos, na contagem eu tinha vinte cinco. Como vou saber? Se antes disso e até agora eu ainda trepo bastante. Nem um nome vem.

— Carolina — diz ele impaciente como se adivinhasse meu pensamento.

— Não lembro — assumi e ele riu de lado colocando as mãos na cintura.

— Compreensivo — sorri por ele entender. — Você estava bêbado demais, já tinha enfiado seu pau em vários lugares naquela noite. — horrorizei. — Carolina foi a última dos buracos que você entrou.

— Como sabe tanto — Eu quis saber.

— Eu estava lá — contou sem emoção.

— Então você também é do barulho — sorri malicioso e ele revirou os olhos.

— Fui para buscar minha amiga — fiz uma careta. — Olha, por mim, eu nem estaria aqui, mas, esse foi o último pedido de Carolina antes de partir.

— E ela foi para onde? — Ele me olhou desgosto.

— Morreu há um mês — arfei surpreso.

— Então, está me dizendo que o garoto ficou órfã? — eu ainda tentava processar.

— Andy é o nome dele — suspirou. — E ele tem a mim. Se não quiser se envolver, por mim tudo bem, encerramos aqui.

Sorri entendendo que esse era o desejo dele, porém, minha mãe me criou macho, e talvez um pouco perturbado. Mas isso não vem ao caso, sou advogado e eu sei muito bem o que esse encerramento me arrecadará mais pra frente.

— Olha — dei pausa pra ele repetir seu nome, já que eu tinha me esquecido pelo susto de saber que tem um esperma humano meu perdido por aí.

— Guilherme! — repetiu.

— Guilherme — ele revirou os olhos  — Você me pegou assim, meio de surpresa, surpresa e ressaca. — ele bufou pegando a mochila do chão.

Olhei sua expressão irritada e a forma que sua boca se movia, sem eu fazer ideia das coisas que ele dizia. E talvez seu desejo fosse esse mesmo, me xingar em outro idioma, parecia ótimo pra ele. Mas Guilherme, também deveria entender que isso não é notícia que se dá em um domingo de manhã. Porra, eu tinha acordado pra ir na feira comer pastel com minha mãe, e não pra receber notícia de que sou pai de um garoto de oito anos, chamado Andy.

— Olha, eu já estou aqui, e não estou com um mínimo de paciência pra você — ele não precisava afirmar isso. — Mas já que vim, espero por um posicionamento seu.

Que posicionamento? Ele esperava que eu dissesse o que? Que legal Guilherme, sempre quis descobrir que tenho um filho perdido por aí! Porra, minha mãe vai me matar.

— Como tem certeza que eu sou o pai? — perguntei.

— Está duvidando da palavra da minha amiga, morta? — o tom dele soou estridente.

— Você faria o mesmo se estivesse em meu lugar — pontuei e ele baixou a guarda.

— Naquela noite, Carol, tinha brigado com o namorado. Foi para aquela festa na busca de esquecer o idiota — suspirou. — Porém, ela nunca foi de beber, incrivelmente no segundo gole ela já estava bêbada! O que deu a ela fogo para prosseguir. E no meio ela encontrou você. Pelo o que ela se lembrava, o sexo rápido no banheiro mal a deixou questionar a falta da camisinha.

Me sentei no sofá horrorizado pelas merdas que eu fazia até os vinte e cinco anos. Não que isso tenha mudado, mas agora procuro me cuidar bem mais. Sempre tive medo desse tipo de coisa, e o pesadelo ainda bateu na minha porta.

— Demorou um mês pra ela se arrepender — continuou ele. — Fomos ao médico em busca de exames para confirmar que ela não tinha pego alguma doença, não tinha, mas foi ali que descobrimos a gravidez. Ela só tinha duas opções, o ex namorado e você.

— E confirmou que não era dele — falei e não era uma pergunta.

— Quando Andy nasceu, fizemos o DNA com Markin, não era dele. Então, infelizmente é seu! — respondeu sem emoção.

— Eu também vou precisar de DNA — afirmei e ele concordou.

— Pode fazer — respondeu. — Andy é seu filho, William! — soltei o ar que mal sabia que prendia. Observei ele ajeitar a mochila no ombro depois de tirar um papel da mesma. — Meu número e endereço estão anotado aqui. — disse deixando o papel na mesinha. — Tenha um bom dia. — olhei para a audácia dele.

Seu sorrisinho me afirmava que ele estava se divertindo com minha desgraça. Permaneci olhando ele sair da minha casa como se nada tivesse acontecido, e eu enfim compreendi o quanto estou fodido!

 Permaneci olhando ele sair da minha casa como se nada tivesse acontecido, e eu enfim compreendi o quanto estou fodido!

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William Cooper ♡

[DEGUSTAÇÃO] O outro pai do meu filhoOnde histórias criam vida. Descubra agora